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Março 2010               Índice Geral do BLOCO

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30/03/10

• Telebrás, Eletronet e PNBL (239) - "Internet grátis no Rio" + "Custo de acesso grátis de uma cidade do interior" + "Banda larga para multiplicar o Brasil" por Jonas Couto + "Um imbróglio chamado Telebrás" por Ethevaldo Siqueira

de Helio Rosa <rosahelio@gmail.com>
para Celld-group@yahoogrupos.com.br, wirelessbr@yahoogrupos.com.br
data 30 de março de 2010 20:09
assunto Telebrás, Eletronet e PNBL (239) - "Internet grátis no Rio" + "Custo de acesso grátis de uma cidade do interior" + "Banda larga para multiplicar o Brasil" por Jonas Couto + "Um imbróglio chamado Telebrás" por Ethevaldo Siqueira

Olá, ComUnidade WirelessBRASIL!

01.
Vamos mesclar um pouco o "debate especulativo" sobre o "PNBL Conceição" (ninguém sabe ninguém viu) com alguns fatos mais concretos?  :-)

Objetivamente:
"Rio de Janeiro expande Internet sem fio gratuita" é o título da primeira matéria transcrita mais abaixo.

Esta notícia acendeu-me uma sinapse enferrujada e lembrei desta mensagem (Out 2008) em que um provedor calculou qual seria o custo para uma prefeitura de uma cidade do interior bancar internet "de grátis" para todo o município:

(...)
Aqui em ---- também um dos candidatos está oferecendo acesso wireless grátis a todos as residências da cidade. Estou neste negócio wireless desde o início, em 1999, e sei que não é barato implementar uma rede assim. Fiz um pequeno estudo para o outro candidato, baseado nos meus custos, para a implementação e acesso nas 30.000 residências da cidade:

* custo por instalação no cliente mais rateio do custo AP : entre R$400,00 e R$500,00 por residência => para a cidade toda : entre R$12 e R$16 milhões
* para um banda mínima de 128Kbps por residência, serão necessários 4Gbps a um custo aproximado de R$2 milhões mensais ou R$20 milhões anuais (vai ter que negociar muito com a Embratel para chegar nisto)
* não considerei qualquer outro custo ou dificuldade técnica que possa existir com os 30000 pontos de recepção e entre 500 a 3000 APs, o CPD e os vários projetos para garantir a implantação, e nem o recurso de suporte que será necessário atender a estes 30000 clientes in loco.

Para referência, a arrecadação anual do município é de R$60 milhões ...

Para São Paulo ... com certeza vai ter mais dinheiro, mas os problemas serão maiores.
Pode passar meu e-mail para quem necessitar da ajuda. Se puder ajudar, o farei com satisfação. (...)

02.
Enquanto os PNBListas queimam neurônios para oferecer "banda lerda" entre 10 e 35 "real", pergunto:
- como o Rio pode oferecer internet grátis?
- se o Rio pode por que os demais não podem?
- como ficam os pequenos provedores nessa história?
- o cálculo acima feito em 2008 pode ser barateado hoje?

03.
Matérias de hoje:
Fonte: Convergência Digital
[30/03/10]   Banda larga para multiplicar o Brasil - por Jonas Antunes Couto*

Fonte: Blog do Ethevaldo no Estadão
[30/03/10]   Um imbróglio chamado Telebrás - por Ethevaldo Siqueira

Boa leitura!
Um abraço cordial
Helio Rosa

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Fonte: Convergência Digital
[29/03/10] Rio de Janeiro expande Internet sem fio gratuita

Mais duas comunidades da Zona Sul do Rio – Pavão-Pavãozinho/Cantagalo e Rocinha – ganharam nesta segunda-feira, 29/03, acesso gratuito em banda larga à internet sem fio do Programa Rio Estado Digital, desenvolvido pela Secretaria de Ciência e Tecnologia, da mesma forma que ocorreu na orla da Zona Sul, na Cidade de Deus, em parte da Baixada Fluminense, na Avenida Brasil e em Manguinhos.

