1a Parte - Capítulo I
A FONTE DA VIOLÊNCIA

1. Os objetivos da Revolução Comunista

O objetivo final da revolução marxista-leninista é atingir o comunismo -"a última e grande síntese" -, uma sociedade sem Estado e sem classes. Sem classes e, portanto, sem a luta de classes, o comunismo seria a 'sociedade perfeita ", onde, não havendo contradições, o materialismo histórico não seria aplicado.

Segundo essa ideologia, para a chegada ao objetivo final, terá que ser atingido um estágio anterior, transitório, verdadeiro trampolim para "o salto final", o estágio do socialismo,
da destruição do Estado burguês, sobre cujas ruínas o proletariado erigirá um Estado próprio, caracterizado pela "ditadura do proletariado" sobre as demais classes.

Esta etapa do socialismo marxista-leninista, também chamada de "socialismo cientifico", não deve ser confundida com outros tipos de socialismo, ditos democráticos e não leninistas.

Mas, ainda antes de chegar ao socialismo ou à ditadura do proletariado, os comunistas defendem a existência de um objetivo intermediário, onde seria implantado um Estado do tipo "progressista", cujo governo seria composto pelo proletariado, pelo campesinato e, ainda, por uma parcela da burguesa - a pequena parcela "nacionalista".

Os trotskistas, apesar de se considerarem marxistas-leninistas, não advogam essa etapa intermediária para a implantação da "ditadura do proletariado". Para eles a revolução, desde seu
inicio, terá caráter socialista.

O esquema, a seguir apresentado, sintetiza os objetivos dos marxistas-leninistas, a partir da democracia - representado por um triângulo em equilíbrio instável (1).


(1) Embora se nos apresente paradoxal, a defesa, pelos comunistas, da democracia, com as liberdades elevadas ao máximo, ela se justifica. Quanto mais débil e sem defesa a democracia, mais fácil sua desestabilização e a deflagração do processo de tomada do poder.