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Março 2010               Índice Geral do BLOCO

O conteúdo do BLOCO tem forte vinculação com os debates nos Grupos de Discussão  Celld-group e WirelessBR. Participe!


22/03/10

• Telebrás, Eletronet e PNBL (229) - Três audiências sobre o PNBL, a primeira na próxima quarta-feira

Olá, ComUnidade WirelessBRASIL!

01.
Resumo das notícias do dia:

- Tem audiência pública na quarta-feira, na Comissão de Defesa do Consumidor na Câmara;
- Lula anuncia o anúncio (ops!) do PNBL mas não cita a Telebrás;
- A perspectiva da chegada da Telebrás ao Índice Bovespa está desagradando os gestores de fundos de ações que seguem à risca o indicador, as chamadas carteiras passivas, e que serão obrigados a comprar o papel caso se confirme seu ingresso no índice.

O debate se amplia e isto é muito bom!!!

02.
Eis as notícias:
Tele.Síntese
[22/03/10]   PNBL e reativação da Telebrás são temas de três audiências públicas - por Lúcia Berbert
Fonte: Teletime
[22/03/10]   Lula confirma anúncio do PNBL em abril - por Mariana Mazza
Fonte: Valor Econômico
[22/03/10]   Telebrás volta ao índice - por Daniele Camba e Graziella Valenti, de São Paulo

Boa leitura!
Um abraço cordial
Helio Rosa

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Tele.Síntese
[22/03/10]   PNBL e reativação da Telebrás são temas de três audiências públicas - por Lúcia Berbert

O Plano Nacional de Banda Larga (PNBL) e a reativação da Telebrás serão temas de três audiências públicas na Câmara, a começar dessa quarta-feira (24), na Comissão de Defesa do Consumidor.
O objetivo é discutir o acesso a banda larga e suas implicações na garantia do direito à informação da população brasileira.

O autor do requerimento, deputado Ivan Valente (PSol-SP), defende que modelo de regime público para a internet, que vem sendo discutido há alguns anos pela Anatel e pelo TCU, nos moldes do que acontece hoje com o serviço telefônico fixo comutado , pode facilitar o acesso. “Se o mesmo ocorresse com a internet, recursos do Fust (Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações) poderiam ser utilizados para ampliar o acesso dos brasileiros à internet”, argumenta.

Para o parlamentar, as diretrizes para as políticas de inclusão digital devem ir além dos limites traçados pelo mercado, de forma a garantir o acesso ao conhecimento pela população brasileira e, consequentemente, o aumento das perspectivas de superação da exclusão econômica e social.

Para o debate foram convidados
- 0 ministro das Comunicações, Hélio Costa;
- o presidente da Anatel, Ronaldo Sardenberg;
- a representante do Idec, Lisa Gunn;
- o professor da UFRJ e especialista em telecomunicações, Marcos Dantas;
- a advogada da Pro Teste, Flávia Lefrève;
- o representante do CGI.br, Gustavo Gindre; e
- o presidente da Abranet (Associação Brasileira da Internet), Eduardo Parajo.

No dia 30, a audiência pública será na Comissão de Ciência e Tecnologia, sob o tema “Os efeitos, as implicações e a viabilidade técnica e financeira da implementação do Plano Nacional de Banda Larga”.
O debate foi proposto pela deputada Luíza Erundina (PSB-SP), e argumenta que o PNBL, em construção pelo governo, traz várias dúvidas que precisam ser apreciadas e acompanhadas pelo legislativo, especialmente nas questões relacionadas com a administração da rede pública, a participação estatal no processo e o papel reservado à iniciativa privada.

Para essa audiência foram convidados, além do
- presidente da Anatel Ronaldo Sardenberg, o
- secretário de Telecomunicações do Minicom, Roberto Pinto Martins; o
- presidente da Telebrás, Jorge da Motta e Silva; o
- Secretário de Logística e Tecnologia da Informação do Ministério do Planejamento, Rogério Santanna; o
- presidente da Abrafix, José Fernandes Pauletti;
- o presidente da Abranet, Eduardo Parajo; o
- presidente da Abrappit, Ricardo Sanchez; e o
- presidente da Ima (Informática dos Municípios Associados), Pedro Jaime Ziller.

No dia 6 de abril, nova audiência pública na Comissão de Defesa do Consumidor vai debater a situação atual da Telebrás sob o ponto de vista dos seus acionistas e dos usuários dos serviços de telecomunicações do país.
O objetivo é analisar a alta expressiva do preço das ações da estatal, depois de reiterados anúncios da reativação da empresa pelo governo para gerir a rede de banda larga pública.

