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Outubro 2008               Índice Geral do BLOCO

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31/10/08

"Conexão WiMAX" - Textos de Jana de Paula, "owner" do e-Thesis  - Coleção de Outubro

 

16/10/08

Conexão WiMAX - Os destaques da semana

Por Jana de Paula 
 

 
Um dos efeitos negativos da crise econômica pode ser o atraso nas licitações de WiMAX previstas e necessárias para levar banda larga móvel às áreas não atendidas, em todo o mundo. Os governos acreditam que não obterão alta avaliação nos lances pelas faixas de radiofreqüência e os reguladores temem que as operadoras abocanhem licenças, mas sejam incapazes de construir as novas redes. Os possíveis atrasos nos leilões devem afetar, particularmente, o WiMAX e a LTE, onde os negócios são encarados mais como de médio prazo do que imediatos.

O primeiro sinal de alerta vem do México, onde o órgão regulador Cofetel anunciou que irá adiar todas a vendas de espectro em WiMAX e 3G, pelo menos até o início do ano que vem. A posição da Cofetel é de que é melhor esperar até o primeiro trimestre de 2009, do que licitar já e falte às concessionárias liquidez suficiente para implementar a infra-estrutura. Segundo o órgão de regulamentação do México, muitos dos próprios operadores requisitaram o adiamento das licitações.

A autoridade mexicana espera abocanhar cerca de US$ 1 bilhão com as licenças de 2,4GHz e de 1,8MHz e oferecer duas ofertas em separado, para encorajar a participação de um número maior de apostadores. Um atenuante da possível crise é que o México já tem parte de seu espectro de 2,5GHz e de 3,5GHz em uso com redes WiMAX e prevê um forte crescimento do mercado desta tecnologia.

Mas tudo ainda não passa de especulação. Há quem afirme que exista uma forte tentação entre os players de WiMAX em colocar logo o WiMAX fora do portão, antes que os ventos da recessão venham fechá-lo. A LTE ainda não pode arriscar um movimento deste tipo e precisará esperar um pouco mais para ter a sua chance.

É claro que apesar das nuvens negras que pairam sobre a economia mundial, há alguns sinais encorajadores, pelo menos no mercado de WiMAX. O lançamento da Xohm em Baltimore ao final de mês passado pode ser considerado pelo menos corajoso e sinaliza que as portas ainda estão abertas para o WiMAX. Já existe um número decente de dispositivos - dongles, PCs e até um possível smartphone da HTC. Mais: o foco não está exclusivamente sobre os EUA. Rússia, Taiwan, Índia e, é claro, a Coréia já se apresentam prontas para o WiMAX.

Mas, também aí há um sinal de advertência. Os bancos coreanos foram bastante atingidos pelo crash da Bolsa dos EUA e eles têm complexas participações cruzadas no setor industrial em geral e nas telecomunicações em particular. Ainda não se sabe como a recessão vai atingir Rússia, Índia ou Taiwan, mas obviamente enfrentarão fatores críticos. Também não está claro como os novos entrantes obterão somas importantes de dinheiro, ou aumentarão seus fundos equity, a fim de financiar a compra de espectro e construir redes concorrentes.

Dan Bubley, fundador e CEO da Disruptive Analysis, adverte que a grande pergunta permanece no ar: Terá o WiMAX raça para deslanchar nesta corrida, mal iniciada? Nada ainda está claro neste cenário e o elefante no quarto é o HSPA - que funciona, está implementado, tem inúmeros dispositivos prontos e uma longa curva descendente de preços. Existe, é claro, o risco de algumas locações congestionarem e não haver Capex suficiente para ampliar o backhaul. Mas, no momento, o HSPA está muito bem no páreo, fora algumas circunstâncias especiais, como no caso de Baltimore, onde as soluçõesde WiMAX, se são um pouco menos velozes, são mais baratas. Mas o HSPA não deve encarar nenhum gap significativo nos mercados competitivos.

A questão maior é mesmo a recessão econômica e seu efeito nas companhias - tanto do lado de infra-estrutura quanto no das operadoras. Para nos atermos à questão da tecnologia, por hora, é preciso considerar que o WiMAX ainda está destinado às bandas de alta freqüência - 2.3GHz, 2.5GHz, 3.5GHz - que, mesmo disponíveis, exigem redes custosas, mais consumo dos periféricos das redes e uma ainda titubeante cobertura indoor.

Assim, as questões chaves que se apresentam neste momento são:

  • A LTE deve sofrer atraso em função da recessão. Em volumes de mercado de massa, ela deve chegar em 2013;
  • WiMAX está em pleno funcionamento, mas ainda depende de atingir escala global;
  • HSPA está em crescimento, mas também enfrenta dificuldades em termos de atualizações.

A tudo isso se sobrepõe um conjunto de incógnitas macroeconômicas e geopolíticas e ninguém sabe quais as cartas os jogadores têm nas mãos, nem quais eles vão apresentar. Ainda bem que hoje em dia os portadores de más-notícias não são mais assassinados pelos imperadores.

