3ª Parte - Capítulo I
1964

9. O PC do B: uma linha revolucionária

O PC do B, com dois anos de existência, não foi atingido pela Revolução de Março, permanecendo incólume com a sua, ainda, pequena estrutura clandestina.

Em junho, uma reunião do seu Comitê Central estabeleceu a tática revolucionária do Partido, centrada no deslocamento do trabalho para o campo e no início da preparação da Guerra Popular.

De linha stalinista-maoísta, o PC do B usava uma linguagem grosseira e agressiva, buscando explorar a crise pela qual passava o PCB e recrutar militantes de suas fileiras.

Em agosto, a Comissão Executiva do PC do B aprovou o documento "O Golpe de 1964 e seus Ensinamentos", no qual analisa a Revolução de Março, tachando-a de "quartelada conduzida por um grupelho de generais retrógrados, aproveitadores e fascistas". Ataca decisivamente o "imperialismo norte-americano" e conclui afirmando que "os problemas fundamentais do País não serão resolvidos pela via pacifica".

Alguns meses mais tarde, concretizando o aliciamento dos radicais do PCB, iniciou o processo de integração do Comitê Regional Marítimo da Guanabara, liderado por Luis Guilhardini e José Maria Cavalcanti.