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Março 2010               Índice Geral do BLOCO

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28/03/10

• "Março com 4G" (35) - Copa do Mundo e Olimpíadas: um gigantesco desafio para os profissionais de TI e Telecom

Olá, ComUnidade WirelessBRASIL!

01.
Prosseguimos com o tradicional evento virtual "Março com 4G", uma parceria informal entre a ComUnidade e o Portal e-Thesis.
O evento é um "esforço concentrado" que dura 31 dias e prossegue o ano todo com os boletins semanais "4G Etc" do e-Thesis.

02.
A preparação para  Copa de Mundo de 2014 e das Olimpíada de 2016, além de um imenso desafio, é uma gigantesca oportunidade de trabalho para os profissionais de TI e Telecom.
Estamos preparados?  :-)

Esta matéria, repetida mais abaixo, foi divulgada num "post" anterior e vale um releitura:

Fonte: e-Thesis
[03/12/09]   Banda larga, Copa do Mundo, HSPA, Olimpíadas, LTE... - por Jana de Paula
Recorto o trecho inicial:
(...) O governo precisa dar maior atenção à infra-estrutura móvel de telecomunicações para que o país esteja apto para sediar a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016. É preciso levar em conta que se dispõe de seis anos para atualizar toda esta base tendo em mente a forte demanda por conexão e transmissão de dados dos dois jogos. A formatação de um plano nacional de banda larga coerente, e que leve em conta questões regulatórias e da indústria do setor, deve ser feita imediatamente. Para que o país supere o gap de acesso à banda larga - cuja penetração hoje é de 7% do mercado total - e o governo atinja a meta de 60 milhões de assinaturas móveis até os dois eventos esportivos, será necessária a adição de 10 milhões de assinaturas móveis/ano, no período, o que se apresenta "um desafio mundo grande". Mas nada impede que o país disponha de LTE já na Copa do Mundo de 2014. A avaliação é de Erasmo Rojas, diretor da associação 3G Americas para América Latina e Caribe. (...)

03.
Convergindo para o tema "Banda Larga", motivo de outra discussão em nossos fóruns, esta matéria recente também é muito interessante:

Fonte: e-Thesis
[25/03/10]  Jogos mundiais podem agilizar redes de fibra óptica no país - por Jana de Paula

Comentários?

Boa leitura!
Um abraço cordial
Helio Rosa

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Fonte: e-Thesis
[25/03/10]  Jogos mundiais podem agilizar redes de fibra óptica no país - por Jana de Paula

A demanda criada pela perspectiva de dois jogos de porte mundial no Brasil (Copa do Mundo 2014) e no Rio de Janeiro (Olimpíadas 2016) é motivo mais do que suficiente para fazer os executivos deixarem suas confortáveis poltronas instaladas em edifícios imponentes e sair pelo país a fora. Nas malas, a disputa pelo fornecimento de infraestrutura de comunicações para as cidades sedes destes jogos. Há muito serviço: integração de sistemas de dados para administrações e órgãos públicos, telefonia, transmissão de dados de grande porte - tudo em banda larga fixa ou móvel, com segurança e confiabilidade.

"Em relação às cidades de que vão sediar os jogos, podemos definir dois cenários. A região Sudeste, onde as operadoras de telecom atuam em áreas de alta densidade, o que garante um custo razoável da operação; e outras regiões, como Norte e Nordeste, onde nem mesmo existe banda larga ou são muito poucas as residências já interligadas", aponta Antônio Mariano (foto), diretor de tecnologia da 3Com, que largou seu confortável escritório para a realização de um road-show da empresa, forte concorrente neste espaço.

O modelo da 3Com é fornecer infraestrutura em Metro Ethernet, com fibra óptica, para montar centrais de transmissão de dados capazes de atuar a pelo menos 1 Gigabit. Com a experiência obtida no fornecimento da infraestrutura para os Jogos de Pequim, Mariano lembra que, normalmente, os requisitos necessários neste tipo de situação são os de conectividade em banda larga, tanto para o acesso dos representantes da mídia como para comunicação e segurança dos jogos. Um modelo de implantação deste tipo precisa interligar os sistemas de dados dos órgãos de governo, polícias, hospitais, delegacias; de companhias de transporte e todo o ecossistema de serviços. Também é preciso levar telefonia (voz) e transmissão de dados em alta velocidade.

A solução de Metro-Ethernet da 3Com adota a telefonia sobre IP que tem sido bem recebida pelos governos dos diversos estados, segundo suas declarações pela imprensa. "Usar telefonia sobre IP significa permitir tráfego de voz fora da rede das operadoras, o que é atraente no caso das cidades fora das regiões mais densas. Nossa experiência é que só aí há uma redução de 40% no custo de telecom", acrescenta Mariano, ao defender o modelo da 3Com, chamado de Cidades Digitais.

