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Fonte: Portal da Band / Colunas
[03/06/14]
Copa: somente metade dos estádios terá WiFi - por Mariana Mazza
Faltando nove dias para a Copa do Mundo, as operadoras de telefonia móvel
divulgaram os resultados do mutirão de instalação de novas antenas para atender
os estádios em que serão realizados os jogos. E o destaque acabou sendo o que
não foi possível fazer. As próprias companhias ressaltaram que metade das arenas
não contarão com rede WiFi, o que pode prejudicar o tráfego de dados durante os
jogos. Para se ter uma ideia da importância do sistema WiFi para estancar a sede
dos torcedores em divulgar na Internet sua presença nos estádios, nas arenas em
que o serviço estará disponível o diretor do SindiTelebrasil, Eduardo Levy,
prevê que 50% do tráfego de dados será suportado por esta infraestrutura.
Nos estádios de São Paulo, Belo Horizonte, Fortaleza, Recife, Curitiba e Natal
os torcedores terão que se contentar apenas com as redes tradicionais de 3G ou
4G. E como é possível prever que milhares de pessoas tentarão postar aquele
selfie nas redes sociais durante os jogos, as teles já admitem alguma lentidão
nas conexões, especialmente nos estádios sem WiFi. Segundo as empresas, os
testes feitos até agora descartam qualquer risco de caladão. Juntas, as empresas
investiram R$ 226 milhões apenas com a infraestrutura que atenderá aos estádios
da Copa.
A falta de cobertura plena de WiFi não fere o acordo feito entre o governo
brasileiro e a Fifa. Na prática, quem sai mais prejudicado (além do torcedor, é
claro) são as próprias teles, que terão uma margem menor para gerenciar o
tráfego de dados nos momentos de pico. Mas esse era um drama anunciado há alguns
meses. A terrível falta de comunicação entre empresas, governo, estádios e
representantes da Fifa tornaram praticamente impossível cumprir com primazia os
planos de telecomunicações para as arenas do mundial.
Os seis estádios que ficaram sem rede WiFi pediam a mesma coisa: um pagamento
adicional para a liberação de áreas para a instalação das antenas. No
entendimento dos gerentes dessas arenas, o acordo inicial previa apenas a
colocação das estações de telefonia móvel 3G ou 4G. As teles se recusaram a
pagar mais para completar o projeto. E o governo, que poderia colocar um fim no
bate-boca, parece não ter se empenhado em solucionar a questão.
Há exato um ano, o então secretario-executivo do Ministério das Comunicações
Cezar Alvarez deu sinais do vexame por vir. Ao visitar o estádio do Maracanã,
Alvarez constatou que seu celular 4G não funcionava no local. Culpou as
empreiteiras, que estariam colocando dificuldades para que as teles instalassem
as antenas. Mas o episódio deixou claro que as coisas não andavam bem.
Aliás, a promessa original era de que todas as cidades-sede da Copa seriam
atendidas pela nova rede 4G. Mais tarde, o governo reduziu a aposta para apenas
os estádios da competição. E agora, com o anúncio, fica difícil saber se todas
as arenas têm, de fato, o tão esperado 4G. Na divulgação, as companhias falaram
o tempo todo em redes "3G e 4G", não deixando claro se ambas estão disponíveis
em todos os estádios ou se alguns ficaram de fora também na instalação na nova
rede de telefonia móvel.
O reforço na rede de telefonia móvel é positivo, mas o resultado atingido revela
que, na melhor das hipóteses, houve um excesso de confiança e falta de
planejamento para cumprir promessas ambiciosas demais. Agora, além de torcer
pela vitória do Brasil nos jogos, é bom o torcedor cruzar os dedos para
conseguir se comunicar nos estádios.