1a Parte - Capítulo V
OS CRIMES DO PCB

4. Maria Silveira e Domingos Antunes Azevedo

Elisiário Alves Barbosa, militante do PCB, quando estava na clandestinidade em são Carlos, cidade do interior paulista, apaixonou-se pela também militante Maria Silveira, conhecida como "Neli". Indo para o Rio de Janeiro, o próprio Elisiário, após algum tempo de militância, acusou Neli de não mais merecer a confiança do Partido. O "Tribunal Vermelho" condenou-a à morte.

Planejado o crime, os militantes Ricarte Sarrun, Antonio Vitor da Cruz e Antonio Azevedo Costa, levaram-na, em 6 de novembro de 1940, até a Ponte do Diabo, na Estrada do Redentor, na Floresta da Tijuca. No transporte, usaram o táxi dirigido por Domingos Antunes Azevedo, conhecido por "Paulista". Logo ao chegar, Neli foi atirada da Ponte do Diabo por Diocesano Martins, que esperava no local. Mas, havia a possibilidade de que ela não morresse com a queda. Para certificar-se da morte, Daniel da Silva Valença aguardava no fundo do abismo. Neli, entretanto, já chegou morta. Foi esquartejada por Valença, que procurou torná-la irreconhecível a fim de dificultar a identificação e apagar possíveis pistas.

Dois meses depois, os assassinos de Neli estavam preocupados com a possível descoberta do crime. Em 20 de janeiro de 1941, reunidos, verificaram que o ponto fraco era o motorista do táxi, Domingos Antunes Azevedo. Decidiram eliminá-lo.

Antonio Vitor da Cruz e Antonio Azevedo Costa, "amigos" do motorista, atraíram-no para um passeio na Estrada da Tijuca. Foram, também, Diocesano Martins e Daniel da Silva Valença, este sentado ao lado do motorista. Num local em que o táxi andava bem devagar, Diocesano desfechou três tiros na vítima, que tombou de bruços sobre o volante. Valença freou o carro e o cadáver foi atirado à margem da estrada.

Segundo eles, os assassinatos de "Neli" e do "Paulista", em nome do Partido Comunista, jamais seriam descobertos.