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Dezembro 2008               Índice Geral do BLOCO

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29nn/12/08

• Rádio Digital (39) - Enfim, uma boa notícia: "Hélio Costa abandona projeto de rádio digital"

----- Original Message -----
From: Helio Rosa
To: Celld-group@yahoogrupos.com.br ; wirelessbr@yahoogrupos.com.br
Sent: Monday, December 29, 2008 11:47 AM
Subject: Rádio Digital (25) - Enfim, uma boa notícia: "Hélio Costa abandona projeto de rádio digital"
 
Olá, ComUnidade WirelessBRASIL!
 
01.
Nosso "Serviço ComUnitário" acompanha pela mídia, desde agosto de 2006, o tema "Rádio Digital".

Está tudo registrado na nossa coleção de "posts" registrada no item 03 desta mensagem.

Nesse período, o ministro Helio Costa fez uma escandalosa defesa do padrão americano IBOC. 
Mas mudou de idéia, ufa!  :-)
 

Em recente artigo assinado, do dia 21 de dezembro, o ministro declara:
(...) o Ministério das Comunicações não defendeu, e nem defende, a adoção de qualquer dos sistemas estudados enquanto os técnicos do Minicom e da Anatel não estiverem satisfeitos com os testes que estão sendo realizados no Brasil e forem criteriosamente avaliadas as experiências com o rádio digital nos EUA e na Europa. (...)
Sem comentários, devido à uma ligeira indisposição estomacal...  :-)

O ministro, neste artigo, faz um recuo em seu posicionamento anterior e isto é uma boa notícia neste final de ano!

Não tenho dúvidas que o motivo é político-eleitoral, para eliminar desgastes, mas creio firmemente que o acompanhamento pela mídia, apesar de não raro "pautada" e nem sempre isenta, foi decisivo para este recuo.

Resta saber se será definitivo pois muitas empresas gastaram um bom dinheiro na importação de equipamentos no embalo das declarações favoráveis do ministro.

Vai uma sugestão:
O ministro Costa, aproveitando seu conhecimento do assunto, poderia certamente plantar uma bela semente que iria valorizar muito seu currículo: criar um projeto concreto, com muitos recursos, para que nossa Academia, de reconhecida competência, possa se aprofundar no tema e, quem sabe, criar um padrão brasileiro de Rádio Digital.
 
02.
Eis as manchetes das notícias e artigos transcritos mais abaixo:
 
Fonte: Adnews
[29/12/08]   Hélio Costa abandona projeto de rádio digital por Ethevaldo Siqueira, do Estadão
(...) A mudança de posição foi radical. Depois de ter defendido abertamente durante quase três anos e meio o padrão de rádio digital norte-americano (Iboc ou HD), apresentando-o como o único aceitável para o Brasil, o ministro das Comunicações, Hélio Costa, acaba de retirar seu apoio àquela tecnologia, também preferida pela Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert). (...)

 
Ethevaldo cita um artigo de Helio Costa que está transcrito mais abaixo:
Fonte: Caros Ouvintes
[21/12/08]   E o rádio digital? Uma análise responsável por Hélio Costa, jornalista, senador da República, ministro das Comunicações
(...) O rádio digital, mesmo nos países de origem, tem ainda muitos problemas, que precisam ser solucionados antes de tomarmos uma decisão que terá um impacto direto nas comunicações. (...)
(...) Certamente, precisamos modernizar o rádio, mas só podemos fazer isso quando os sistemas estiverem funcionando a contento, seguindo as normas técnicas exigidas no exterior e no Brasil. (...)
 
