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Agosto 2009               Índice Geral do BLOCO

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16/08/09

• 1ª Confecom (30): Patusco comenta msgs de Smolka, Cabral e Nacinovic sobre o tema "Empresários saem"

----- Original Message -----
From: Helio Rosa
To: Celld-group@yahoogrupos.com.br ; wirelessbr@yahoogrupos.com.br
Cc: marciopatusco@oi.com.br ; .por.comBH ; bruno@openline.com.br ; Smoka ; josersp
Sent: Sunday, August 16, 2009 7:48 AM
Subject: 1ª Confecom (30): Patusco comenta msgs de Smolka, Cabral e Nacinovic sobre o tema "Empresários saem"

Olá, ComUnidade WirelessBRASIL!
 
01.
Esta mensagem, para nivelamento dos dois Grupos vinculados, contém repercussões deste "post":
14/08/09
1ª Confecom (28): Msg de Márcio Patusco: "Empresários saem"
 
02.
No final desta mensagem está a transcrição da matéria no blog do Reinaldo Azevedo, enviada pelo Smolka:
Fonte: Blog Reinaldo Azevedo
[14/08/09]  Não há diálogo possível com os inimigos da liberdade de imprensa.

Ao debate!
 
Boa leitura!
Um abraço cordial
Helio Rosa

 
------------------------------
 
Smolka escreveu:
 
Pessoal,
Sobre a debandada das entidades empresariais do processo de formação do regimento interno da CONFECOM, creio que o ponto principal da discórdia, e que vem navegando "abaixo do radar" das nossas discussões aqui nos grupos, é o tal "controle social dos meios de comunicação".
Sobre este assunto transcrevo um
post de ontem no blog do Reinaldo Azevedo (transcrição no final desta msg).
Concorde-se ou não com ele (e eu concordo), acredito que o ponto de vista empresarial está muito bem explicitado. Só que ele não é noticiado como tal, e devia. Devia haver um posicionamento ideológico muito claro dos participantes deste debate, mas acho que esperar seriamente por isso seria uma atitude muito Polyanna-like de minha parte.
Já tinha me manifestado antes, com preocupação, que a tentativa de misturar assuntos díspares (convergência tecnológica versus prestação de serviços versus produção de conteúdo) em um mesmo fórum de debates poderia dar confusão. E deu. [ ]'s J. R. Smolka
 
Resposta de Patusco:
 
Smolka,
Li atentamente o seu posicionamento e o do blog do Reinaldo Azevedo, e já que vc concorda com êle coloco meu ponto de vista para ambas opiniões.
 
Conhecendo os radiodifusores e seus posicionamentos anteriores (Constituinte de 1988, Lei Geral de Telecomunicações, e que tais) não me parece que suas preocupações primordiais sejam "combater os inimigos da liberdade de imprensa" . Esse quase slogan serve bem ao propósito de encobrir sua real intenção : não ver seus NEGÓCIOS minimamente ameaçados por regras. NEGÓCIOS esses quase sempre forjados em "tenebrosas transações". Cartéis de poucas famílias e políticos inescrupulosos que se concederam concessões de radio e tv, e que verdadeiramente passeiam à margem da lei. Herdeiros de um Brasil que deveríamos esquecer, dos messias e dos coroné.
 
Na realidade, poucos são os que são contra a livre iniciativa, mas muitos são, contra sim, àquela que não se compromete em seguir regras e que exorbita em suas poucas atribuições . A transformação tecnológica em que estamos mergulhados, alguém já disse, "apavora" os donos de jornais e radiodifusores, vendo a internet abocanhar fatias cada vez maiores de seus NEGÓCIOS. Eles só se ligam na liberdade de imprensa na medida que venha a atrapalhar seus ganhos. Querem meter regras na internet, e não querem, eles mesmos, se submeter a nenhuma.
 
Neste artigo do Reinaldo Azevedo, está claro que ele fala como jornalista de mídia impressa, e vê-se que desconhece os embates históricos nas leis de telecomunicações no Brasil e tão pouco as transformações inexoráveis que a convergência vem fazendo nas regulamentações dos países. Nada a ver com liberdade de imprensa. Só insiste nisso o mal informado ou o mal intencionado.
 
Marcio Patusco
 

 
Luiz Sérgio escreveu:

Enquanto os radiodifusores e donos de jornais querem o caos( as liberdades democráticas que almejam mas não cumprem) e um vade retro satanás a qualquer coisa que cheire à convergência, vamos jogando pela janela a chance que teremos de colocar em prática uma legislação que satisfaça a todos e acabe com privilégios e reservas. O atual governo vai ser o primeiro a querer chutar o cachorro moribundo. 2010 está na porta. Aqui em Minas, o Hélio Costa nunca distribuiu tanta FM Comunitária. Tá uma loucura a coisa. Luiz Sergio (...)