Para essa audiência foram convidados os ministros
- Dilma Rousseff (Casa Civil) e
- Hélio Costa (Comunicações), além do
- presidente da Telebrás, Jorge da Motta e Silva; o
- secretário de Logística e Tecnologia da Informação do Ministério do Planejamento, Rogério Santanna; o
- proprietário da Star Overseas, Nelson dos Santos; e a
- presidente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), Maria Helena Fernandes de Santana.

Nessa última audiência, deverão participar os ministros interinos da Casa Civil e das Comunicações, já que os titulares terão se desincompatibilizado para disputar as eleições.

Requerimentos
Há, ainda, dois requerimentos para serem aprovados. Um na CCT, da deputada Solange Amaral (DEM-RJ), solicitando informações ao ministro da Fazenda, Guido Mantega, acerca de operações envolvendo ações da Telebrás. E o outro, na CDC, do deputado Elismar Prado (PT-MG), requerendo a realização de conjunta desta Comissão com a Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática para debater a reativação da Telebrás no Brasil e os impactos para os consumidores com a possibilidade de reduzir o preço dos serviços de internet banda larga no País. Os dois requerimentos devem ser votados nessa semana.

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Fonte: Teletime
[22/03/10]  Lula confirma anúncio do PNBL em abril - por Mariana Mazza

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reafirmou nesta segunda-feira, 22, o interesse do governo de lançar o Plano Nacional de Banda Larga (PNBL) no próximo mês. Na coluna semanal "O Presidente Responde", Lula declarou que "o PNBL está em discussão interna no governo e deve ser lançado em abril". A agenda para o próximo mês já vinha sendo divulgada pelo responsável pelo PNBL no Planalto, o assessor especial Cezar Alvarez. Mas esta é a primeira vez que o próprio presidente confirma a intenção de lançamento do projeto em abril.

Os comentários de Lula sobre o plano foram feitos em resposta a um questionamento do cidadão Victor Cavalcanti Rodrigues, engenheiro de software. O engenheiro perguntou se o PNBL deve ajudar no crescimento do mercado eletrônico do Brasil e se o Estado terá meios de investir em novas empresas de inovação. Lula respondeu que o estímulo à produção de equipamentos nacionais é uma preocupação constante do governo e que o PNBL pode, sim, colaborar com as ações que já vem sendo feitas.

"As ações previstas vão fortalecer a cadeia produtiva de telecomunicações com equipamentos nacionais", declarou Lula sobre o PNBL. As ferramentas que têm sido mais usadas para o fomento da indústria tecnológica são a Lei de Informática e o Processo Produtivo Básico (PPB), conforme listou o presidente. Além disso, as linhas de crédito do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para telecomunicações exigem a compra de equipamentos produzidos no Brasil. Segundo Lula, a permanente preocupação com a expansão dessa indústria se deve ao fato de que o setor de equipamentos e componentes eletrônicos "é o que mais impacta negativamente nossa balança comercial".

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Fonte: Valor Econômico
[22/03/10] Telebrás volta ao índice - por Daniele Camba e Graziella Valenti, de São Paulo

Passada uma década, a ação da Telebrás pode voltar ao Índice Bovespa, com uma participação de 1% no indicador. A diferença é que hoje a companhia é uma casca, sem nenhuma atividade desde a privatização do sistema de telecomunicações, em 1998, cheia apenas de expectativas geradas pelas declarações do governo de que a empresa pode ser usada no pretenso Plano Nacional da Banda Larga (PNBL). O balanço de 2009, publicado há duas semanas, mostra que a empresa tem mais passivos do que ativos: o patrimônio líquido estava negativo em R$ 16,3 milhões.

O retorno da Telebrás ao Ibovespa é estimado por analistas que tentam, com o uso do modelo matemático do índice, antecipar a composição da principal carteira teórica da bolsa brasileira. Além da estatal, acredita-se que podem ingressar no indicador também Brasil Ecodiesel, Cielo (ex- VisaNet) e Laep. Contudo, recibos de ações de empresas com sede fora do Brasil não podem compor o índice - como é o caso da Laep.

O ingresso ou a saída de um papel no Ibovespa dependem, quase que exclusivamente, da liquidez da ação. Desde setembro do ano passado, as ações da Telebrás vêm sendo mais negociadas, estimuladas pelas declarações de representantes do governo, que incluem o próprio presidente da República, sobre o PNBL. As afirmações atiçaram as apostas de que a empresa seria beneficiada com o plano

Após a privatização, as ações da companhia foram transformadas num recibo com os papéis das empresas repartidas para o leilão. Em maio de 2000, cada uma delas passou a ser negociada individualmente. Na época, o recibo chegou a ter peso superior a 46% no índice.