No artigo, Helio Costa cita estas duas matérias que também transcrevemos mais abaixo:

Fonte: Caros Ouvintes
[05/12/08]   E o rádio digital?  por Nair Prata, Jornalista, doutora em lingüística aplicada (UFMG), professora do Centro Universitário UNI-BH
 
Fonte: Wall Street Jounal
[04/11/08]   Weak Signals: Can HD Radio Find Listeners? by Sarah McBride
 
Boa leitura!
Ótimo 2009!
Um abraço cordial
Helio Rosa
 
 
Fonte: Adnews  Origem: Estadão
[29/12/08]   Hélio Costa abandona projeto de rádio digital por Ethevaldo Siqueira, do Estadão
 
A mudança de posição foi radical. Depois de ter defendido abertamente durante quase três anos e meio o padrão de rádio digital norte-americano (Iboc ou HD), apresentando-o como o único aceitável para o Brasil, o ministro das Comunicações, Hélio Costa, acaba de retirar seu apoio àquela tecnologia, também preferida pela Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert).
 
O ministro reconhece agora o que todos os técnicos independentes vinham afirmando desde 2006: em todo o mundo, a tecnologia de rádio digital ainda tem muitos problemas que não permitem sua adoção no Brasil.
 
O recuo de Hélio Costa, embora tardio, é um fato positivo, pois seria muito pior se o País adotasse o padrão Iboc. O maior prejuízo ficaria com as 5 mil emissoras de rádio brasileiras, que seriam levadas a investir numa tecnologia que aindafunciona precariamente.
 
O que mais estranhou os observadores nesse episódio foi a posição da Abert, ao defender apaixonadamente o padrão norte-americano, mesmo diante da comprovação de seus problemas.
 
MARCHA A RÉ
 
Hélio Costa anunciou sua nova posição no domingo passado, em artigo no jornal O Estado de Minas (leia-o no site Caros Ouvintes, http://www.carosouvintes.org.br/blog/?p=2111), em resposta à jornalista e professora Nair Prata, que havia cobrado do ministro, no início de dezembro, o cumprimento de suas promessas quanto ao rádio digital.
 
Entre as diversas opiniões citadas no artigo de Hélio Costa, uma das mais convincentes foi a de Sarah McBride, editora de tecnologia do Wall Street Journal (http://online.wsj.com/article/SB122575904804195337.html).
 
Na realidade, o jornal norte-americano apenas confirmou a conclusão já conhecida havia muito tempo: depois de quase 5 anos de introdução nos Estados Unidos, a nova tecnologia digital não conta hoje sequer com 10% da adesão das emissoras.
 
Para se ter idéia da baixa penetração do rádio digital nos Estados Unidos, basta lembrar que, do lado dos ouvintes, mesmo com preços subsidiados, apenas 0,15% da população norte-americana adquiriu seu receptor digital.
 
PROBLEMAS
 
Uma das características do padrão conhecido pelo nome de In Band on Channel (Iboc) ou HD Radio, criado pela empresa Ibiquity, é utilizar o mesmo canal de freqüência para transmitir um único programa, simultaneamente, tanto no modo analógico quanto no digital. A idéia é excelente, mas, até agora, o sistema não tem funcionado de forma satisfatória.
 
Nas transmissões em AM e FM, o padrão Iboc apresenta, entre outros, o problema do atraso (delay) de 8 segundos do sinal digital, em relação ao analógico. Como o alcance do sinal digital é menor do que o analógico, nos limites de sua propagação, a sintonia oscila entre um e outro, com grande desconforto para o ouvinte.
 
Embora pareça ser a grande saída, a idéia de usar o mesmo canal para transmissões analógicas e digitais, adotada pela empresa Ibiquity, não tem tido sucesso na prática. O fato indiscutível é que essa tecnologia ainda não está madura e apresenta diversos problemas sérios, como a impossibilidade de se utilizarem receptores portáteis - pois o consumo de energia é tão elevado que as baterias se descarregam em poucas horas.
 
Na Europa, outras tecnologias têm sido propostas em faixas de freqüências exclusivas para o rádio digital, o que, no entanto, obrigaria à troca de todos os receptores. Conclusão: ainda temos que esperar que o mundo desenvolva uma solução melhor para a digitalização do rádio.
 
ANÚNCIOS PRECOCES
 
O ministro Hélio Costa, desde que tomou posse no Ministério das Comunicações, em julho de 2005, tem anunciado numerosos projetos puramente imaginários que nunca se concretizam ou que se revelam inviáveis.
 