A questão é que a solução via Metro-Ethernet implica instalação de fibra óptica, ou seja, a cidade interessada numa solução assim deverá montar sua própria rede. Muitos projetos partem da rede Ipê da RNP, cujo backbone já garante largura de banda necessária ao tráfego de internet, como navegação, correio eletrônico, transferência de arquivos e, até, uso de aplicações avançadas, além dos testes dos pesquisadores. São 27 pontos de presença (PoPs) instalados em todas as capitais do país e que interligam instituições de ensino e redes metropolitanas de ensino e pesquisa. Em alguns enlaces com fibra óptica a capacidade chega a 10 Gbps.

Fibra óptica foi, inclusive, adotda na cidade de Fortaleza (CE), a primeira a ter concluído o processo de licitação de Cidade Digital e que, há um ano, desenvolve sua rede de comunicações. A vencedora da licitaçãofoi a 3Com que, além da instalação da própria rede Gigafor, desenvolve, junto com a Empresa de Tecnologia da Informação do Ceará, Etice, o projeto de rede metropolitana para interligar 6 milhões de habitantes. O Cinturão Digital, avaliado em R$ 49 milhões, levará fibra óptica a localidades cearenses que não tinham qualquer tipo de acesso digital.

"Um projeto deste tipo implica a participação dos governos. Em Fortaleza, por exemplo, a rede de fibra óptica começou com 123 km de fibra e, agora, se expande para 2 mil km", conta Mariano.

De acordo com o executivo, o preço e o custo de instalação e fibra óptica já não é mais encarado como alto. O que ainda onera este tipo de instalação são as obras civis, para fibra enterrada ou aérea.

Um modelo de negócios que tem recebido a simpatia dos governos é trabalhar em parceria com as concessionárias de eletricidade. Estas companhias já têm os postes e os cabos instalados, o que facilita e reduz o custo da implantação de fibra. Algumas destas parcerias, por exemplo, resultam em que parte da fibra instalada pelo governo fique com as concessionárias. Assim, estas também atualizam seus próprios portfólios, inserindo comunicação de dados, internet, soluções de smart grid etc.

Mariano, inclusive, acredita que a demanda criada com a realização dos jogos mundiais "está acelerando a criação de parcerias para convergência tecnológica de uma maneira boa".

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Fonte: e-Thesis
[03/12/09]   Banda larga, Copa do Mundo, HSPA, Olimpíadas, LTE... - por Jana de Paula   (prefiram ler na fonte e consultar os gráficos, omitidos aqui)

O governo precisa dar maior atenção à infra-estrutura móvel de telecomunicações para que o país esteja apto para sediar a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016. É preciso levar em conta que se dispõe de seis anos para atualizar toda esta base tendo em mente a forte demanda por conexão e transmissão de dados dos dois jogos. A formatação de um plano nacional de banda larga coerente, e que leve em conta questões regulatórias e da indústria do setor, deve ser feita imediatamente. Para que o país supere o gap de acesso à banda larga - cuja penetração hoje é de 7% do mercado total - e o governo atinja a meta de 60 milhões de assinaturas móveis até os dois eventos esportivos, será necessária a adição de 10 milhões de assinaturas móveis/ano, no período, o que se apresenta "um desafio mundo grande". Mas nada impede que o país disponha de LTE já na Copa do Mundo de 2014. A avaliação é de Erasmo Rojas, diretor da associação 3G Americas para América Latina e Caribe.

A formulação de um plano de banda larga na ótica da associação que representa o ecossistema de 3G/LTE deve implicar a oferta de equipamentos baratos - de redes e para o consumidor final - o que pode ser conseguido com uma política de redução das taxas de importação e dos impostos, além de contemplar subsídios de dispositivos de acesso à internet de baixo custo. Do lado das operadoras, Rojas (foto) disse que a quantia exata dos investimentos a serem feitos para atualização da infra-estrutura móvel de Telecom é "uma informação que vale um milhão". Mas ele recorda que as duas operadoras com atuação na América latina que já se comprometeram com 4G - América Móvil e Telefônica - prevêem investimentos de US$ 3 bilhões. Deste total, 1/3 será investido no Brasil.

"Ou seja, destas duas operadoras há previsão de investimentos de US$ 1 bilhão. O plano de banda larga deve se elaborado de tal modo que os investimentos previstos não sejam em sua maior parte destinados à aquisição de espectro, pois há os custos relativos às redes, com os equipamentos e uma série de outros gastos a serem realizados", acrescentou Rojas.

O diretor da 3G Américas imagina um plano no esquema win-win entre governo e indústria. Por exemplo, o serviço de banda larga gratuito para escolas, hospitais, postos policiais e postos de serviços públicos pode vir com a contraparte de doações de laptops e outros dispositivos de baixo custo.

