O lançamento do "Manifesto Comunista" de Marx e Engels situa-se no exato momento em que duas correntes vão chocar-se na doutrina e nos fatos: 1848 é, com efeito, o ano das revoluções européias. O brado lançado no Manifesto - "proletários de todos os países, uní-vos" - teria consequência prática. Em breve seria tentada a união dos operários, acima das fronteiras nacionais, para combater o capitalismo e implantar o socialismo.
O conceito de internacionalismo proletário daí derivado deu origem à formação das Internacionais, verdadeiras multinacionais ideológicas, que, sob o pretexto de dirigir a luta em nome da classe operária, passaram a fomentar a criação de partidos em vários países, que subordinariam seus programas partidários às resoluções de seus Congressos.
Em 1864, foi fundada em Londres a Associação Internacional dos Trabalhadores (AIT), que ficou posteriormente conhecida como I Internacional. Reunia diferentes correntes do movimento operário europeu, que se opunha ao capitalismo, destacando entre elas a dos marxistas e anarquistas. Não suportando as dissensões de grupos anarquistas que não queriam se submeter à autoridade centralizadora de Marx e ao processo da Comuna de Pais, encerrou suas atividades em 1876.
A II Internacional surgiu em 1889 (1). Depois de depurada dos anarquistas e dos comunistas e de ter passado por alguns períodos de crise e recesso, ressurgiu, em 1951, já com o nome de Internacional Socialista.
A III Internacional, também conhecida como Comintern o Internacional Comunista (IC), foi criada em 1919, por Lenin. Aproveitando-se da base física conseguida cóo a revolução russa, em 1917, a IC pôde colocar em prática sua doutrina de expansão mundial do comunismo, alicerçada na experiência dos sovietes. No seu II Congresso Mundial, realizado em 1920, a IC aprovou seu estatuto e estabeleceu as 21 condições exigidas para a filiação dos diversos partidos comunistas, das quais algumas são transcritas a seguir:
........................................................................Essas condições, que espelhavam a rigidez da linha leninista, proporcionaram ao Partido Comunista da União Soviética (PCUS) a oportunidade de expandir o Movimento Comunista Internacional (MCl), subordinando os interesses nacionais dos países submetidos aos dos soviéticos e facilitando a interferência nas políticas internas das demais nações.