Até semana que vem.

Fontes:
Rethink Wireless
Seeking Alpha

O e-Thesis publicou no período:

[16/10/08]   Hiperconectividade conduz a revolução da banda larga sem fio por Cintia Garza

[16/10/08]    Apple e KT: acordo para inserir WiMAX móvel nos Mac Books

[16/10/08]   As incertezas voltaram! 

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09/10/08

Conexão WiMAX - Os destaques da semana

Por Jana de Paula 

 

Nesta semana de foco sobre os primeiros passos da rede WiMAX da Sprint nos EUA, recrudesceram as especulações de que a Nokia Siemens Network (NSN) estaria diminuindo sua atenção sobre o mercado de WiMAX. O mote foi revelação que a Sprint escolheu a Samsung para abastecer a operação na cidade de Dallas-Fort Worth. A operadora apressa-se a dizer a quem busca explicações que esta escolha se baseia, unicamente, numa questão prática, pois a Samsung teria aprontado as encomendas para a rede do Texas antes do prazo estipulado; e também devido à disponibilidade do inventário da Samsung de equipamentos, inicialmente destinados à Baltimore, o primeiro território a abrigar a Xohm desde o dia 30 passado.

Ontem, no anúncio conjunto da Sprint e os players do ecossistema de vendors de WiMAX - liderados pela Intel -, em Baltimore, foi oficialmente anunciado que a Nokia planeja vender seu novo Nokia N810 Internet tablet WiMAX edition, com tela widescreen e teclado QWERTY, como um revendedor independente e, também, de forma on-line, através do portal da empresa nos EUA. Desde que, há dois anos, a Sprint escolheu seus fornecedores de infra-estrutura para a Xohm, a Nokia é um vendor que corre por fora. A Samsung ficou com Baltimore e Washington e a Motorola com Chicago. Mas, a Nokia, que na época tinha seu kit de WiMAX só no papel, ficou como uma espécie de coringa, mesmo depois de ter obtido o contrato de infra-estrutura de Dallas. A Sprint apostou na capacidade de inovação da companhia desde o início, preferindo-a inclusive a 100% americana Nortel, há mais tempo no negócio de WiMAX. E parece que a Sprint não se enganou. A edição WiMAX do N810 tem recebido louvores de analistas de mercado e da mídia especializada.

Mas, segundo os rumores do mercado, a questão da Nokia com o WiMAX não viria da Sprint. O compromisso do vendor finlandês permanece sob questão especialmente por que a Nokia é uma das defensoras - e beneficiárias - da LTE. Da mesma forma que em Baltimore, a NSN deverá vir como revendedora independente na próxima rede de Dallas. Assim, especula-se que a fabricante prossiga no seu objetivo principal, que seria o de aumentar sua participação no complicado e competitivo mercado de telefonia móvel dos EUA. Com a escolha pela LTE por parte das duas maiores operadoras deste mercado - AT&T e Verizon -, abre-se um canal direto para a venda dos dispositivos da NSN em LTE. Alguns analistas consideram seu provimento em Dallas funcionaria mais como uma porta para a Nokia recuperar mercado na telefonia móvel do que como um compromisso com o WiMAX.

O fato é que o lançamento da Xohm colocou mais lenha na já ardente discussão sobre evolução de 3G para 4G, WiMAX, LTE etc. Mo Shakouri, VP do WiMAX Forum, disse à publicação TMCNet.com que a transição para a LTE é mais do que uma simples atualização de software, porque as carriers precisam sair do CDMA para a OFDM - o que obviamente requer hardware.

Para se armar na batalha da quarta geração, o WiMAX Forum trabalha com as empresas para desenvolver CPEs de custo mais baixo, uma vez que a rentabilidade da operadora depende do preço do dispositivo. A meta é trabalhar com dispositivos para usuário final que custem entre US$ 20 e US$ 30. Mesmo que no mercado interno dos EUA haja um abrandamento dos investimentos no mercado, Shakouri aponta que, globalmente, os governos incentivam a banda larga sem fio porque reconhecem nela um fator importante de crescimento sócio-econômico. 

Apenas um pequeno número de grandes operadoras resiste ao movimento global de implantação de redes WiMAX para fornecimento de acesso móvel à banda larga, com velocidade suficiente para as aplicações de 4G. Por coincidência, estas operadoras são justamente as que não dispõem da radiofreqüência necessária para a implantação do WiMAX. "Isto me soa exatamente como na época em que a telefonia IP se tornou popular. As principais operadoras e provedores de equipamento de telefonia menosprezaram a nova tecnologia, enquanto secretamente trabalhavam em soluções de IP próprias", ponderou ele. [Fontes: WiMAX Trends e TMCNet]

Até semana que vem.