LTE nas Olimpíadas de 2016

A 3G Américas já delineou as linhas gerais da realidade tecnológica de 2014 e 2016 no país. Para a Copa do Mundo, que se realizará em 12 cidades brasileiras, entre elas as principais capitais, a previsão é de plena disseminação do HSPA ++ (release 8 e 9) nas redes de comunicações móveis do país. Haverá, também, ‘ilhas' de LTE, principalmente no centro de dados do evento, onde a necessidade de transmissão e recepção de dados será intensa e crítica.

Já durante 2016, Roja prevê que a LTE esteja "mais madura" e melhor disseminada nas novas redes e acessada através de smartphones mais sofisticados. "Os primeiros dispositivos de acesso a maior volume de dados em HSPA release 8 serão os cartões de computador, entre 2010/2011", prevê Rojas. Em 2011/2012 ele imagina que já estejam no mercado modelos de iPhone e BlackBerry que trafeguem nestas novas redes. Mas, o executivo fez questão de destacar que o acesso principal será feito através de notebooks e laptops:

"Isto é um pouco da situação e no que se deve basear a competição entre as quatro grandes operadoras com atuação no país - Vivo, Claro, TIM e Oi -, além da introdução de novos negócios - e novos players - em internet fixa e TV neste cenário competitivo", analisa Rojas.

Espectro velho, espectro novo

Neste trabalho conjunto que a 3G Américas prega que deva existir entre governo e indústria do setor, há as tarefas exclusivas do governo. E três níveis de prioridade: de curto, médio e longo prazo. E neste particular a prioridade número um é o refarming do espectro. Rojas divide a necessidade de espectro em duas vertentes principais - espectro ‘velho', ou seja, o rearranjo da faixa de 1.800 MHz do SMP, onde ainda há 40 MHz a serem licenciados, e a entre 1,9 e 2,1GHz, com 20 MHz disponíveis. Estas faixas serviriam para dar maior fôlego aos serviços de 3G cujo espectro, hoje, já está próximo da saturação e tem resultado em quedas na velocidade dos serviços que muito desagradam os usuários.

Nestas faixas - 1.800 MHz e 1,9 a 2,1 GHz - a reivindicação da indústria associada à 3G Américas é que as novas ofertas de licenciamento sejam feitas pelo governo no primeiro semestre de 2010, o mais tardar. Rojas lembra que o primeiro leilão de 3G foi feito há dois anos e, naquela época, só os players já estabelecidos puderam concorrer. A Nextel, por exemplo, foi barrada na ocasião. Uma nova oferta deveria vir com novas regras e abertura à participação de novos players.

Já a faixa dos 2,5GHz - destinada pela União Internacional das Telecomunicações (UIT) às tecnologias de 4G - é considerada como o ‘novo' espectro. Rojas defende que se mantenha a proposta inicial de refarming da Anatel, de 140 MHz para as operadoras do SMP e dos 50 MHz restantes às do MMDS. Com 200 MHz de espectro em mãos, Rojas acredita que as evoluções do HSPA e a instalação da LTE estejam garantidas. Mas, após muita reclamação da parte das MMDS, não está mais clara a nova repartição do espectro de 2,5GHz no país.

Um dos objetivos da 3G Américas para obtenção de faixa tão favorável de espectro é a possibilidade de aumento dos serviços de dados, o que deve causar impacto positivo na parcela destes serviços no bolo total dos serviços móveis. Embora maior capacidade de transmitir serviços de dados não seja garantia de que o ARPU deva aumentar muito sua média - hoje em torno dos US$13 no Brasil e na América Latina em geral - certamente este movimento poderá aumentar a participação dos dados entre os serviços. Hoje, enquanto 88% dos serviços de telefonia móvel do SMP são de voz, os dados ocupam modestos 12% de participação. Para que, já em 2010, esta parcela suba para 16% será necessário mais espectro. É para dar mais espaço para o tráfego de dados que a 3G Américas reivindica os 40 MHz da faixa de 1.800 MHz e 20 da de 1,9 a 2,1 GHZ.

A 3G Américas salienta que aumentar a capacidade de tráfego de dados é aumentar a receita das operadoras já que, até 2014, o valor dos serviços de voz tende a cair ainda mais. É preciso que se promova uma base segura e veloz para o tráfego de correio eletrônico, acesso às redes sociais, novos serviços comercializados em lojas de aplicações, de música... "Já em 2010 a mensagem das operadoras será - de maneira crescente - de que o aparelho móvel no é só para se falar nele. Este conceito será inerente às campanhas de vendas de todas operadoras".

O quadro, em resumo, é este: a competição cada vez mais centrada em serviços de valor adicionado, forte necessidade de mais espectro, demanda por banda larga cada vez maior; a premência de redução da brecha digital para que os novos serviços ganhem novos segmentos de público... e duas cerejas no bolo - dois eventos de porte planetário, ou duas oportunidades ímpares para se obter financiamento de um lado e para fazer o governo se mexer, de outro.

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