De janeiro a setembro do ano passado, as ações da Telebrás giravam ao dia uma média de R$ 1 milhão a R$ 2 milhões. Esse volume subiu para R$ 14 milhões a partir de setembro e, no começo deste ano, a movimentação diária superou os R$ 110 milhões.

O aumento da negociação veio acompanhado da valorização dos papéis. Mesmo sem qualquer fonte de receitas, uma vez que não possui atividade, a Telebrás vale R$ 1,8 bilhão na bolsa - chegou a R$ 2,5 bilhões no auge dos comentários sobre o PNBL, em fevereiro.

No entanto, até o momento, não há nada de concreto sobre o PNBL. Menos ainda sobre a certeza de que a Telebrás será o veículo dessa iniciativa. No início de fevereiro, o próprio Ministro das Comunicações, Hélio Costa, enviou nota à Telebrás afirmando que até o momento não havia nada que garantisse a participação da empresa no programa. Também não havia como determinar quais seriam as potenciais atribuições da empresa.

A perspectiva da chegada da Telebrás ao Ibovespa está desagradando os gestores de fundos de ações que seguem à risca o indicador, as chamadas carteiras passivas, e que serão obrigados a comprar o papel caso se confirme seu ingresso no índice. A próxima carteira será válida de maio a agosto e sua composição deve ser previamente conhecida no começo de abril.

Os gestores estão cientes do risco que a Telebrás representa, pois a empresa chega movida a planos ainda não concretizados ou conhecidos. Ele sabem que a compra obrigatória ocorreria no momento que as ações estão valorizadas e poderiam representar a chance de venda para quem especulou com as declarações públicas.

"Na prática, é transferência de riqueza", avalia Ricardo Almeida, professor do Insper. Segundo ele, a entrada da Telebrás no Ibovespa é prejudicial, especialmente para a pessoa física que prefere os fundos passivos, tipicamente ofertados no varejo. "O Ibovespa deve refletir o andamento da economia."

É a ponderação do Ibovespa por liquidez que causa distorções como a da Telebrás, ressalta Jorge Simino, diretor de investimentos da Fundação Cesp. "Se a ponderação fosse feita pelo valor de mercado, como ocorre com a grande maioria dos índices no mundo, a Telebrás dificilmente teria condições de fazer parte do Ibovespa", diz. Esse tipo de deficiência fez com que os investidores institucionais aos poucos passassem a usar o Índice Brasil (IBrX) como referência. "Há dez anos, a maioria dos fundos de pensão usava o Ibovespa, hoje pelo menos a metade já usa o IBrX". Ele acredita que o ingresso no Ibovespa fará a Telebrás ter uma nova onda de liquidez, movida exatamente pela compra por parte dos fundos de ações passivos.

A metodologia do Ibovespa prevê exceção - para não inclusão das mais negociadas - quando forem empresas em processo falimentar, recuperação judicial ou "situação especial". Contudo, o regulamento não explica este último item. Para Almeida, do Insper, a Bovespa deveria usar essa prerrogativa para evitar o ingresso da Telebrás e garantir a proteção ao investidor. "Do contrário, seria premiar o especulador."

Mas para Ricardo Pinto Nogueira, diretor da corretora Souza Barros e ex-superintendente de operações da Bovespa, a Telebrás não deve se encaixar na categoria de situação especial. Ele lembra que, na época em que estava na bolsa, considerou-se a Embratel nessa situação. A empresa tinha a intenção de fechar o capital, inclusive fez uma oferta pública de ações (OPA). No entanto, não pôde seguir com o projeto, uma vez que a legislação do setor de telefonia proíbe que companhias privatizadas fechem o capital, explica Pinto Nogueira.

Já sobre a questão do Ibovespa ter uma companhia com patrimônio negativo, Pinto Nogueira afirma que não é a primeira vez que isso acontece. Em 2002 e 2003, várias empresas de energia que estavam com o patrimônio negativo faziam parte do indicador. No entanto, todas eram companhias operacionais. "É difícil a bolsa só agora vetar uma companhia que esteja nessas condições". Uma forma legítima de impedir que a Telebrás entre no índice seria argumentar que ainda é negociada por lote de mil ações, enquanto todas que estão no indicador são unitárias. "A bolsa pode argumentar que a entrada da Telebrás seria depreciativo para o índice, além disso, a companhia não seguiu uma orientação da bolsa para as empresas transformarem suas ações em unitárias", diz Pinto Nogueira.

Consultada, a BM&FBovespa informou por e-mail, que o Ibovespa é o principal indicador do mercado há 42 anos e a razão de sua credibilidade são as regras claras que o regem nesse período. "Contudo, isso não impede que haja um processo de aprimoramento", diz.

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