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GSM - Global System for Mobile Communications

Autora : Náiade Souza Di Rocha (*)

  

Chega ao mercado brasileiro no próximo ano, a terceira geração de celulares com a utilização da tecnologia européia GSM (Global System for Mobile Communications).

O padrão GSM surgiu na Europa, no início dos  anos 80, como uma alternativa de unificação das tecnologias de telefonia celular.

Antes do GSM, definitivamente implantado em 92, era o caos. Os mais de 40 países que então integravam o mapa do Velho Mundo utilizava, cada um, sua própria tecnologia de comunicação, todas incompatíveis entre si, que tornava inviável a comunicação nos limites do continente e dele com os países dos demais blocos geopolíticos e econômicos.

           O GSM, o mais antigo dos padrões digitais de telefonia móvel celular, chega ao Brasil com gosto de novidade. Uma nova banda, uma nova tecnologia que, por sinal, é mais antiga das três tecnologias digitais de telefonia celular em operação no mundo. 
Na avaliação de analistas, a questão da novidade terá peso na conquista do cliente. Mas, sem dúvida, as novas operadoras contarão com algumas vantagens técnicas e operacionais do padrão GSM em relação ao TDMA e CDMA, sobre os quais foram construídas as redes brasileiras. , mas, conta também com algumas desvantagens. Novinhas em folha, as redes GSM serão 100% digitais.

            O padrão mais bem sucedido para telecomunicações móveis em todo mundo, permitirá que os usuários brasileiros disponham de novos serviços e funcionalidades nas novas redes móveis, como:  possibilidade de vários utilizadores conversarem entre si ao mesmo tempo; chamadas de emergência, onde o 109 pode ser sempre marcado em qualquer rede; Serviço de mensagens curtas (SMS) através do qual podem ser enviadas e recebidas mensagens com até 126 caracteres.; chamada em espera; possibilidade de visualização do crédito/custos; transmissão e recepção de dados e fax com velocidades de até 9.6 Kbps; grupos restritos de utilizadores, permitindo que os telefones registrados nos grupos sejam utilizados com extensões de um outro telefone ou conta.; as chamadas são encriptadas, o que impede que sejam escutadas por outros; difusão celular, onde mensagens com até 93 caracteres podem ser enviados para todos os telemóveis numa área geográfica e as mensagens são recebidas quando o terminal não está a ser utilizado e podem ser recebidas a cada dois minutos; e utilização dos sistemas CLIP (Calling Line Identification Presentation)  que permite a visualização do número que nos está a contactar, e por oposição, o CLIR (Calling Line Identification Restriction) que impede que o nosso número seja visto por algúem (anónimo) via o CLIP.

            A grande novidade que chega com a tecnologia GSM é a facilidade GPRS (General Packet Radio Services), ou seja, a capacidade de se fazer a transmissão de dados não por comutação de circuito mas por pacote. Como na comunicação por pacote há compartilhamento do canal (cada pacote é enviado no momento em que há espaço no canal), ao contrário da comutação por circuito onde cada comunicação ocupa um canal, há uma grande economia de espectro. O CDMA já conta com essa facilidade na velocidade de 14,4 kbps (ainda não adotada na redes brasileiras); e o TDMA, com a solução CDPD (Cellular Digital Packet Data), na velocidade de 19,2 kbps, também não presente no país. Só que a velocidade do GPRS, 50 kbps nas versões em operação, é bem superior.

Graças ao SIM Card, os serviços não estão associados ao telefone, mas ao cartão inteligente; o cliente pode trocar de aparelho quantas vezes quiser, sem perder seus serviços, ajustes e telefones armazenados na agenda do aparelho.

            Outra vantagem está no fato de a sinalização da rede GSM ter sido construída com base na sinalização da rede fixa. Em função disso, as redes GSM, virão com serviços de rede inteligente, que permitem, por exemplo, direcionar a chamada feita para um celular GSM para outros telefones, conforme o horário do dia.

Com o sistema de numeração e o roaming automático, os clientes de redes GSM, quando visitarem outras redes GSM (no Brasil ou no mundo), terão roaming automático do serviço de voz e de serviços adicionados (pré-pago, SMS, WAP, entre outros). Redes TDMA e CDMA, por que foram construídas com a sinalização de rede IS-41 (a mesma das rede analógicas AMPS, da década de 70), têm maior dificuldade na instauração de mecanismos de roaming. Mesmo assim, a favor das redes CDMA e TDMA conta a cobertura maior, em função da base instalada, e o roaming nacional automático.

Para efeitos práticos, a banda A e a banda B cobrem todo o país. Por meio de canais analógicos, assinantes de redes TDMA podem usar o serviço de voz de redes CDMA, e vice-versa, pois todo telefone TDMA ou CDMA é de duas tecnologias (dual mode; funciona no padrão digital e no padrão analógico AMPS).

No padrão GSM, não há a possibilidade de usar os canais analógicos para roaming. Clientes de redes GSM terão de esperar telefones com várias tecnologias e bandas para poder falar com redes não GSM quando estiver fora de sua área de cobertura: TDMA em 800 MHz e GSM em 900 MHz e 1,8 GHz.


(*) A autora, Náiade Souza Di Rocha (naiade_rocha@hotmail.com),   é formada em Ciência da Computação pela Universidade Católica de Goiás, Especialista em Redes pela Universidade Salgado de Oliveira e  aluna do programa de Mestrado em Engenharia Elétrica e da Computação, área de Telecomunicações, da Universidade Federal de Goiás.

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