WirelessBRASIL - Bloco TECNOLOGIA

Maio 2012             


20/05/12

• Ethevaldo Siqueira: "O mundo na Era do Zettabyte" e "Balanço das comunicações"

Olá, WirelessBR e Celld-group!

Transcrevo mais abaixo duas matérias do jornalista Ethevaldo Siqueira, coletadas em seu Blog.
Aqui estão as "manchetes linkadas" e os "aperitivos:  :-)

01.
Leia na Fonte: Estadão / Blog de Ethevaldo Siqueira
[18/05/12]   O mundo na Era do Zettabyte - Ethevaldo Siqueira (foto)

(...) Para minimizar esse problema, diversas corporações têm colaborado com programas acadêmicos, de que é exemplo o EMC Academic Alliance, que já alcança 81 universidades, no Brasil e no mundo e foi criado pela EMC, uma das maiores empresas de armazenamento de dados do mundo.
Eduardo Lima, gerente do programa no País, explica que “esse crescimento contínuo e acelerado na produção de dados gera uma demanda por profissionais capacitados em armazenamento e computação em nuvem, que hoje são raros no mercado”. Essa demanda por profissionais dessa área, na realidade, sempre existiu. Mas nunca foi razoavelmente atendida.(...)
(...) Desde a metade da década passada, o professor Joseph Bordogna, então diretor da National Science Foundation dos Estados Unidos, já vinha sugerindo que o engenheiro do século 21, precisaria familiarizar-se com os conceitos de teraescala, nanoescala, complexidade, cognição e holismo. E, além de conceituar essas matérias, ele dava exemplos de como elas poderiam ser úteis ao engenheiro deste século.(...)

02.
Leia na Fonte: Estadão / Blog de Ethevaldo Siqueira
[12/05/12]   Balanço das comunicações - por Ethevaldo Siqueira

(...) Vale lembrar que nos últimos 14 anos o País não formulou nenhuma política pública mais ambiciosa para levar a internet e a banda larga às camadas mais pobres da população. Na área institucional, praticamente nada foi feito para dar ao Brasil um marco regulatório compatível com a convergência de tecnologias. Na área social, nenhum grande projeto de inclusão digital.
Tudo isso acontece porque os presidentes da República não têm escolhido ministros realmente capazes para o Ministério das Comunicações. Em sua maioria, eles são políticos despreparados, sem nenhum conhecimento do setor. E pior: representam interesses menores, de ordem pessoal ou partidária.(...)

(...) "Com a maior cara de pau, todos os governos, desde o ano 2000, vêm confiscando volumes crescentes dos fundos setoriais, criados por lei, para serem investidos obrigatoriamente em universalização das telecomunicações, na fiscalização e na pesquisa tecnológica.
Exatamente como fizeram FHC e Lula, a presidente Dilma continua confiscando os recursos dos fundos setoriais, dos quais já foram retirados mais de R$ 50 bilhões nos últimos 10 anos.
Imagine, leitor, qual seria o avanço do País se esses R$ 50 bilhões tivessem sido investidos em um projeto nacional de banda larga realmente sério."

Boa leitura!
Um abraço cordial
Helio Rosa
Portal WirelessBRASIL

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Leia na Fonte: Estadão / Blog de Ethevaldo Siqueira
[18/05/12]   O mundo na Era do Zettabyte - Ethevaldo Siqueira

O mundo está diante de um verdadeiro tsunâmi de informações. O volume global de dados produzidos ou replicados em 2011, por exemplo, chegou a 1,8 zettabyte, segundo o IDC (International Data Corporation).

Mas que é um zettabyte? A pergunta tem sentido. Para respondê-la, nada melhor do que recorrer a algumas comparações. Meu computador tem um disco rígido (HD) com capacidade para armazenar um terabyte, ou mil gigabytes. Pois bem: um sistema com a capacidade de um zettabyte (ZB) poderia armazenar o conteúdo de 1 bilhão de HDs iguais ao de meu desktop. Ou preencher a capacidade de armazenamento de 75 bilhões de iPads de 16 GB.

Em números decimais, um zettabyte equivale, a grosso modo, a 1 sextilhão de bytes, que, em notação científica, poderia ser escrito assim: 1021 bytes – ou seja, 10 elevado à 21ª potência. Em notação binária, seria270 – quer dizer, 2 elevado à 70ª potência.

Uma questão essencial de nosso tempo é, portanto, o crescimento exponencial do volume de informações produzido no planeta. Nos últimos cinco anos, esse volume foi multiplicado por nove. E, segundo o mesmo IDC, em 2020, deverá chegar a 35,2 zettabytes, um terço dos quais estará na nuvem ou passará por ela.

