BLOCO
Blog dos Coordenadores ou Blog Comunitário
da
ComUnidade WirelessBrasil

Julho 2008               Índice Geral do BLOCO

O conteúdo do BLOCO tem forte vinculação com os debates nos Grupos de Discussão  Celld-group e WirelessBR. Participe!



08/07/09

Como funciona a Internet (6): Os "nossos" backbones + Teleco: Tutorial sobre MPLS

----- Original Message -----
From: Helio Rosa
To:
Celld-group@yahoogrupos.com.br ; wirelessbr@yahoogrupos.com.br
Cc:
brunorbm@gmail.com ; chris.cefet@gmail.com ; dominique_carvalho@hotmail.com ; Eduardo Tude
Sent: Monday, July 07, 2008 8:58 PM
Subject: Como funciona a Internet (5): Os "nossos" backbones + Teleco: Tutorial sobre MPLS
 
Olá, ComUnidade WirelessBRASIL!
 
O "Serviço ComUnitário" está acompanhando os "ecos" e as providências referentes ao recente "apagão" da Telefônica.
E, no processo, buscando mais conhecimentos técnicos sobra a infra-estrutura da Internet.
 
01.
"De repente", com este incidente, descobrimos que não sabemos muito sobre esta infra-estrutura no Brasil, tanto em relação à "hierarquia de hardware" como em relação à "hierarquia de responsabilidade" pela segurança e governança da rede.
 
Continuamos aguardando boas almas que nos tragam esclarecimentos pois até agora, lembrando os bons tempos, em caso de necessidade parece que temos que reclamar com o bispo (e sabemos que já não se fazem bispos como antigamente, némessm?).  :-)
 
Quanto à infra-estrutura encontrei uma pista no "Clube do Hardware" e não fiquei mais tranqüilo: acho que "peguei" mesmo uma "sindromezinha de pânico internética". :-)

Vamos ao recorte:

Fonte: Guia do Hardware.net
Tutorial sobre TCP/IP
TCP:Transmission Control Protocol
IP: Internet Protocol
(...)
Um provedor de acesso a internet funciona por concessão de uma outra grande rede maior.
Assim, seu provedor nada mais é do que uma rede conectada a outra maior e você, quando conectado ao seu provedor e fazendo parte dele como um host, é um micro-host em toda a essa rede maior.
Essa grande rede maior é chamada de backbone (espinha-dorsal em inglês) e é nela onde estão conectadas as redes menores que oferecem serviços, as provedoras. É o nível mais alto das redes.

Os backbones nacionais são:
- RNP,
- Embratel,
- Unysis,
- Global One,
- IBM e
- Banco Rural.
Creio que são os únicos até o momento.

Esses são os de nível mais alto no Brasil, mas existem os backbones estaduais também (na realidade podem ser considerados como centros de roteamento aos backbones nacionais):
- ANSP - SP;
- Rede Bahia - BA;
- Rede Catarinense - SC;
- Rede Internet Minas - MG;
- Rede Paraibana de Pesquisa - PB;
- Rede Rio - RJ;
- Rede Pernambuco de Informática - PE;
- Rede Norte-riograndense de Informática - RN e
- Rede Tchê - RS.

Sendo assim, a sua provedora é seu backbone pessoal, que se liga ao backbone do estado onde esta localizada que por sua vez é conectada ao de maior nível, os backbones nacionais. Se seu estado não possui backbone provavelmente sua provedora utiliza um backbone de outro estado ou então de algum instituto de tecnologia proprio que possa fazer pelo menos um roteamento satisfatório.
(...)
 
Vamos comentar e complementar?
Quem admininstra, coordena, articula, enfim, "toma continha" desta infra-estrutura, não no papel, mas pra valer?
Ou é tudo "ad hoc" e se auto-organiza?  :-))
02.
Voltando ao MPLS.

O TELECO posasui um Tutorial sobre o tema:
 MPLS: Re-roteamento Dinâmico em Redes IP Utilizando Network Simulator
Autores:
Bruno Rangel Borges Marchetti, Christiane Borges Santos, Dominique Carvalho Fernandes

"Esta Série Especial de Tutoriais apresenta os trabalhos premiados no III Concurso Teleco de Trabalhos de Conclusão de Curso (TCC) 2007. 
O conteúdo deste tutorial foi obtido do artigo classificado em primeiro lugar no concurso, de autoria da Christiane Borges Santos, da Dominique Carvalho Fernandes e do Bruno Rangel Borges Marchetti. 
O objetivo do tutorial é descrever o mecanismo de re-roteamento dinâmico em redes IP de modo eficiente, reduzindo o tempo computacional sem comprometimento da integridade dos dados a serem transmitidos e controle do fluxo de dados (otimização na utilização dos recursos da rede). 
Para isso, analisa a tecnologia MPLS (Multiprotocol Label Switching) e o monitoramento de sessões LDP (Label Distribution Protocol), com um impacto mínimo na arquitetura da infra-estrutura existente. (...)
Ver transcrição parcial maia abaixo.