Na abertura do evento internacional Américas Telecom, em outubro de 2005, em Salvador (Bahia), ele anunciou que o Brasil já vivia "a era do rádio digital" (quando apenas algumas emissoras iniciavam os primeiros testes com o padrão norte-americano HD Radio ou Iboc). Na mesma ocasião, anunciou ao auditório que a Grande São Paulo veria as imagens da Copa do Mundo de 2006 com imagens da TV digital, que só entrou no ar em 2 dezembro de 2007.
 
Entrevistado no programa Roda Viva, da TV Cultura, em 2005, afirmou categoricamente que o Ministério das Comunicações iria investir não apenas o montante de R$ 600 milhões anuais dos recursos do Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (Fust), bem como o saldo acumulado então superior a R$ 4 bilhões.
 
Até hoje o Brasil não utilizou praticamente nada do Fust. No ano de 2006, o ministro garantiu que o Japão havia concordado em instalar uma indústria de semicondutores (circuitos microeletrônicos) no Brasil, em contrapartida à escolha do padrão de TV digital nipo-brasileiro. Na verdade, o Japão jamais prometeu essa fábrica.
Ethevaldo Siqueira - O Estado de S.Paulo
 

 
Fonte: Caros Ouvintes
[21/12/08]   E o rádio digital? Uma análise responsável por Hélio Costa, jornalista, senador da República, ministro das Comunicações

O rádio digital, mesmo nos países de origem, tem ainda muitos problemas, que precisam ser solucionados antes de tomarmos uma decisão que terá um impacto direto nas comunicações.
 
O artigo de Nair Prata (3/12) sobre o projeto de rádio digital, em estudos no Ministério das Comunicações (Minicom), merece reparos em virtude dos inúmeros equívocos cometidos pela autora. O primeiro é não ver que a TV digital está com o seu cronograma de instalação adiantado em 18 meses e que, em apenas um ano, desde seu lançamento, em 2 de dezembro de 2007, cerca de 46% da população brasileira, inclusive a de Belo Horizonte e região, já tem cobertura de TV digital. Os Estados Unidos levaram 10 anos para chegar a esse índice em um país que tem aproximadamente a mesma extensão territorial do Brasil. Diferentemente da TV, o rádio digital continua enfrentando sérios problemas nos seus países de origem. Em retrospecto, quando chegamos ao Ministério das Comunicações, há três anos, algumas das principais emissoras brasileiras já estavam testando, sem observação de normas técnicas, o sistema norte-americano IBOC de rádio digital. O grupo de trabalho que criamos para supervisionar as decisões sobre o rádio digital sugeriu a realização de testes oficiais e rigorosos com o IBOC e também com os padrões europeus. O nosso objetivo é encontrar as ferramentas básicas de um sistema que transmita em ondas médias (OM) e freqüência modulada (FM), de modo a que o receptor do rádio digital possa captar as transmissões no sistema analógico atual, em OM e FM, e passar automaticamente para o digital onde a tecnologia estiver disponível. Caso contrário, precisaríamos de três receptores diferentes: um para o rádio analógico que você tem em sua casa ou no carro, um para captar a transmissão em FM digital e outro para captar a transmissão em ondas médias ou OM digital.
 
Os padrões norte-americano e europeu de rádio digital têm diferenças fundamentais. Enquanto o IBOC transmite no mesmo canal, sem utilização de um novo espaço no espectro eletromagnético, tanto em OM quanto em FM, o europeu DAB (digital audio broadcasting) , precisa de freqüências diferentes para a transmissão em ondas médias e não faz transmissões em FM, ou freqüência modulada. O DRM, por sua vez, também só transmite em OM e precisa de novos canais, impossibilitando a sua utilização nas principais cidades brasileiras. Só recentemente o padrão europeu DRM informou que está estudando um sistema de freqüência modulada, transmitido no mesmo canal, no sistema digital. A empresa IBiquity, detentora da patente do IBOC, ou Radio HD, se prontificou a trazer os equipamentos para os testes que estão sendo conduzidos no Brasil pela Universidade Mackenzie, supervisionados pelo Ministério das Comunicações, Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert). Os europeus, entretanto, até agora, não viabilizaram a aparelhagem necessária às medições de campo, fundamentais para uma avaliação científica e correta dos seus padrões. Outra questão que os três sistemas precisam resolver é a transmissão em baixa potência, que ainda não está definida, para que o rádio digital, no Brasil, não exclua as rádios comunitárias autorizadas, principais instrumentos de interação dos bairros e pequenas comunidades. Na verdade, esperamos que os EUA e a Europa resolveram os problemas que encontraram na implantação do rádio digital e que impediram, até agora, a sua popularização.
 