Novos desafios

Para alguns especialistas, o mundo vive a Era do Zettabyte, que traz novos e crescentes desafios, tanto em projetos especializados, como em áreas de instalação e gerenciamento de infraestrutura de armazenamento em ambientes virtuais, do crescimento exponencial de armazenamento, da segurança e redundância de dados (backup) e da recuperação de informações (recovery), entre outras.

Nessa nova era, a explosão de dados, de todas as origens, ganha o nome de Big Data. As novas opções de armazenamento, por sua vez, deram origem à computação em nuvem. É nessas duas áreas que se situa um dos maiores desafios para o Brasil e para o mundo: a carência de profissionais. O Instituto McKinsey Global, por exemplo, prevê que, em 2018, faltarão entre 140 mil e 190 mil profissionais nos Estados Unidos.

Programa acadêmico

Para minimizar esse problema, diversas corporações têm colaborado com programas acadêmicos, de que é exemplo o EMC Academic Alliance, que já alcança 81 universidades, no Brasil e no mundo e foi criado pela EMC, uma das maiores empresas de armazenamento de dados do mundo.

Eduardo Lima, gerente do programa no País, explica que “esse crescimento contínuo e acelerado na produção de dados gera uma demanda por profissionais capacitados em armazenamento e computação em nuvem, que hoje são raros no mercado”. Essa demanda por profissionais dessa área, na realidade, sempre existiu. Mas nunca foi razoavelmente atendida.

Como ressalta Sandro Melo – coordenador do curso de redes de computadores da BandTec, a faculdade de tecnologia da informação (TI) do Colégio Bandeirantes – “a adoção da disciplina Armazenamento e Gerenciamento de Informações na grade curricular tem como objetivo capacitar os alunos para essa enorme demanda de mercado; assim, o estudante, ao se formar, sairá da faculdade com um diferencial profissional”.

No Brasil, o programa EMC Academic Alliance é oferecido gratuitamente às universidades cujos cursos de TI sejam reconhecidos pelo Ministério da Educação e ofereçam a primeira graduação (bacharel e/ou tecnólogo). Além da disciplina Armazenamento e Gerenciamento de Informações, o programa oferece três cursos gratuitos para alunos e professores: Cloud Computing, Backup e Data Science.

O novo engenheiro

Desde a metade da década passada, o professor Joseph Bordogna, então diretor da National Science Foundation dos Estados Unidos, já vinha sugerindo que o engenheiro do século 21, precisaria familiarizar-se com os conceitos de teraescala, nanoescala, complexidade, cognição e holismo. E, além de conceituar essas matérias, ele dava exemplos de como elas poderiam ser úteis ao engenheiro deste século.

Teraescala sugere a idéia de ordens de grandeza gigantescas. Na computação do passado, as arquiteturas de sistemas lidavam com centenas de processadores. No mundo virtual de hoje, trabalham com milhões.

Nanoescala traduz a idéia exatamente oposta à de teraescala, ou seja, ordens de grandeza muito pequenas, como nanossegundo, nanômetro, nanotecnologia. Aliás, num futuro próximo, a evolução da nanotecnologia nos permitirá manipular a matéria, átomo por átomo, molécula por molécula.

Complexidade, no sentido tecnológico, refere-se à extrema diversidade de elementos. Para l­dar com situações de elevada complexidade, os cientistas criaram até uma especialidade chamada engenharia do caos, cujos recursos lhes permitem controlar situações próximas da desordem total.

Cognição, como diz o dicionário, é a aquisição do conhecimento ou, mais precisamente, o processo mental pelo qual adquirimos conhecimento. Para o prof. Bordogna, a atual revolução da informação tende a tornar-se insignificante diante da emergente revolução do conhecimento.

Holismo, na acepção usada por Bordogna, é “o conceito que nos diz que uma entidade pode ser maior do que a simples soma de suas partes”. Ou que nos permite juntar coisas aparentemente díspares num conjunto muito mais coerente, inclusive em sistemas sociais, físicos ou de engenharia virtual.
Comente!

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Leia na Fonte: Estadão / Blog de Ethevaldo Siqueira
[12/05/12]   Balanço das comunicações - por Ethevaldo Siqueira

O Brasil tem ignorado praticamente duas datas muito importantes para suas comunicações. A primeira delas é 5 de maio, Dia Nacional das Comunicações, que passou outra vez em brancas nuvens este ano, praticamente esquecido, como ocorre há mais de uma década. Nenhuma entidade pública relembrou o significado dessa data, escolhida, aliás, por ser a do aniversário do Marechal Rondon, patrono das comunicações brasileiras, nascido em 5 de maio de 1865.