Boa leitura!
Um abraço cordial
Helio Rosa
 
----------------------
 
Fonte: Teleco
[17/12/07]   MPLS: Re-roteamento Dinâmico em Redes IP Utilizando Network Simulator
 
Introdução

Nos últimos anos, poucas áreas, como as redes de computadores, apresentaram tantas revoluções.
 
A popularização da Internet fez surgir a predominância do protocolo IP (Internet Protocol) sobre outros protocolos e o crescimento da preocupação por novos requisitos de qualidade de serviço (QoS) e a segurança das informações trafegadas, com o objetivo de oferecer garantias de desempenho a determinados usuários e protocolos (TANENBAUM, 2003).
 
A Internet utiliza o mecanismo best effort, todos os pacotes recebem o mesmo tipo de tratamento e a rede tenta encaminhá-los o mais rápido possível.
 
Nem sempre se obtém sucesso, e alguns pacotes podem ser descartados devido ao congestionamento da própria rede.
 
O grande problema da Internet é o aumento expressivo do número de rotas manipuladas pelos roteadores, que geram custos de recursos de roteamento e atrasos altos e variáveis.
 
Os algoritmos de roteamento em uso objetivam minimizar métricas de caminhos mais curtos.
 
Do ponto de vista de QoS, nem sempre o caminho mais curto é o caminho que apresenta o melhor conjunto de recursos necessários a determinada aplicação (DIAS et al, 2004) (OSBORNE et al, 2002)
 
MPLS: Protocolo
 
A camada de rede da Arquitetura TCP/IP é responsável por rotear pacotes da máquina de origem para a máquina de destino. Em redes IP com roteamento tradicional, o encaminhamento dos pacotes é feito salto a salto, não é orientado à conexão, antes de qualquer decisão os campos do cabeçalho IP são analisados, consultando protocolos e tabela de roteamento para então encaminhamento dos pacotes.
 
Com o esquema de endereçamento IP os endereços são atribuídos de modo que todas as máquinas conectadas à determinada rede física compartilhem um prefixo comum, e a tabela de roteamento passa a conter apenas os prefixos que identificam a rede, e não o endereço por inteiro.
 
Essa tabela pode ser criada de modo estático (rotas preenchidas manualmente), dinâmico (convergência da rede) ou ambos simultaneamente. A busca na tabela de roteamento, dependendo de vários fatores como extensão, condição e conectividade da rede, ou mesmo do tamanho da tabela de cada roteador, pode exigir grande capacidade de processamento, causando perda de eficiência e aumento no tempo de processamento dos dados que transitam pelo roteador (KUROSE el al, 2006) (SADOK et al, 2000).
 
A partir do ano de 1995, a Internet Engeneering Task Force (IETF) e o ATM (Asynchronous Transfer Mode) Fórum começaram a desenvolver propostas para integrar protocolos baseados em roteamento, como o IP, sobre a estrutura de comutação da tecnologia ATM, buscando uma rede que oferecesse simultaneamente facilidade de gerenciamento, reserva de largura de banda, requisitos de QoS e suporte nativo a multicast.
 
Em 1996 algumas empresas de informática sugeriram as primeiras soluções baseadas em rótulos de tamanho fixo. O grande problema era o fato de que essas tecnologias eram proprietárias e incapazes de interoperarem. Surgiu então a necessidade de um modelo padrão de comutação por rótulos, que veio a ser o protocolo MPLS (MESQUITA, 2006).
 
O MPLS, definido na RFC 3031, de acordo com Rosen et al. (2001), ao adotar um conceito de rótulo (labels) de tamanho fixo, rompe com o conceito de tabela de roteamento adotado nas redes TCP/IP convencionais e possibilita um aumento no desempenho do encaminhamento dos pacotes, como pode ser observado na figura 1.
 
Em redes convencionais, o rótulo MPLS, é uma parte extra colocada no cabeçalho IP, chamado de shim header (cabeçalho de calço /1/), sendo inserido entre o cabeçalho IP e o cabeçalho da camada de enlace, denominado de encapsulamento genérico.

Figura 1: Formato genérico do cabeçalho MPLS.
 
Para aumentar a eficiência da rede são utilizados roteadores que trabalhem exclusivamente na leitura de rótulos e encaminhamento dos pacotes, fazendo análise e classificação do cabeçalho, e diminuindo o processamento nos roteadores principais da rede, como pode ser visto na figura 2 (KUROSE el al, 2006) (KAMIENSKI et al, 2000).
Ler mais: MPLS: Re-roteamento Dinâmico em Redes IP Utilizando Network Simulator

[Procure "posts" antigos e novos sobre este tema no Índice Geral do BLOCO]


ComUnidade WirelessBrasil                     Índice Geral do BLOCO