Inconformada com a política do Governo Dutra, que considerava antipopular e repressivo, a liderança nacional do PCB lançou um Manifesto, em janeiro de 1948, exigindo a renúncia do Presidente da República.
Entretanto, dissociado da realidade, o Manifesto não encontrou um mínimo de receptividade, nem entre os partidos políticos nem na classe operária. Ao contrário, induziu a reação do Governo, que cassou os mandatos dos parlamentares comunistas.
Afirma Moisés Vinhas: "Aos poucos, o Partido vai abandonando a linha política traçada na III Conferência Nacional, de 1946, e assumindo uma linha política esquerdista, sectária e subjetivista..." (9).
Após esse Manifesto, em que apela para a derrubada do Governo, o PCB passou a "adotar uma política de organização excessivamente conspirativa e ilegal" (10), "uma concepção militarista de partido, tomado como organização preparada para o assalto ao poder" (11).
O processo revolucionário chinês, de 1949, impressionou tanto os dirigentes do PCB, que, mecanicamente, pensaram em reproduzi-lo no Brasil. De acordo com Dinarco Reis: "Trata-se, certamente, da crônica tendência imperante no trabalho de direção manifestada; sobretudo, no hábito de copiar, de maneira arbitrária e grosseiramente esquemática, modelos e experiências políticas postas em prática por partidos comunistas de outras nações" (12).
O sectarismo e a tendência a açao violenta continuavam a ser a tônica do período.