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Fonte: Convergência Digital
[12/12/14]
Neutralidade: titãs da tecnologia rejeitam banda larga 'essencial' nos EUA -
por Ana Paula Lobo
No acirrado debate sobre neutralidade de rede nos Estados Unidos, os
fornecedores de infraestrutura endossam posição das operadoras AT&T e da Verizon
e dizem que uma mudança 'radical' no conceito do serviço provocaria uma perda
financeira de US$ 45,6 bilhões nos próximos cinco anos.
De acordo com o portal CNET.news, cerca de 60 empresas envolvidas diretamente
com a construção da infraestrutura da Internet, entre elas, Intel, Qualcomm,
IBM, Cisco, Juniper Networks e Ciena, enviaram uma carta aberta à FCC, a Anatel
dos Estados Unidos, na qual advertiram que a imposição de regras mais
'rigorosas' na questão do gerenciamento do tráfego da Internet - leia-se tratar
a Intenet como um serviço essencial como água e energia - poderá causar um
prejuízo incalculável à economia do país.
Segundo o documento, encaminhado essa semana, as perdas poderiam chegar a US$
45,4 bilhões nos próximos cinco anos, em função de os investidores se sentirem
desistimulados a investir em redes no país. O movimento dos fornecedores de
tecnologia se alinha ao duro posicionamento feito pela AT&T e pela Verizon, que
publicamente, disseram ser contra a reclassificação da banda larga para o Título
II, que a colocaria como um serviço essencial, como o é energia e água.
A AT&T, inclusive, suspendeu os investimentos em redes de alta velocidade com
fibra óptica, como uma forma de pressão ao governo Obama. A FCC, inclusive,
exigiu explicações à operadora sobre a suspensão do plano de fibra. Nos Estados
Unidos todos os serviços do setor são divididos entre dois grupos. Há o Título I
e o Título II.
O primeiro conjunto forma serviços de informação; o segundo, serviços de
telecomunicações. A diferença é que o negócio da informação é livre. O governo
não interfere. Já os de telecomunicações é regulado. A internet, hoje, está
classificada no Título I. O presidente Obama pediu, publicamente, que a internet
passe a ser classificada no Título II.
Google, Facebook e Amazon defendem a ida da Internet americana para o Título 2.
Eles sustentam que a 'internet ficaria mais justa'. Mas, em contrapartida, as
operadoras de telecomunicações, e agora, os fabricantes de infraestrutura e
responsáveis pelo backbone da Internet se opõem A posição final da FCC deverá
ser conhecida só em 2015.