Vejam os exemplos: a edição do Wall Street Journal de 4 de novembro trouxe um artigo assinado pela editora de tecnologia Sarah McBride, no qual diz que “apesar dos milhões de dólares gastos no desenvolvimento e divulgação do Rádio Digital HD, os consumidores, até agora, não têm informações suficientes e ainda não demonstram qualquer entusiasmo pela nova tecnologia”. A revista Radio World, editada por engenheiros de rádio, em artigo de Paul J. McLane, diz que apenas 0,0015% dos norte-americanos ouvem o rádio digital, que está sendo testado comercialmente por 1,8 mil rádios de um total de 13 mil emissoras existentes no país. A FCC, a agência reguladora norte-americana, informa que o Radio HD cobre, atualmente, só 1,5% do território norte-americano e que tem apenas 450 mil usuários em uma população de 300 milhões de pessoas. A revista Radio World critica, também, o preço do receptor de rádio digital nos EUA: US$ 80 (R$ 170), o mais barato. Imagine a que preço esse rádio chegaria ao Brasil. Na Europa, a implantação do rádio digital também está com enormes problemas. A conceituada publicação Observatório do Direito à Comunicação, em 22 de fevereiro deste ano, fez uma análise crítica da questão sob o título “A transição para o rádio digital ainda está em xeque na Europa”. O artigo relata o “relativo fracasso do rádio digital, em ondas médias, reafirmando que os testes demonstraram que a qualidade do áudio do sistema DAB ou transmissão de rádio digital é pior do que o áudio da transmissão FM analógica”. O jornal inglês The Guardian, por sua vez, foi ainda mais incisivo na observação técnica que fez, e reproduziu assim o pensamento dos radiodifusores europeus: “Nós temos medo de dizer isso publicamente, mas, se pudéssemos, todos nós (dirigentes de rádios digitais) devolveríamos nossas licenças de DAB amanhã”. O analista de mídia do Dresdner Kleinwort, Richard Menzies-Gow, completou: “Os custos são altos e o formato não gera lucro”.
 
Como se vê, claramente, nem mesmo nos Estados Unidos e na Europa o rádio digital está aprovado. O Brasil está atento a tudo isso e só tomará uma decisão quando ela for tecnicamente correta e atender o interesse público. A demora não é nossa. O rádio digital, mesmo nos países de origem, tem ainda muitos problemas que precisam ser solucionados antes de tomarmos uma decisão que terá um impacto direto nas comunicações, na indústria eletroeletrônica e principalmente nas políticas públicas de inclusão digital. Por outro lado, como fez na decisão da TV Digital, o Governo Brasileiro não escolherá “um sistema de rádio digital até o fim de 2008″, como diz equivocadamente a articulista. Vamos indicar as ferramentas que devem compor a arquitetura do rádio digital. Na verdade, entre outras exigências, já amplamente divulgadas, o sistema terá de contemplar a transmissão em FM e OM, no mesmo canal, cobrir todas as zonas de sombras do rádio analógico, dar à indústria brasileira acesso aos detalhes técnicos do padrão, promover a transferência de tecnologia e não ter custo para o rádio-ouvinte.
 
