WirelessBRASIL - Bloco TECNOLOGIA

Janeiro 2012             


15/01/12

• Jornal da Globo mostra que ainda estamos longe do 4G - por Thássius Veloso

Olá, WirelessBR e Celld-group!

01.
Transcrevo do Portal G1 (Globo) está matéria veiculada no "Jornal da Globo" do dia 10 (vídeo disponível na página).
Fonte: G1/Jornal da Globo
[10/01/12]   Tecnologia 4G pede investimentos para chegar ao Brasil em 2014 - por Renata Ribeiro, Jorge Pontual e Roberto Kovalick

Vale conferir, o vídeo é interessante, em "nível de divulgação".

Thássius Veloso, do Tecnoblog, comenta e corrige os deslizes técnicos da reportagem da Globo e apresenta uma "listinha básica dos padrões considerados como 3G, como 3,5G e como 4G":
Fonte: Tecnoblog
[11/01/12]   Jornal da Globo mostra que ainda estamos longe do 4G - por Thássius Veloso

02.
Nos Grupos já tratamos do "4G da SKY", citado no Tecnoblog, com registro aqui:
16/12/11
• Comentário de José Smolka sobre a notícia "Sky lança (4G) TD-LTE em Brasília"
14/12/11
• Sky lança (4G) TD-LTE em Brasília - Notícia do Teletime e comentário de Mariana Mazza

Boa leitura!
Um abraço cordial
Helio Rosa
Portal WirelessBRASIL

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Fonte: Tecnoblog
[11/01/12]   Jornal da Globo mostra que ainda estamos longe do 4G - por Thássius Veloso

Reportagem com alguns deslizes compara conexão daqui com a oferecida nos Estados Unidos e no Japão.

Na madrugada de terça para quarta-feira foi ao ar uma reportagem no Jornal da Globo que evidencia os anos-luz de distância entre a rede de dados que nós temos cá no Brasil com o que os consumidores já têm nos Estados Unidos e no Japão. Sim, sim, os dois países são mercados desenvolvidos em que as operadoras investem os bilhões necessários.

Ainda assim, o vídeo serviu para nos deixar com água na boca. A qualidade da imagem está baixa, por momentos o áudio sai de sincronização e não foi publicado em uma conta da Globo no YouTube, mas é o que temos para agora. [Vídeo aqui].

Há algumas incongruências na reportagem exibida pela TV Globo. Mesmo se tratando de um telejornal para um público diferenciado, nem sempre especializado em tecnologia – nem com interesse em se especializar, devo dizer –, não dá para acreditar que mostraram ali um iPhone 4S como sinônimo de dispositivo compatível com o LTE. Não é.

Nos testes feitos pelo Jorge Pontual nos Estados Unidos, um tablet conectado aparentemente à rede da operadora Sprint apresentou velocidade de mais de 10 Mbps (o certo são megabits por segundo, embora o repórter tenha dito megabytes por segundo no LTE). Já no 3,5 (presumindo que seja o padrão HSDPA ou HSUPA) a velocidade máxima foi de 370 kbps.

Portando uma conexão Wi-Fi ligada no 4G, um transeunte conseguiu baixar uma foto em “apenas 20 segundos” e outro copiou um podcast para o celular “em apenas 1 minuto”. Não dá para saber o tamanho dos arquivos, mas as pessoas que colaboraram para a reportagem parecem realmente impressionadas com o que presumimos ser o LTE.

Outro repórter no Japão conseguiu transmitir vídeo do celular para um computador na afiliada da emissora sem perda de conexão.

O nosso intrépido tecnoblogger Lucas Braga fez uma listinha básica dos padrões considerados como 3G, como 3,5G e como 4G, bem como as respectivas velocidades de download (prometidas, veja bem). Vou te dizer que eu não sabia de todas as gerações da banda larga móvel.

2G — GSM. Conexão via CSD ou HS-CSD (até 38 kbps).
2,5G — GPRS (até 114 kbps).
2,75G — EDGE (até 236,8 kbps).
3G — WCDMA (até 384 kbps).
3,5G — HSDPA (até 7,2 Mbps de download e 384 kbps de upload) e HSUPA (até 7,2 Mbps/5,8 Mbps).
3,75G — HSPA (até 14,4 Mbps/5,8 Mbps) e HSPA+ de única portadora (até 21 Mbps/5,8 Mbps).
4G — HSPA+ de duas ou mais portadoras (até 42 Mbps/11,4 Mbps). Em tese pode chegar até 168 Mbps.

Por enquanto ficamos com o HSPA+, considerado parte do 3,75, oferecido pela Claro e Vivo. A TIM anunciou o HSPA+ de única portadora mas ainda não entrou em operação. Oi e CTBC preparam as redes para a tecnologia. A única empresa que oferece LTE de fato é a Sky em Brasília, porém para banda larga fixa — eles não oferecem com mobilidade.

Mesmo com todos os pequenos deslizes que a reportagem comete, uma coisa continua certa: estamos longe de ter o 4G por aqui. A Anatel, agência reguladora de telecomunicações, ainda não fez o leilão das frequências para que a rede móvel com a tecnologia entre em operação. Deve acontecer ainda nesse ano — antes tarde do que nunca.

A propósito. Até onde eu sei não existe pronúncia correta para “tablet”. Tem quem fale como no inglês, porém também já vi executivo de operadora dizendo “tablete” em bom português.

Colaborou: Lucas Braga.

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Fonte: G1/Jornal da Globo
[10/01/12]   Tecnologia 4G pede investimentos para chegar ao Brasil em 2014 - por Renata Ribeiro, Jorge Pontual e Roberto Kovalick

[Vídeo aqui]

Conexão 3G chega a uma velocidade de 1 megabit por segundo, enquanto que a 4G passa de 10 megabits. Acesso mais rápido à internet melhora a qualidade dos vídeos vistos em tempo real, sem necessidade de download.

