3ª Parte - Capítulo I
1964

10. A POLOP e a "Guerrilha de Copacabana"

A POLOP, segundo a própria opinião das esquerdas, chegou a antever a eclosão da Revolução de Março, tornando-se, em 1964, um forte atrativo para os comunistas decepcionados com o PCB.

Já em abril, reunindo militantes intelectuais que haviam passado à clandestinidade e núcleos de marinheiros e fuzileiros navais impregnados pelo marxismo, a POLOP procurou traçar as primeiras normas para a organização de um foco guerrilheiro (11).

Como, na maioria, os intelectuais eram da zona sul do Rio de Janeiro, o episódio ficou conhecido como a "Guerrilha de Copacabana", desarticulada, em seu nascedouro, pela ação dos órgãos policiais.

O desbaratamento da "Guerrilha de Copacabana" levantou o questionamento, pelas esquerdas, de como deveria estruturar-se e funcionar uma organização que propugnava a derrubada violenta do regime e, também, críticas sobre o comportamento, durante os interrogatórios, dos elementos, presos.

Entretanto, a publicidade dada ao episódio aumentou o prestígio da POLOP junto às esquerdas, por apresentá-la como uma organização que adotava o enfrentamento armado como forma de luta, atraindo os radicais.


(11) Do planejamento da "guerrilha" participaram Ruy Mauro de Araújo Marini, Luiz Muniz Bandeira, Arnaldo Assis Murthé, Dirceu de Assis Murthé, Guido de Souza Rocha, Cláudio Galeno de Magalhães Linhares, Antonio Duarte dos Santos, José de Sá Roriz e José Medeiros de Oliveira.