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Leia na Fonte: Band / Colunas
[23/01/14] Teles
avisam: estádios da Copa podem ter caladão -
por Mariana Mazza
Faltando pouco menos de seis meses para o início da Copa do Mundo no Brasil, as
operadoras de telefonia não estão nada confortáveis com o cronograma de
instalação das redes 4G nas arenas. Com atrasos nas obras de estádios
importantes, como é o caso da Arena da Baixada, em Curitiba, as teles já admitem
que é possível que algumas arenas fiquem desconectadas.
O aviso partiu do diretor executivo do SindiTelebrasil, sindicato patronal que
representa as companhias telefônicas, Eduardo Levy, em várias entrevistas à
imprensa. Segundo Levy, a situação mais crítica é nos estádios Itaqueirão, em
São Paulo, e na problemática Arena da Baixada - que inclusive corre o risco de
ser retirada do rol da Fifa. Nesses casos, ainda não haveria sequer espaço
destinado para a instalação dos equipamentos e as conversas com os
administradores dos estádios parecem não avançar. A cada dia o problema fica
maior, já que são necessários pelo menos quatro meses para garantir a
implantação da rede em cada estádio.
O drama só não é pior pelo fato de metade das arenas escolhidas para os jogos da
Copa já terem passado por boa parte do processo no ano passado, com a realização
da Copa das Confederações. Sendo assim, seis dos 12 estádios estão com redes
operantes, embora ainda sejam necessários ajustes, como a instalação do sistema
wi-fi. E, em pelo menos metade desse grupo ainda há controvérsias sobre essa
segunda etapa da instalação.
O alerta feito pelo SindiTelebrasil traz uma mudança de atitude interessante por
parte das teles. O protesto antecipado de que as redes podem não estar prontas
para os jogos transfere para a administração pública parte do problema, uma vez
que uma parcela considerável dos conflitos entre operadoras e empreiteiras
poderia ser mitigada com uma mediação feita pelas autoridades responsáveis pelo
evento. Essa nova postura é frontalmente oposta ao discurso feito na época da
Copa das Confederações.
Um ano atrás, as empresas de telefonia encheram a boca para elogiarem sua
própria eficiência na instalação das redes, noticiando toda vez que podiam que
estavam antecipando os prazos estabelecidos e que a cobertura seria perfeita.
Não foi bem assim. Vários problemas foram identificados e até o
secretario-executivo do Ministério das Comunicações na época Cezar Alvarez
admitiu que seu celular não funcionou nas visitas feitas aos estádios.
Agora, até mesmo Levy assume que as coisas não funcionaram bem em 2013. "As
prestadoras aprenderam a lição com a Copa das Confederações, onde ocorreram
alguns problemas de comunicação, mesmo colocando 100% da capacidade das
frequências detidas", afirmou o diretor executivo do SindiTelebrasil em
entrevista ao portal Telesíntese. Uma das lições aprendidas deve ter sido levar
mais a sério o tempo para a instalação das redes. No ano passado, o último
contrato foi fechado apenas dois meses antes dos jogos, o que pode ter
comprometido severamente a qualidade do serviço que foi oferecido durante a Copa
das Confederações.
Na época, critiquei as falhas do comunicação entre governo, teles e
empreiteiras. Esses três pilares arrastaram as pendências ao limite, cada um
cuidando de sua própria agenda de interesses, minimizando a necessidade de
cumprir o que havia sido acordado com a Fifa dentro do prazo. Agora a novela
recomeça e só nos resta torcer para que o desfecho não seja semelhante ao da
Copa das Confederações.