Assim, ao contrário do que diz um e-mail divulgado pelo Núcleo de Pesquisa de Rádio e Mídia, e citado pela articulisa Nair Prata no Estados de Minas, o Minicom não propôs qualquer parceria com a empresa americana IBiquity. O que sugeriu foi que as indústrias brasileiras de eletroeletrônicos procurem os detentores das patentes dos sistemas norte-americano e europeus para discutir a transferência de tecnologia e os direitos de uso, especialmente do IBOC estadunidense, um sistema proprietário e com várias ferramentas exclusivas que demandam pagamento de royalties. Os mais recentes testes do rádio digital, realizados na cidade de São Paulo pela Universidade Mackenzie, concluíram, em julho último, que o IBOC, em ondas médias, apresenta sérios problemas de propagação, com áreas de sombra maiores do que as que são observadas no sistema analógico. O sistema europeu, DRM, por sua vez, só agora anuncia que está trabalhando com a possibilidade de transmissão em FM, no mesmo canal. Ainda ao contrário do que diz a articulista, o Ministério das Comunicações não defendeu, e nem defende, a adoção de qualquer dos sistemas estudados enquanto os técnicos do Minicom e da Anatel não estiverem satisfeitos com os testes que estão sendo realizados no Brasil e forem criteriosamente avaliadas as experiências com o rádio digital nos EUA e na Europa. Certamente, precisamos modernizar o rádio, mas só podemos fazer isso quando os sistemas estiverem funcionando a contento, seguindo as normas técnicas exigidas no exterior e no Brasil.
* Jornalista, senador da República, ministro das Comunicações
 


Fonte: Caros Ouvintes

[05/12/08]   E o rádio digital?  por Nair Prata, Jornalista, doutora em lingüística aplicada (UFMG), professora do Centro Universitário UNI-BH

A implantação da TV digital no Brasil completa um ano, alcançando a marca de 470 mil aparelhos vendidos com o conversor embutido, atingindo cerca de 910 mil brasileiros, ou 0,5% da população do país, de 183 milhões.  (*)
 
Mas e o rádio digital? Quando será, finalmente, que os brasileiros conhecerão essa nova modalidade de radiofonia? A data para o início das transmissões do rádio digital no Brasil era, inicialmente, 14 de setembro de 2007. Mas um amplo movimento dos pesquisadores de rádio e mídia sonora de todo o país questionou o Ministério das Comunicações acerca da tecnologia e dos métodos que poderiam ser utilizados na implantação da modalidade digital. O movimento culminou com um encontro em Brasília, em 13 de dezembro, entre uma comissão de três professores e o próprio ministro Hélio Costa.
 
Na reunião, o ministro informou que o governo queria ser parceiro da empresa norte-americana i-Biquity, detentora da tecnologia HD Radio, no desenvolvimento de um sistema de transmissão e recepção de rádio digital adaptado às particularidades brasileiras. Hélio Costa afirmou também, à época, que o interesse do governo era ser como um sócio da empresa para, inclusive, fabricar equipamentos no Brasil e, no futuro, exportar transmissores e receptores para outros países da América Latina. O ministro condicionou esta aproximação à abertura da tecnologia, hoje sob controle total da empresa. Com a medida, os radiodifusores passariam a ter direito de uso e de adaptação do HD Radio às características do sistema de radiodifusão sonora brasileiro.
 
O tempo passou e, findo o primeiro semestre deste ano, a população foi brindada com a informação do Ministério das Comunicações de que até o fim de 2008 o Brasil teria o rádio digital. Dezembro começa e a promessa não se concretiza. A digitalização das transmissões radiofônicas no Brasil deve proporcionar mudanças tanto no aspecto técnico, quanto no conteúdo. No campo técnico, a principal transformação é o som de primeira qualidade, isto é, o AM com som de FM e o FM com som de CD. Mas também devem chegar, possivelmente, novidades no campo da linguagem, com novas possibilidades interativas, novos canais de transmissão e, certamente, um novo jornalismo.
 