O sistema foi inaugurado pelo governador Sérgio Cabral em cerimônia no Espaço Criança Esperança, no Cantagalo, e pelo vice-governador e secretário de Obras, Luiz Fernando Pezão, que estava no Complexo Esportivo da Rocinha, através de uma comunicação por videoconferência.

O sistema cobrirá integralmente as comunidades de Pavão-Pavãozinho/Cantagalo, onde foram investidos R$ 862 mil, beneficiando cerca de 15 mil pessoas. Na Rocinha, o sinal vai funcionar apenas no Largo do Boiadeiro, numa primeira etapa, mas será ampliado para toda a comunidade em 60 dias. O investimento total será de R$ 1,2 milhão, podendo atender mais de 100 mil moradores.

O Rio Estado Digital já atinge mais de três milhões de pessoas com um investimento de R$ 13 milhões. O programa é desenvolvido pela Secretaria de Ciência e Tecnologia, com suporte de universidades públicas e privadas. Quando o programa for estendido para toda a Baixada, quase 4,5 milhões de pessoas terão o benefício do acesso gratuito à internet.

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Fonte: Convergência Digital
[30/03/10]   Banda larga para multiplicar o Brasil - por Jonas Antunes Couto*

* Jonas Couto é economista e advogado, Mestre em direito econômico pela UFMG, Mestre em regulação pela Universidad de Navarra e Gerente Regulatório da TelComp

2010 é ano de eleições no Brasil. Momento em que os políticos reforçam eternas promessas e defendem suas prioridades para o desenvolvimento do país. Na agenda dos candidatos brasileiros sempre estiveram presentes itens básicos, como saúde, educação, segurança pública, combate à pobreza e até mesmo sustentabilidade. Mas para o pleito de 2010, um novo item entra em definitivo na pauta: o acesso à internet banda larga.

É cada vez mais notória a importância do acesso à internet banda larga nessa nova sociedade, que se desenvolve a partir da informação. No exterior, governos optam por políticas públicas que estimulam os investimentos em redes de nova geração, universalizam a banda larga de alta velocidade, oferecendo preços acessíveis - Japão e Suécia já têm ofertas de 1 gigabyte, por exemplo - e garantem o efeito multiplicador que tais medidas produzem nas relações econômicas e sociais de indivíduos, empresas e governos.

Essa multiplicação pode ser explicada a partir da apresentação de um exemplo: imagine um produtor de café sem acesso à internet banda larga, isolado na fazenda onde planta seu grão. Ele não consegue otimizar muitas das variáveis do seu negócio, como plantação, colheita, transporte, compra de insumos e venda da commodities, porque não tem acesso, em tempo real, à informações importantes para o sucesso de seu negócio.

Agora, imagine esse mesmo produtor conectado a uma internet com banda ultra-larga, utilizando-se de aplicativos modernos para controlar variáveis, como chuvas e geadas, custos de insumos, preços da saca, e tomando as suas decisões de negócios em tempo real.

Assumindo que essa melhor gestão deve gerar mais renda para o produtor, esse excedente retroalimenta o processo produtivo em seu segmento com novos investimentos e a contratação de outros empregados e também estimula o crescimento em outros setores com o incremento do consumo.

Sem falar que o acesso sem fronteiras à internet também dará a esse produtor rural a oportunidade de treinar seus funcionários, capacitar futuros trabalhadores e mesmo instruí-los sobre saúde familiar. Tudo isso impactaria positivamente as relações sociais, haja vista o efeito multiplicador da renda no bem-estar das pessoas.

No Brasil, o governo federal e alguns governos estaduais, como o do estado de São Paulo, parecem já reconhecer os efeitos multiplicadores que o acesso à informação, via internet banda larga, pode produzir na vida dos cidadãos, na competitividade das empresas e na gestão pública. O “Plano Nacional de Banda Larga” e o “Projeto Banda Larga Popular”, respectivamente, são prova desse reconhecimento e, por isso, são iniciativas louváveis.

No entanto, é preciso alertar governantes e candidatos brasileiros que os benefícios socioeconômicos derivados da inclusão digital estão condicionados a conexões de banda larga com velocidades superiores a dois megabytes por segundo.

