Na vizinhança onde eu morava havia uma casa velha onde vivia um homem magro e alto, com uma peruca muito bagunçada, tinha um chapéu de palha que cobria quase o rosto inteiro, uma camisa xadrez amarela; um casaco de couro e uma calça jeans encardida e rasgada e também uma barba grande que relava no umbigo.
Ele era muito esquisito, morava numa casa fechada e muito feia feita de madeira.
Sempre que ele passava no meio da rua e todos estavam brincando se afastavam com medo. Até tinham lhe posto um apelido: “Marcos Pamonha”, porque ele era muito bobão. Certo dia estávamos brincando de bola e Marcos Pamonha estava por ali, quando por um descuido a bola caiu aos seus pés.
A galera toda se espantou. Maria Lúcia estava quase fazendo xixi nas calças, ela tem até medo de barata morta! Fernando tremia feito vara verde! Pensávamos que ele ia furar a bola. Mas Marcos a jogou caindo ns mãos de Pedrinho.
No decorrer do tempo Marcos ia se afastando mais e mais. Até que nas férias todos foram viajar e eu fiquem em casa. Numa noite eu estava passando mal e minha mãe não estava, foi então que eu pensei em chamar alguém da vizinhança, mas todos estavam viajando.
Marcos Pamonha era o único que estava em casa. Fui até lá; tremendo muito, mas ele era o único que podia me ajudar! Quando eu bati na porta e ele apareceu, (ai!) foi que eu tremi mais ainda. No final das contas ele não era tão mau assim como eu pensava!
Quando contei aos meus colegas; eles não acreditaram, mas foi assim que Marcos Pamonha e nós ficamos amigos. Ele sempre brincava conosco na rua.