Em Minas Gerais, apenas duas emissoras, das 350 existentes, têm dado passos concretos rumo à implantação do rádio digital: a Rádio Globo AM, que iniciou os testes em 2005, e a Rádio Itatiaia FM, que se prepara para as experimentações. Como nos casos das outras emissoras brasileiras autorizadas pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), as experiências em Minas são com o Iboc (In-Band O Channel). Em entrevista para um estudo apresentado há duas semanas no Encontro Nacional de Pesquisadores em Jornalismo, em São Paulo, a Associação Mineira das Emissoras de Rádio e televisão (Amirt) informou que o digital em Minas não vai chegar no prazo previsto. Segundo o diretor Luiz Carlos Gomes, em 2007, os trabalhos não avançaram e isso certamente vai impedir que o rádio digital se torne uma realidade em Belo Horizonte nos próximos cinco anos.
 
Na pesquisa apresentada no congresso, Gomes observa que a evolução do processo tem sido impedida em todo o Brasil pelo atraso na escolha do sistema de transmissão e pela limitação de recursos, principalmente por parte das pequenas e médias emissoras. O diretor da Amirt explica que, apesar de o investimento médio mínimo ser de cerca de R$ 300 mil para uma emissora que já conta com base física bem estruturada, há aquelas que já investiram mais de R$ 1 milhão só neste período de testes ainda sem saber oficialmente se o modelo que o Brasil vai adotar será mesmo o Iboc. Gomes diz que para os radiodifusores está difícil até calcular os custos da empreitada. Segundo ele, a Amirt fez uma tentativa, frustrada, de consultar nas indústrias brasileira e norte-americana os custos para a implantação de transmissores digitais.
 
“Observamos que investir no rádio digital envolve muito dinheiro e apostas no escuro em um projeto cercado de informações imprecisas. Todos os preços passados pelos fornecedores eram hipotéticos, impossibilitando as emissoras de terem, previamente, uma noção do quanto precisariam dispor para a implantação do sistema digital.” Quando o país comemora o primeiro aniversário da implantação da TV digital, pergunta-se: quando o rádio digital chegará ao Brasil?
 


Fonte: Wall Street Jounal
[04/11/08]   Weak Signals: Can HD Radio Find Listeners? by SARAH MCBRIDE
 
The radio industry's answer to the Internet, iPods and satellite radio has been slow to make waves with consumers.
 
Called HD Radio, the technology allows radio stations to transmit a digital signal in addition to a traditional analog signal. Plus, extra stations, called "HD-2" or "HD-3," allow broadcasters to offer a wider range of programming in a static-free medium. And listeners don't have to pay subscription fees charged for satellite radio.
 
But four years after the first HD radios hit the marketplace, the new service hasn't gained traction with consumers. For one thing, the signal can be heard only through special digital radio receivers, with prices that start at about $80. And just some of the nation's radio stations offer extra HD-2 or HD-3 channels -- with programming that often isn't much different from what broadcasters play on their primary frequencies. Moreover, the digital signal typically doesn't reach as far as the same station's analog signal, so in many cities, the signal comes and goes as listeners drive around town.
[Sony's XDR-S10DHiP] Sony
 
Sony's XDR-S10DHiP is one of about 70 different tuners in the marketplace that get HD Radio.
 
These drawbacks are temporary, argues Bob Struble, chief executive of Ibiquity Digital Corp., the company that licenses and develops HD Radio technology. He points to improvements, such as steadily lowering prices for HD radios, along with some innovative HD stations.
 
Still, some industry veterans say HD Radio's rollout was bungled and fear that the window of opportunity is rapidly closing as other audio entertainment options, like Apple Inc.'s iPod music players, become entrenched. "If they don't get [HD Radio] going right now, they're going to lose it," says Bill Figenshu, a Skytop, Pa., consultant to radio and other media companies.
 
About 600,000 HD radios are expected to sell this year. Many say that rate is too slow, considering that satellite radio now has 19 million subscribers and that Apple will sell about 33 million iPods in the U.S. this year, says Majestic Research's Richard Klugman.
 
But Mr. Struble says those aren't the right comparisons. Because HD radio represents an upgrade rather than a brand new technology, it makes more sense to compare it to the rollout of FM in an AM-dominated radio environment or to color television in a world of black and white. Both technologies took years to become dominant. "If folks expect this to be a one- to two-year transition, that's not realistic," he says.
 
