O Movimento Comunista Brasileiro - aqui entendido como o conjunto das atividades realizadas pelas organizações comunistas e por organismos por elas criados, infiltrados ou dominados, conduzidas segundo a ideologia marxista-leninista, que tem por finalidade implantar o comunismo no Brasil - passou a coexistir a partir de 1964 com a etapa que denominaram de confrontação, dividida em linhas gerais em três grandes períodos: o primeiro de 1964 a 1973, a defensiva estratégica; o segundo de 1974 a 1978, o equilíbrio estratégico; e o último ou atual, a partir de 1979, a contra-ofensiva.
O período de 1974 a 1979, caracterizar-se-ía como de equilíbrio, porque haveria o gradativo "desmantelamento dos rnecanismos explícitos de coação legal", níveis mais elevados de participação política e mais espaço para se organizarem e atuarem.
Nessa fase, as organizações subversivas levantariam bandeiras que variariam em ênfase e na forma de expressão, mas quase todas, diriam respeito à possibilidade de se prepararem para a tomada do poder, com segurança, com a garantia do direito, valendo-se da prerrogativa que só esse regime paradoxal - a democracia, sem aspas e adjetivos - oferece: a possibilidade de seus inimigos prepararem-se para a tomada do poder sob o amparo da lei.
Foram fixadas então as "bandeiras" com as quais iniciariam o seu trabalho de massa:
- anistia geral aos presos e condenados políticos;
- revogação do AI-5 e toda a legislação de exceção;
- liberdades democráticas (ou políticas);
- respeito aos direitos humanos;
- livre organização de todos os partidos políticos, inclusive os comunistas;
- punição de todos os responsáveis pelos crimes no período da ditadura;
- extinção de todos os órgãos de opressão.
Algumas OS incluíram, desde logo, entre suas bandeiras, a convocação de uma Assembléia Constituinte (3).