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Dezembro 2008               Índice Geral do BLOCO

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13/12/08

• Rascunhando idéias para ... - Nova mensagem de Julião Braga

----- Original Message -----
From: Julião Braga
To: wirelessbr@yahoogrupos.com.br
Sent: Saturday, December 13, 2008 2:09 PM
Subject: Re: [wireless.br] Re: Rascunhando idéias para uma nova definição do ecossistema de serviços de telecom

Olá Pessoal,
 
Vou continuar o debate, sobre o assunto acima, incluindo o assunto "Profissão de fé" abordado pelo Smolka.
 
Usarei o formato do Rogério, por ser compreensível, incluindo a referência do autor. Irei me ater ás questões de meus argumentos do passado, principalmente com o objetivo de esclarecer. A sequência é aleatória.
 
> SMOLKA:
E, por último, lembrem sempre que a minha ideologia política está próxima ao minarquismo. Não esperem de mim simpatia com idéias socialistas e/ou estatizantes. Sem chances.
>

Pessoalmente, não estou discutindo ideologia e nem defendo nenhuma ideologia. Como você mesmo diz, sem chances. Acho que nenhum de nós devemos fazê-lo sob o interesse pessoal com foco na estrutura do estado. Se fizermos assim, estaremos prejudicando o debate. E, se nas entrelinhas de algum comentário meu interpretou-se um fio sequer de ideologia, por favor, me digam, para que eu possa esclarecer. Eu não percebi nenhuma referência nas entrelinhas de ninguém e, se visse, procuraria ignorar, como ignoro aquilo que não tenho habilidades para compreender ou discutir. Exceto se for uma abordagem direta.
 
Se, enfim, alguém vislumbrar ideologia nos meus pontos de vista, por favor, prefiro que pense em Alvin Toffler, no debate em que ele coloca o futuro, sob a batuta do conhecimento e o considera a "riqueza revolucionária".
 
Em resumo, minha simpatia é pelo ajuste da sociedade (incluindo os três poderes, empresas e o indivíduo). Se estamos em um debate é porque alguma coisa está fora do rumo. Exceto se formos fanáticos, o que não acho ser o caso. Ou, não ficou demonstrado, até agora.

> SMOLKA:
Gente, o real problema com a Internet é muito mais profundo que simplesmente garantir acesso isonômico a backbones. O que está em curso há alguns anos, e que não vai voltar atrás, por mais que alguns queiram, é uma disputa direta sobre quem terá o papel dominante no mercado de serviços de telecomunicações do século XXI (ou, pelo menos, deste primeiro terço dele). E os sinais desta disputa estão espalhados por toda parte. Basta prestar atenção.
>
 
Meu pensamento não é bem assim. "Backbone", é uma palavra muito abrangente. "Backbone" da Internet não é exatamente, o que acho devamos discutir. Nossa preocupação está o Brasil x telecomunicações em geral. E as redes de longa distância, que é o meu mote. Depois disso vem o acesso à Internet (outro enorme problema). Já me referi ao debate que está havendo nos EEUU e outros países, com a denominação de "Neutralidade da Internet. Os jornalistas insistem em dizer "Neutralidade da internet". Com outro nome, esses países estão discutindo o mesmo que nós. No Brasil, em particular temos dificuldades para ampliar esse debate face às características peculiares, com legislação cheia de vícios de origem (deste a queda da Telebrás) prejudicada por: "lobby" indiscriminado, corrupção (quem sabe ~ a terrorismo) desenfreada, governantes passivos, senadores e deputados sem preparo, assustadora e descarada impunidade, etc., etc., etc. etc., ...
 
No meu debate aqui, falo pouco de legislação. E prefiro não falar, pois não estou preparado para isso. Deixo essa questão para !3runo, Rogério e outros muito bem preparados. Retiro, também, de minhas argumentações, o tal do "bakhaul" recentemente reinventado, acho. E ideologia, como disse acima.
 
