Fonte: Teletime
    
      [15/05/09]   
      
      Relator quer aprovar criminalização de 
      condutas na internet
      
      O relator do projeto de lei que trata de 
      crimes na internet, deputado Régis de Oliveira (PSC-SP), defende a 
      aprovação imediata de parte da proposta a fim de que o país não fique sem 
      lei que coíba esse tipo de crime na rede mundial de computadores. A 
      proposta (PL 84/99), que já havia sido aprovada na Câmara, ganhou um 
      substitutivo no Senado e voltou novamente para ser analisada pelos 
      deputados. Como tem regime de urgência, está sendo analisado por três 
      comissões simultaneamente e já conta com parecer favorável de Régis de 
      Oliveira na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania. 
    
       
    
      O texto a ser votado tipifica – no Código 
      Penal (Decreto-Lei 2.848/40) – condutas realizadas mediante o uso de 
      sistema eletrônico, digital ou similares, de rede de computadores, ou que 
      sejam praticadas contra dispositivos de comunicação ou sistemas 
      informatizados e similares.
    
       
    
      Régis de Oliveira tem conversado com todos 
      os interessados na rede mundial de computadores, sobretudo com os 
      provedores de acesso à internet e técnicos do Ministério da Justiça. Ele 
      informou que vai fazer um parecer para a aprovação imediata, com os 
      artigos onde há consenso entre os técnicos do ministério da Justiça, 
      deputados e os que trabalham no setor. "Vamos fazer um texto enxuto, 
      perfeito, para poder tipificar os crimes e colocar isso imediatamente em 
      vigor. Aonde houver discussão, confronto, onde as idéias não estiverem 
      maduras, vamos deixar de lado e conversar com os provedores", explicou
    
       
    
      Para Régis de Oliveira, o maior problema 
      para a elaboração da lei é o de quem irá armazenar os dados para 
      identificação de usuários da internet que eventualmente cometam crimes. Em 
      seu parecer, anota que a ação que tipifica crime digital consistirá na 
      utilização de sistema de informática para atentar contra um bem ou 
      interesse juridicamente protegido, pertença ele à ordem econômica, à 
      liberdade individual, ao sigilo da intimidade e das comunicações, à honra, 
      ao patrimônio público ou privado, dentre outros.
    
       
    
      Restrição à liberdade
    
       
    
      O projeto de lei, apresentado pelo 
      ex-deputado Luiz Piauhylino, tem recebido críticas de especialistas e 
      parlamentares, os quais consideram que a proposta pode restringir a 
      liberdade dos usuários da rede. Especialistas ressaltaram que a redação da 
      proposta vai dar margem a interpretações que proíbam condutas comuns de 
      internautas, como a transferência de músicas de um CD para o iPod, para 
      uso pessoal.
    
       
    
      Segundo o professor Sérgio Amadeu da 
      Silveira, da Faculdade de Comunicação Social Cásper Líbero, de São Paulo, 
      os pesquisadores apontam a necessidade de uma lei que trate dos direitos 
      do cidadão à comunicação digital e que a violação desses direitos poderia 
      levar à criminalização. Para ele, a lei deve ser muito bem definida a fim 
      de que práticas cotidianas e saudáveis não sejam consideradas criminosas.
    
       
    
      De acordo com o professor, fazer o debate a 
      partir da penalização é arriscado e pode criar uma lei retrógrada porque a 
      internet é baseada na comunicação distribuída e na liberdade de 
      informação. Amadeu lembrou que já há leis contra a pedofilia e contra 
      roubos de uma forma geral e apontou o que poderia ser considerado crime 
      pela nova lei. "O que nós precisamos, eu acredito que são pouquíssimas 
      coisas, mas é exatamente considerar crime invasão de servidor e de 
      computador." As informações são da Agência Câmara.