HD Radio is trying to find ways to piggyback on other popular products, like creating HD tuners with docking stations for iPods and a feature that allows users to tag songs for purchase later on iTunes.
 
Despite millions of dollars spent developing and marketing HD radio, consumers' awareness and enthusiasm for the new technology is hard to gauge. The industry-backed HD Radio Alliance, citing a survey it commissioned from Critical Mass Media, says three out of four radio listeners know about the technology. But an independent study from ratings service Arbitron Inc. and Edison Media Research released earlier this year says only about one in four had heard or read "anything recently about HD Radio." Since that study, the industry has launched an aggressive advertising campaign for HD Radio.
 
Of some 13,000 radio stations in the country, about 1,800 are broadcasting digitally. And of those, some 900 are offering extra HD-2 or HD-3 stations. About 84% of Americans live in an area where they can hear at least one HD radio station, Ibiquity says.
 
Work is also needed on the retail side, where some consumers report walking into big electronics stores, asking for HD radio receivers and being led instead to the section for satellite radio.
 
About 100 different models will be available in stores this holiday season, up from just 30 last year, according to Ibiquity. Yet persuading holiday shoppers of HD Radio's merits poses another challenge. The lure of extra HD stations isn't always all it's cracked up to be, with too many sounding just like what is already on the dial -- a classic-rock station might offer deep-cuts classic rock on its HD-2 channel, for example. With such routine fare, "the audience is going to give you a big ho-hum," says Mr. Figenshu.
 
Few HD-2 stations bring in revenue because most don't run advertising -- until recently, the radio industry agreed to ban it in part to help HD-2 stations win listeners. Meanwhile, because of the advertising downturn, revenue from over-the-airwaves radio broadcasting has been declining at a rapid clip, shrinking every month this year compared with the year-earlier period.
 
To win advertising, the digital HD-2 stations will have to prove they have listeners. A new radio-audience measurement device being rolled out in some big markets shows some people are listening to HD-2 and HD-3 stations, says Thom Mocarsky, a spokesman for Arbitron. However, the listener numbers aren't significant enough for the stations to show up in the rankings Arbitron sells to radio companies.
 
There is a silver lining for HD-2 stations, however. Most are also running on the Internet, where the better ones seem to be making headway. In Detroit, the much-praised WRIF's Riff 2 plays a mixture of rap and rock, genres that are normally strictly segregated on regular radio. It got about 6,000 streams in September, meaning 6,000 visits by people who turned on the online feed. In Denver, rock outlet 97.3 KBCO's HD 2 station, Studio C, got about 13,000 streams in September with its playlist of music sets collected from 20 years of musician visits to its station.
 
Managers at both stations wondered whether adding HD-2 stations would draw away listeners from their main outlets, hurting the rates they can charge advertisers. In the end, they decided the tradeoff was worth it.
 
If listeners are about to switch off the station anyway, having them go instead to Riff 2 is "better than having them go to all the other sources that are out there," says Doug Podell, program director for Greater Media Inc.'s WRIF. Still, he believes the vast majority of Riff 2 listeners hear the station on the Internet, not on digital radio sets.
 
For the technology to really catch on with offline listeners, radio veterans say, the industry needs to beef up the number of HD-2 and HD-3 stations and increase the strength of the signal.
 
Already, the industry has filed a report with the Federal Communications Commission, advocating the signal upgrade. Some broadcasters object, saying stronger digital signals from nearby stations might cut into their own signals. National Public Radio, a big HD player, supports the upgrade, but with some protection measures in the roughly 15% of cases where it estimates serious interference might result. Those measures could include limiting the signal increase to core urban areas, says Mike Starling, NPR's chief technology officer.
 
The industry also needs to make sure HD radios are widely available in cars. But now that the price of the chipsets is dropping, making the extra cost of HD Radio just $30 to $50 for car makers, the technology is creeping into more auto showrooms. Next year, for example, HD Radio will be standard in new Volvos.
 
Write to Sarah McBride at sarah.mcbride@wsj.com

 


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