Não é tão antigo quanto a central telefônica da década de 1920, mas sim, o celular já virou peça de museu. Tão obsoleta quanto a pesada bateria dos primeiros “tijolões” é a ideia de um aparelho feito só para falar. A nova geração de celulares promete uma internet dez vezes mais rápida. O 3G, que ainda ontem trouxe o mundo para a palma da mão, já foi superado.

A tecnologia 4G chegou aos Estados Unidos há dois anos. A primeira empresa a oferecer o serviço no país abriu as portas para a equipe do Jornal da Globo fazer testes. Para comparar a velocidade das duas redes, a 3G e a nova a 4G, usamos dois tabletes da mesma operadora, um ligado em cada rede.

A conexão 3G chega a uma velocidade de 1 megabit por segundo, enquanto que a 4G passa de 10 megabits. O acesso mais rápido à internet melhora a qualidade dos vídeos vistos em tempo real, sem necessidade de download.

A diferença realmente é impressionante. A qualidade do vídeo em 4G é muito superior à qualidade do mesmo vídeo em 3G.

Levamos um aparelho 4G para fazer outro teste: o de download de arquivos. Oferecemos a pessoas que usam o 3G a chance de se conectarem ao wi-fi 4G, para avaliarem a tecnologia mais moderna.

Jacqueline baixou uma foto no celular. Em geral, levava 45 segundos, e levou 20. Michael testou baixar um podcast que costuma levar de cinco a dez minutos. Com o 4G, baixou em apenas um minuto. Ele se diz impressionado, “foi muito rápido”.

Japão

No Japão, os celulares são mais usados como computador de bolso ou TV portátil. Com velocidades de download que chegam até 42 Mbps no meio da rua, Mayumi assiste a um vídeo de um grupo famoso lá, enquanto aguarda uma amiga. Qualidade perfeita.

Com a conexão japonesa, já é possível fazer uma teleconferência por telefone. Quando se captam imagens neste celular e se transmite para o computador, ficam granuladas, ficam congeladas de vez em quando. Quando o 4G chegar, não tenha dúvida. A imagem será perfeita: transmissão ao vivo usando apenas um celular.

Embora as empresas americanas usem comercialmente o termo 4G, os japoneses não consideram que a tecnologia atual, a LTE, usada tanto no Japão como nos Estados Unidos, mereça esse nome. É rápida, mas não o suficiente. Por isso, é chamada ainda de 3G pelos japoneses.

Os japoneses seguem o que sugere a União Internacional de Telecomunicações, órgão da ONU, que considera 4G a conexão com velocidade de download de pelo menos 100 Mbps.
A tecnologia funciona perfeitamente em laboratório, mas ainda faltam alguns anos para chegar às ruas. Um dos principais desafios é reduzir o tamanho do aparelho receptor.

Brasil

Estádio do Morumbi, quarta-feira. Faltam poucos minutos para o clássico São Paulo e Corinthians pelo campeonato brasileiro. O estádio não lotou, mas está cheio. Os jornalistas já estão posicionados, e não conseguimos fazer o teste de velocidade de um celular 3G.

A internet ficou instável, lenta. A velocidade, que gira em torno de 1 Mbps, ficou bem menor, porque dividimos o sinal com todo mundo que está acessando a rede. Para a Copa do Mundo, é preciso mais.

O desafio do Brasil é maior do que o da África do Sul, porque, em 2014, os estádios estarão ainda mais cheios de smartphones e tablets. Atualmente, a telefonia móvel no Brasil funciona assim: o sinal do 3G passa por frequências de ondas entre os aparelhos e as antenas, como em uma estrada.

Quando muita gente usa o celular ao mesmo tempo, os dados emitidos e recebidos são como vários carros que congestionam a via aérea. Os sinais de alguns aparelhos são passados para estradas piores, mais lentas, as frequências do 2G. Quando isso acontece aparece aquela letra "e", de edge (limite) no aparelho. Quando o tráfico de dados é grande demais, tanto o 3G quanto o 2G ficam congestionados e o celular fica sem sinal mesmo.

Para começar a resolver isso, no ano que vem, as operadores vão abrir os sinais 3,5G. Até a copa, deve chegar o sinal do LTE, que no Brasil também chamaremos de 4G. Todos os sistemas vão funcionar ao mesmo tempo. Se o 4G ficar congestionado, o sinal vai para o 3,5G e assim por diante.

O governo promete o 4G operando em todas as cidades-sede até a Copa do Mundo. A largada será dada em abril deste ano, com a licitação da concessão do 4G. O governo deve liberar para o 4G uma frequência de menor alcance. Com isso, as empresas, além de adaptar a rede 3G, terão que montar novas antenas e investir em fibra ótica e microondas para o escoamento de dados. As operadoras vão gastar juntas, esse ano, cerca de US$ 18 bilhões na expansão da rede.

Professor de engenharia elétrica do Instituto Mauá, Marcelo Motta explica que o Brasil está atrasado, mas que há tempo para instalar o 4G nas cidades-sede até a Copa do Mundo. “A implantação das redes 3G no país chegou defasada em relação ao mundo por três anos. O mesmo deve acontecer com o 4G. Muitas vezes se chega a essa situação de ter que investir em uma tecnologia sem ter o retorno da tecnologia predecessora”, diz.

Seja para ver vídeo, ver e-mail ou até mesmo para falar com alguém, o rápido crescimento do 3G no Brasil e o péssimo desempenho do sistema em grandes eventos mostram que o 4G será bem-vindo.