Bruno escreveu:

(...) Enquanto os radiodifusores e donos de jornais querem o caos( as liberdades democráticas que almejam mas não cumprem) e um vade retro satanás a qualquer coisa que cheire à convergência (...)
Boa!
(...)
qualquer coisa que cheire à convergência, vamos jogando pela janela a chance que teremos de colocar em prática uma legislação que satisfaça a todos e acabe com privilégios e reservas. (...)
"Democracia é quando eu mando, se outro manda é ditadura"
[]s, Bruno
 
Resposta de Patusco:
 

Luiz Sergio e Bruno,
É claro que não se pode menosprezar o politicagem, o lobby, e os interesses espúrios, mas devemos admitir que tem alguém no governo minimamente interessado nos resultados que a conferência possa produzir (não é difícil adivinhar). Senão, ela não teria sido convocada. Assim, ao final desse imenso processo, haverá uma série de propostas discutidas, consensadas e bem alicerçadas.
 
Em algum ponto, os empresários que não tiverem participado deverão entrar no processo, por interesse próprio, de estarem vendo as coisas acontecerem sem sua interveniência, e a vaca indo pro brejo, ou por convocação do governo. Nessa altura encontrarão uma resistência muito maior às mudanças nas propostas, pela sua solidez, fruto da exposição e crítica nas etapas da conferência.
 
Nessa hora, como sempre aconteceu no passado,  lançarão mão de todos os subterfúgios, esferas de influência, toma lá da cá, para dizer o mínimo.
Resta saber se esse governo tem vontade política e vislumbre em relação à importância da necessidade das mudanças   para suportar esse enfrentamento.
 
Marcio Patusco
 
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Fonte: Blog Reinaldo Azevedo
[14/08/09]  
NÃO HÁ DIÁLOGO POSSÍVEL COM OS INIMIGOS DA LIBERDADE DE IMPRENSA

Prometi voltar ao assunto da Confecom, a tal Conferência de Comunicação de Lula e Franklin Martins. Qual era o busílis? Os dois bonitões tiveram uma idéia genial: juntar governo, ONGs, entidades da sociedade civil e empresas para discutir a comunicação no Brasil e consolidar propostas a serem enviadas para o Congresso. É mesmo? Comovente!

Brinco que Confecom lembra nome de exame laboratorial cujo material se envia numa latinha. Uma reunião desse gênero está cheia de coliformes ditatoriais. Até compreendo que as entidades empresariais tenham, de início, topado a iniciativa. Queriam demonstrar, creio, que não alimentam preconceito de nenhuma natureza, que aceitam conversar com todas as correntes etc.

Há uma questão de ordem e de princípio: se estamos todos juntos, vamos lutar a favor do quê? Ou contra o quê? Qual é a pauta da conversa entre ONGs formadas para combater a propriedade privada de empresas de comunicação e os donos dessas empresas? Qual é o meio do cominho entre a corda e o pescoço? Eu respondo: uma corda posta permanentemente no pescoço, pronta a ser acionada. Chegamos ao ponto.

Na tal Confecom, governo, entidades da sociedade civil e ONGs nada mais são do que faces distintas de um partido. Vamos lembrar a lição: o lulo-petismo não segue os passos de Chávez não porque não queira, mas porque não pode. As instituições, por enquanto ao menos, não permitem. Isso não quer dizer que essa gente não tente permanentemente solapar as regras da democracia e do estado de direito. É o que chamo de bolivarianismo light.

O governo Lula tentou, por meio do sindicalismo laranja, criar o tal Conselho Federal de Jornalismo — que, na prática, funcionaria como um Conselho de Censura do Petismo. Deu com os burros n’água. Aí Franklin Martins decidiu criar a Lula News, que prometia revolucionar o jornalismo. Deve ser o traço mais caro da TV mundial. Verba publicitária do governo e de estatais é usada de modo descarado, acintoso, para financiar o subjornalismo amigo — e até blogs que optam pela delinqüência descarada. Ongueiros que mal disfarçam o viés partidário tentam criar limites crescentes à publicidade das empresas privadas. Já há gente querendo proibir propaganda de biscoito. Todo esforço, em suma, é feito para pôr a corda no pescoço das empresas de comunicação.

E elas, inicialmente, pareciam dispostas a dialogar com a corda. “Vamos ver o que eles querem, qual é a sua pauta”. E a pauta dessa gente é uma só: o tal “controle social dos meios de comunicação”. Na prática, isso significa submeter a comunicação a um comitê de representantes do “povo”. Como o “povo” é uma entidade abstrata, sem endereço, sindicalistas e ongueiros se oferecem para representá-lo: “O povo somos nós”. As propostas autoritárias veiculadas em seus fóruns de debate vão assumindo as mais diversas tonalidades do autoritarismo: da revisão das concessões de TV, passando pela criação de um fundo para financiar empresas públicas de comunicação, chegando a um comitê censor, há loucura para todos tamanhos de camisa-de-força.

O que os une? O ódio à liberdade de imprensa e à livre iniciativa. O que há a conversar com esses caras? Nada! Têm é de ser combatidos e desmascarados.

Lula quer debater a comunicação no Brasil? Sugiro que comece pela concessão de uma rádio ao filho de Renan Calheiros no mesmo dia em que este gigante moral comandava uma baixaria inédita no Senado.

Pois bem: a ficha das empresas caiu, e elas se retiraram da tal conferência. Descobriram que, com a corda, não se negocia. Os verdugos da liberdade de imprensa têm é de ser combatidos e, se possível, destruídos. A democracia não tem de negociar com quem pretende solapá-la usando os instrumentos que ela própria oferece.

Diálogo de carrasco com vítima é a cabeça.
 

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