Onde está a questão do debate para mim? Atrás do acesso à Internet. Em outras palavras, na infra-estrutura nacional que permite o brasileiro, em qualquer parte desse país, acessar a Internet. Nesse aspecto, Smolka, o futuro ainda não está definido e nem pode ser previsto. Eis alguns componentes importantes, todos provocados pela imponência do estado brasileiro:
 
a. A Eletronet tem um backbone de fibra ótica impressionante. Todos já sabem disso. Pode ser visto aqui: http://www.eletronet.com/images/mapa_rede_eletronet.jpg. Há uma certa dificuldade em saber se essa figura mostra somente o que pertence à Eletronet ou está incluído as redes das outras eletros da vida: Eletronorte, Chesf, etc.
b. Algumas dezenas de outras eletros possuem redes de fibra ótica.
c. A Infovias, subsidiária da Cemig - uma estatal dizem, eficiente - tem redes espalhada em várias cidades de Minas Gerais. Vejam aqui: http://www.infovias.com.br/
d. A RNP, com uma bela infra-estrutura que nem sei por onde recomendar a se ver. Quem sabe, por aqui: http://www.rnp.br/remav/projeto.html. Mas a visão interessante, aqui: http://www.rnp.br/backbone/. 
É sempre bom não esquecermos das histórias que correm a boca pequena, sobre possível dívida da Eletronet com o BNDES e os impasses com sócios estrangeiros. Não tenho nenhum conhecimento preciso sobre tais questões. Ouvi de pessoal da própria Eletronet, há uns dois anos atrás. Tudo pode estar resolvido. Mas devemos lembrar que já foi entoado publicamente o interesse do estado brasileiro em se apropriar da rede da Eletronet, Eletrobrás, etc., para recriar a Telebrás, conforme sabemos.
 
Insistindo, sobre a RNP, quando falo dela e cito exemplos de possíveis alternativas é pelo CONHECIMENTO (ou competência, como queiram), da RNP. A RNP não joga dinheiro fora. Ela sabe muito bem o que está fazendo e da melhor maneira. Um ótimo exemplo. Essa habilidade da RNP que recomendo, sempre, ser utilizada. Acho que os recursos destinados à RNP devem ser triplicados. Mude-se as regras do FUST, por exemplo. Mas traga-se a RNP para nosso lado. Nada ideológico nessa proposta, pois trata-se de uma ampliação dos objetivos. O que adiciono à proposta, desde início é a participação da área acadêmica de forma mais agressiva pois é através dela que manteremos o "itinera ad futurum" (aqui no singular). 
 
> Smolka:
 Vou ser curto e grosso. As operadoras de telecom, e seus tradicionais fornecedores de equipamentos, e os fora (plural latino correto para forum) de padronização, não estão abraçando alegremente a idéia de transformação das suas redes para um modelo all-IP. Isto está sendo feito, com muito choro e ranger de dentes, por pura necessidade. Por causa da percepção que a convivência entre a Internet e as redes de telecomunicações não é simbiótica, é parasitária. E, se nada for feito para impedir, a Internet (o parasita) tem grandes chances de engolfar e substituir completamente as redes de telecomunicações (fixas e móveis) subjacentes a ela (o hospedeiro).
>

Não sei Smolka. O impasse das concessionárias é a telefonia fixa legada. Se a perda da escalabilidade, um dinossauro maior do que o original, custos de manutenção altíssimo, cada vez menos pessoal qualificado e como você diz em algum outro lugar, fabricantes à procura de outras tecnologias, o problema das concessionárias é realmente grave. Se não é assim que as concessionárias pensam, era assim que pensavam em passado recente. Colocando-me no lugar delas, acho que rangeria os dentes para cair fora do legado não convergente ou seja, que está atrapalhando o passo da convergência, exigindo mais recursos para investir do que as empresas que estão começando no mercado (que o próprio legado está estimulando), concorrendo de forma cada vez mais agressiva.
 
Finalmente, para terminar a primeira etapa de minha abordagem, fique claro: o estado brasileiro, ops, a sociedade brasileira deveria aproveitar as mazelas, idiossincrasias e momento oportuno para estabelecer uma regra clara sobre a infra-estrutura do transporte de dados no Brasil. Não que não haja outras soluções, pelo contrário, a iniciativa privada é pródiga. Uma idéia muito simples: facilite o ingresso à esta infra-estrutura à iniciativa privada, de forma ISONÔMICA, antes que ela não valha mais nada.
 
 
[]s, Julião

 

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