O e-Thesis publicou no período:

[1110/08]   CPEs de WiMAX são apresentadas em Chicago por e-Thesis

[0910/08]   Sprint e Intel anunciam ecossistema de WiMAX por Jana de Paula

[08/10/08]   WiMAX: 'criança problema' ou mal compreendido? por Terry Norman

[07/10/08]   WiMAX tem receita de US$ 426 milhões por Maravedis

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02/10/08

Conexão WiMAX - Os destaques da semana

Por Jana de Paula
 

 

O possível brilho do lançamento da primeira operação da rede Xohm de WiMAX, da Sprint, na cidade de Baltimore, foi empanado pela monumental crise financeira dos Estados Unidos. Dois anos após anunciar suas intenções de construir uma rede móvel em 4G, a Sprint finalmente iniciou a operação da Xohm, na segunda-feira, para oferecer banda larga móvel a velocidades médias em 2 e 4 Mbps. Adlane Fellah, CEO da Maravedis, de análise e consultoria, pergunta no artigo, que replicamos: "Que impacto terá a quebra de crédito nos EUA nos investimentos em Capex? Ninguém pode dizer ao certo, mas a crise financeira dos EUA irá aumentar o custo do crédito e tornar mais difícil materializar despesas massivas de capital". 

O fato é que uma interrogação ainda paira sobre a rede nacional de WiMAX móvel dos Estados Unidos: a expectativa quanto à aprovação da Federal Communications Commission (FCC), ou o sinal verde para a fusão entre a Sprint Nextel e a Clearwire. Na terça-feira passada, Ben Wolff, CEO da Clearwire, disse que a aprovação virá antes do fim do ano. E, com ela, operações de WiMAX  em Portland, no Oregon, seguida dos lançamentos em Atlanta, Las Vegas e Grandes Rápidos. Com a previsão da Sprint de lançamento em Washington e Chicago, a rede já teria seis operações comerciais. na virada de 2008 para 2009.

A previsão de Wolff, mesmo diante das incertezas quanto à aprovação da fusão - a AT&T se opõe à criação da nova empresa, pois alega uso indevido de parte do espectro de 2,5GHz pela companhia a ser criada - é que haja em torno de 60 mil a 80 mil pessoas cobertas pela rede de WiMAX móvel até o final de 2009.

A Sprint, parceira da Clearwire, por enquanto, prefere não se manifestar. Representantes da terceira maior operadora móvel dos EUA afirmaram à publicação Unstrung que o acordo entre as duas companhias está ali, "na próxima esquina" e de que o lançamento da operação em Chicago - também dependente da aprovação da fusão pela FCC - "é iminente".

Outro ponto  a ser analisado é quanto à tecnologia. Apesar de projetada como uma rede de 4G, a Xohm, terá que, inicialmente, competir com as redes existentes de 3G. O principal motivo é a escassez de dispositivos disponíveis já, que permitam mobilidade plena, em alta velocidade, de forma ubíqua.

Por enquanto os preços dos novos planos não são muito diferentes dos oferecidos pelas operadoras móveis de redes 3G, Verizon e AT&T, cujos serviços também funcionam em velocidades semelhantes. Os analistas de mercado acreditam que nesta fase de lançamento os novos serviços de WiMAX que começam a ser instalados nos EUA interessem principalmente aos usuários que realizam constantes viagens de negócios. O novo serviço móvel da Sprint em Baltimore é oferecido a US$ 45, ou US$ 15 mais barato que os serviços de dados 3G da Verizon, por exemplo, que cobra US$ 60 por mês para um volume de 5GB de dados.

Os convidados a testarem o WiMAX durante o lançamento da Xohm em Baltimore disseram que a rede cumpre o seu papel e confirma as características anunciadas. Agora o que se seguirá é uma série de outras avaliações. Superado o hiato da aprovação da fusão Sprint-Clearwire pela FCC, os analistas de mercado acreditam que a rede WiMAX dos EUA seja capaz de cumprir o cronograma e realizar a promessa de oferecer ao mercado uma nova tecnologia de acesso em banda larga móvel, de alta velocidade e larga cobertura.  O jeito é acompanhar os passos desta empreitada e checar seus resultados.

Até semana que vem.

O e-Thesis publicou no período:

[02/10/08]   As estatísticas de WiMAX revisitadas por Adlane Fellah     

[02/10/08]   Google pede patente em telecom  por e-Thesis    

[02/10/08]   Cobertura de WiMAX com estações de base femto, pico e micro por Fujitsu Microletronics America 

[01/10/08]   Intel: usuários de PCs querem mais interatividade  por e-Thesis
 
[01/10/08]   Soluções WiMAX para mercados verticais  por e-Thesis   

[29/09/08]   Xohm WiMAX é lançada em Baltimore (EUA) por e-Thesis   

[25/09/08]   Motorola e WiNetworks: novidades no WiMAX USA  por e-Thesis  

[25/09/08]   Alcatel-Lucent: WiMAX para a espanhola Neo-Sky  por e-Thesis 

[23/09/08]   A nova fase dos direitos de propriedade no WiMAX por Maravedis
   
[23/09/08]   Lançamento da Xohm é a 8 de outubro próximo por e-Thesis   


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