Ambas políticas públicas focam em acessos à internet com velocidades muito baixas - entre 256 kilobytes por segundo e 1 megabyte por segundo -, insuficientes para atender à crescente demanda por dados, caminho inexorável para a construção das sociedades da informação.

Enquanto países como França, Inglaterra, Dinamarca, Japão - nossos competidores no mercado global - já possuem conexões que, na média, superam 15 megabytes por segundo, 90% das conexões no Brasil hoje são inferiores a 1 megabyte por segundo, como constatou o documento do Conselho de Altos Estudos da Câmara Federal.

As medidas a serem tomadas pelos governos brasileiros, federal, estaduais ou municipais, precisam corrigir essas distorções. O país necessita urgentemente de investimentos em redes de fibra ótica e na capacitação de usuários. Qualquer estratégia que queira explorar o efeito multiplicador derivado dos acessos de banda larga precisa focar esses dois pontos.

Não se pode aceitar políticas de inclusão digital que restrinjam as conexões de banda larga a 1 megabyte por segundo nos próximos anos, sob pena de o Brasil ser obrigado a utilizar tecnologias do século passado e, consequentemente, de assumir todos os custos de oportunidade, sociais e econômicos derivados desse atraso tecnológico. Em 2010, ao menos as promessas dos futuros governantes devem combater essas mazelas.

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Fonte: Blog do Ethevaldo no Estadão
[30/03/10]   Um imbróglio chamado Telebrás - por Ethevaldo Siqueira

Não há gente mais sofredora do que os defensores da volta da Telebrás. Eles estão à beira de um ataque de nervos, pois esperam desde agosto do ano passado que a proposta oficial de reativação da estatal seja aprovada pelo governo federal. Depois de agosto, adiaram o anúncio para setembro, outubro e novembro. E assim sucessivamente, para dezembro, janeiro, fevereiro e, finalmente, para março, momento solene de anúncio do PAC2. O sonho era que tanto o anúncio do PNBL quanto o da volta da Telebrás fossem feitos no dia 29 de março. Mas não foram, nem o PAC2 nem a volta da estatal.

Por que nada aconteceu? O motivo, alegado pelo ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, foi de que os custos do PNBL ainda não estão definidos. E mais: que a decisão de se recriar a Telebrás é apenas um detalhe e ainda não foi tomada. Outras fontes falam na criação de outra estatal ou a escolha dos Correios para gerir o PNBL, se e quando ele for elaborado.

Há muito se percebe que o governo não obtém o consenso mínimo sobre a questão da banda larga. Há divergências internas no governo, tanto sobre o plano qaunto sobre a reativação da Telebrás. Enquanto isso, o tempo passa e a campanha presidencial já está nas ruas. Num período desses, tudo pode acontecer. Inclusive nenhuma decisão ser tomada.

Os defensores do projeto Telebrás agora prometem a decisão final para abril - ou maio, ou junho - quando a ministra-mãe dos PACs e defensora da volta da estatal já estará em plena campanha. Nesse período, entretanto, a manipulação da cotação das ações deve continuar, com a desfaçatez e a naturalidade que caracterizam as grandes maracutaias deste País.

Investir em ações de uma empresa nessas condições, sem nenhuma certeza em seu futuro, sem patrimônio e sem receita, passa a ser uma aventura de alto risco. E, como se pode avaliar, os investidores bem-intencionados, que acreditavam nesses papéis, começam a temer por seu rico dinheirinho.

Nervosos, agressivos e preocupados com seus planos políticos, alguns dos defensores da volta da Telebrás se tornam cada dia mais arrogantes diante dos criticam o projeto. Xingam, ameaçam e perdem a compostura, em seus sites exclusivos para a campanha de apoio à tese estatal e ao PNBL de seus sonhos. Em lugar de argumentar com fatos e dados objetivos, eles atacam os supostos adversários e acusam-nos de estarem vendidos às Teles. Sua luta, no entanto, não passa de defesa dos próprios interesses e de uma bandeira eleitoral que já não conseguem desfraldar, que lhes foge ao controle.


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