3ª Parte - Capítulo I
1964

5. A estratégia de desenvolvimento

A economia brasileira, desde o término da 2ª Guerra Mundial, oscilara entre períodos de desenvolvimento e tentativas de estabilização. Desde a exaustão das divisas, em 1947, o País afundara cada vez mais em débitos externos. O crescente endividamento externo, decorrente da necessidade de recursos para a industrialização era, porém, um risco político para os governos que se sucederam.

A crise agravou-se entre 1957 e 1961, quando a expansão da economia e a construção de Brasília, em curto prazo, foram financiadas com a transferência de encargos para o futuro. Tornou-se crítica quando o governo de Jânio Quadros tentou aplicar medidas ortodoxas de estabilização.

O governo populista de Jango não se dispôs a enfrentar, o problema, que exigia medidas amargas e impopulares. Era muito mais cômodo culpar os credores e auferir vantagens políticas fomentando o sentimento nacionalista. A ênfase nacionalista já fora a tônica dos governos em toda a década de 50.

Tendo atingido o limite de tolerância de seus credores, o Brasil não conseguira encontrar uma nova maneira de financiar o seu desenvolvimento e mergulhava na estagnação.

Os problemas fundamentais que se apresentavam ao governo revolucionário eram, pois, racionalizar a economia e, posteriormente, promover o desenvolvimento.

Terminada a primeira reunião ministerial, o programa do governo revolucionário estava traçado em suas grandes linhas.

Um rigoroso programa antiinflacionário seria posto em prática. Foi previsto um plano habitacional, que poderia absorver parte da mão de obra liberada pela recessão industrial. Foi estabelecido um plano para a reabilitação do setor privado, inclusive para os investimentos na agricultura. Modificações cambiais deveriam permitir aproveitar a capacidade ociosa da indústria e diversificar as exportações. A atração de capitais de risco para suprir a deficiente poupança interna foi aprovada. A estratégia comportava, ainda, uma série de medidas visando a fortalecer e a melhorar a eficiência da máquina administrativa e um elenco de reformas: reforma fiscal de emergência, reforma habitacional, reforma bancária, reforma agrária e reforma administrativa estavam listadas numa primeira prioridade.