1a Parte - Capítulo III
A INTENTONA COMUNISTA

3. O Partido Comunista do Brasil (PCB)

O ano de 1934 marcou o início de uma nova fase para o PC-SBIC. Em julho, a sua I Conferência Nacional reelegeu, como secretário-geral, Antonio Maciel Bonfim, mais conhecido como "Miranda", antigo sargento da polícia militar baiana. Para minorar os efeitos aparentes de sua subordinação à IC, o PC-SBlC mudou seu nome para Partido Comunista do Brasil (Seção da Internacional Comunista), usando a sigla PCB. Esse conclave mudou a linha política do Partido, segundo os ditames da sua matriz. A luta era antifascista e deveria ser formada uma "frente popular contra os integralistas".

O PCB, radicalizando-se, passou a considerar-se como a "vanguarda na transformação da atual crise econômica em crise revolucionária - que já se processa - encaminhando todas as lutas para a revolução operária e camponesa". Conclamou os camponeses à tomada violenta das terras e à sua defesa pelas armas. Exortou a luta das massas "em ampla frente única, para transformação da guerra imperialista em guerra civil, em luta armada das massas laboriosas pela derrubada do feudalismo e do capitalismo". A luta, segundo o PCB, deveria ser elevada "até a tornada do poder, instaurando o Governo Operário e Camponês, a Ditadura Democrática baseada nos Conselhos de operários, camponeses, soldados e marinheiros". Com relação ao marxismo-leninismo, jactava-se o Partido de que era o "único neste pais que está baseado nessa ideologia, a qual já levou.à vitória o proletariado e as massas populares da sexta parte do mundo, a União Soviética" (3).

Em documento dado a público logo depois da Conferência, o PCD, vislumbrando as eleições de outubro, criticou a via parlamentar, sob qualquer forma ou rótulo com que se apresentasse, afirmando que "de modo algum resolve a situação das massa , situação que só poderá ser resolvida pela derrubada violenta desse governo e sua substituição pelo governo dos soviets (conselho) de operários, camponeses, soldados e marinheiros" (4).

A nova linha política do "novo PCB", em agosto qe 1934, passou a ser a da insurreição armada para a derrubada do governo e a tornada do poder. Os fatos 0corridos no ano seguinte mostrariam se estava preparado para isso e se iria alcançar seu objetivo.


(3) "A Classe Operárin", jornal do PCB, de 19 de agosto de 1934.

(4) Carone, E.: "O PCB - 1922 a 1943", Difel S.A., RJ, 1982, páginas 143 a 159, transcreve onrtigo "Aposição doPCB frente às eleições", do CC/PCB.