A segunda data importante é 17 de maio, Dia Internacional das Telecomunicações e da Sociedade da Informação, celebrado na maioria dos 193 países que integram a União Internacional das Telecomunicações (UIT), agência especializada das Nações Unidas para esse setor. Este ano, o tema a ser debatido nesse dia mundial será a importância das tecnologias da informação e das comunicações para a emancipação da mulher.

É claro que ninguém espera que o governo faça festinhas nessas datas. O mínimo seria que, aproveitasse as efemérides, para fazer um balanço anual da situação das comunicações brasileiras, de suas necessidades e de sua importância no mundo moderno.

Pouca importância

Ao longo dos últimos 14 anos, a partir da privatização da Telebrás, em 1998, passando por todo o segundo mandato de Fernando Henrique Cardoso, pelos 8 anos do ex-presidente Lula e pouco mais de um ano da presidente Dilma Rousseff, as comunicações se tornaram um setor praticamente sem importância, secundário, quase esquecido pelos governantes.

Vale lembrar que nos últimos 14 anos o País não formulou nenhuma política pública mais ambiciosa para levar a internet e a banda larga às camadas mais pobres da população. Na área institucional, praticamente nada foi feito para dar ao Brasil um marco regulatório compatível com a convergência de tecnologias. Na área social, nenhum grande projeto de inclusão digital.

Ministros políticos

Tudo isso acontece porque os presidentes da República não têm escolhido ministros realmente capazes para o Ministério das Comunicações. Em sua maioria, eles são políticos despreparados, sem nenhum conhecimento do setor. E pior: representam interesses menores, de ordem pessoal ou partidária.

O Brasil precisaria hoje de ministros com a competência e seriedade de Hygino Corsetti, Quandt de Oliveira e Haroldo Mattos, que deram novas perspectivas às telecomunicações do País, de 1970 a 1985. A Telebrás daqueles tempos, conduzida por José Antonio de Alencastro e Silva, fez o Brasil decolar na telefonia. O último grande ministro das Comunicações foi Sérgio Motta, que revolucionou o setor no período 1995-1998, dando-lhe uma legislação moderna para a telefonia, uma agência reguladora realmente profissional e técnica, antes da privatização das teles.

Nesses 14 anos, mesmo sem o apoio do Estado, o Brasil deu o maior salto de sua história, graças a investimentos superiores a R$ 200 bilhões na infraestrutura setorial. O resultado foi a elevação da densidade telefônica de 14 para 140 telefones por 100 habitantes. A internet, que praticamente não existia em 1998, saltou de 1 milhão para 100 milhões de usuários, dos quais 80 milhões em banda larga.

Governos omissos

É óbvio que ainda existem muitos problemas por resolver nas comunicações. Do lado das operadoras, a maior queixa é o baixo padrão de atendimento aos usuários. Mas a culpa não é só dessas empresas. Em qualquer serviço privatizado, se o governo não fiscaliza e não cobra de cada operadora o cumprimento rigoroso dos contratos de concessão, pouca coisa pode ser feita pelo usuário.

O governo, no entanto – representado, principalmente, pelo Ministério das Comunicações e pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) – lava as mãos. Omite-se e não cumpre suas obrigações, na fiscalização e na exigência de mais qualidade dos serviços. E não nos referimos apenas ao governo federal comandado pelo PT, mas a todos os governos nos últimos 30 anos. Presidentes e ministros se comportam como se não lhes coubesse nenhuma responsabilidade sobre o desempenho das operadoras e que nada tivessem a ver com o problema.

Como focalizamos na avaliação do primeiro ano de gestão do ministro Paulo Bernardo, o governo Dilma Rousseff não resgatou o verdadeiro papel do Ministério das Comunicações, não preparou um projeto de Lei Nacional das Comunicações, não moveu uma palha para retirar emissoras de rádio e TV das mãos de políticos, não concede os recursos necessários para os investimentos planejados pela nova Telebrás, não fortaleceu a Anatel com uma nova estrutura de fiscalização e nada faz para reduzir a brutal tributação sobre serviços de telecomunicações.

Confisco de R$ 50 bilhões

Com a maior cara de pau, todos os governos, desde o ano 2000, vêm confiscando volumes crescentes dos fundos setoriais, criados por lei, para serem investidos obrigatoriamente em universalização das telecomunicações, na fiscalização e na pesquisa tecnológica.

Exatamente como fizeram FHC e Lula, a presidente Dilma continua confiscando os recursos dos fundos setoriais, dos quais já foram retirados mais de R$ 50 bilhões nos últimos 10 anos.

Imagine, leitor, qual seria o avanço do País se esses R$ 50 bilhões tivessem sido investidos em um projeto nacional de banda larga realmente sério.