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04/01/14

• Ensino online: "Pela web, uma revolução na educação"

Olá, "WirelessBR" e "telecomHall Brasil"!

01.
Motivado pelas palavras preciosas (*) da nossa Jana de Paula, faço uma "garimpagem" no Blog Link (Estadão) em busca de matérias sobre "ensino online", certamente um "novo jeito"  que  vai revolucionar a sociedade.

"Cresce a procura de brasileiros por cursos online gratuitos, feitos por professores de universidades renomadas de todo o mundo, e que atingem até dezenas de milhares de usuários que se organizam em fóruns para trocar informações e aprender juntos". [Link]

Mas antes, nossos governantes, atuais e futuros, precisam repensar suas prioridades e fazer chegar na casa de cada brasileiro uma banda realmente larga, fixa, barata e ilimitada (nos planos de velocidades). Como as teles não estão interessadas (e muito menos uma tal de Telebrás), é preciso estimular os empreendedores pois esses fazem acontecer!

02.
(*) Creio que a mensagem da Jana de Paula foi postada apenas no Grupo WirelessBR; então está transcrita no final desta página, para conhecimento do "telecomHall BR".
Obrigado, "Mana" Jana!
E obrigado a todos que se manifestaram sobre o aniversário do Grupo WirelessBR (nos fóruns e em pvt)!

Agradeço mais indicações de matérias sobre ensino online, de outras fontes, para compor um futuro website sobre o assunto!

03.
Com transcrição mais abaixo, aqui está uma primeira relação anotada no "Link" (ordem aleatória):

Leia na Fonte: Estadão / Link
[29/12/13]  Brasil pegou firme no ensino online - por Denis Mizne

Leia na Fonte: Estadão / Link
[23/06/13]  Plataforma vai muito além do formato videoaula - por Filipe Serrano

Leia na Fonte: Estadão / Link
[23/06/13]  ‘Os Moocs ajudam a melhorar o ensino tradicional’ - por Ligia Aguilhar

Leia na Fonte: Estadão / Link
[23/06/13]  Bernardinho lança startup de educação - por Ligia Aguilhar

Leia na Fonte: Estadão / Link
[20/01/13]  O pioneiro dos vídeos para aprender - por Murilo Roncolato (sobre Salman Khan)

Leia na Fonte: Estadão / Link
[11/09/13]  Google fecha parceria com Harvard e MIT - por Camilo Rocha

Leia na Fonte: Estadão / Link
[23/06/13]  Pela web, uma revolução na educação - por Redação Link

Leia na Fonte: Estadão / Link
[16/04/13]  Cursos de Stanford de graça na internet - por Ligia Aguilhar

Leia na Fonte: Estadão / Link
[07/04/13]  Duolingo: Movido a palavras - por Anna Carolina Papp

Leia na Fonte: Estadão / Link
[27/01/13]  Escola digital - por Murilo Roncolato

Leia na Fonte: Estadão / Link
[18/01/13]  ‘Brasil será exemplo de educação’, aposta Khan - por Murilo Roncolato

Ótimo 2014!

Boa leitura!
Um abraço cordial
Helio Rosa
Portal WirelessBRASIL


Leia na Fonte: Estadão / Link
[29/12/13]  Brasil pegou firme no ensino online - por Denis Mizne

Denis Mizne é Diretor executivo da Fundação Lemann

O papel da tecnologia na educação teve uma inflexão importante em 2013: a velocidade com que soluções inovadoras chegaram ao ensino e o impacto que tiveram na aprendizagem mudou de patamar.

Um aspecto importante dessa pequena “revolução” chegou com força ao Brasil: a disseminação de conteúdo de alta qualidade de forma aberta e gratuita. Inicialmente restrito aos Estados Unidos, os Moocs (cursos abertos massivos online em sua sigla em inglês) começaram a ganhar o mundo. O Coursera, maior provedor de Moocs do mundo, com 85 universidades e quase 6 milhões de alunos, e o edX, união de MIT e Harvard, ficaram mais próximos do Brasil. Com seus primeiros cursos traduzidos para o português, o Coursera viu o número de alunos aqui aumentar 90%.

Um dos professores mais assistidos do mundo, Michael Sandel, do curso Justiça, de Harvard, criou sua primeira sala de aula global, em que alunos de cinco países, incluindo o Brasil, puderam assistir aulas e debater simultaneamente. Muito além de transmitir aulas online, em 2013, os Moocs inovaram nas experimentações para aumentar a retenção de estudantes (menos de 10% dos inscritos concluem o curso).

Inteligência artificial para corrigir questões dissertativas, peer grading – os colegas de curso corrigem as tarefas – e uma gama enorme de exercícios e fóruns de apoio aos alunos fizeram com que a interação dos alunos com as plataformas avançasse significativamente. Nesse mercado, o Brasil foi mais do que mero consumidor. A startup Veduca lançou os primeiros Moocs brasileiros, com professores da USP e do ITA.

Em novembro, Google e Fundação Lemann juntaram forças para lançar o YouTube Edu, plataforma organizada e com curadoria, que oferece gratuitamente as melhores vídeo-aulas de professores brasileiros. Com mais de 8 mil aulas e focada inicialmente no ensino médio, a plataforma cobrirá os 12 anos do ensino básico e vai realizar concursos para identificar os melhores professores de todo o Brasil em 2014.

O uso das ferramentas online para estudar já começa a entrar também no cotidiano dos candidatos ao Enem. O desafio Geekie Games, no qual estudantes se prepararam para o exame em uma plataforma adaptativa, teve mais de 500 mil alunos inscritos. Se o acesso a tanto conteúdo de alta qualidade certamente ajuda os alunos que querem melhorar sua formação, a maior novidade talvez seja a incorporação da tecnologia dentro das salas de aula.

No Brasil, a experiência de maior alcance é a da Khan Academy: mais de 10.000 alunos, de 8 a 10 anos de idade, de escolas públicas do Ceará ao Paraná puderam aprender matemática com o auxílio de uma plataforma de exercícios, vídeos e colaboração online. Os professores têm informação em tempo real sobre os alunos e podem incorporar à sua estratégia de aula maneiras de garantir o progresso de cada aluno.

A partir de janeiro, a plataforma ficará aberta gratuitamente na internet e chegará a 100 mil alunos. Estamos ainda no começo. Formar os professores, avaliar os efeitos na aprendizagem, melhorar a experiência para o usuário e garantir infraestrutura de qualidade para que a internet chegue de verdade às escolas são alguns dos enormes desafios pela frente.

É claro também que estas novidades são fruto de um processo que não é recente. Ha décadas pesquisadores e professores trabalham para trazer soluções para a educação e utilizar o potencial da tecnologia para melhorar o ensino.

Mas o alcance da internet e a abertura das redes de ensino para a inovação criam um atual cenário poderoso e promissor, que nos faz acreditar que o grande impacto da tecnologia na educação ainda está por vir.

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[23/06/13]  Plataforma vai muito além do formato videoaula - por Filipe Serrano

É fácil perder-se entre a enorme oferta de videoaulas disponível na internet e, por melhores que sejam os cursos, o desafio inicial é entender a lógica dos sites que os oferecem. Depois de ouvir falar sobre o Coursera, decidi explorá-lo. Feito o cadastro, você vê uma lista de cursos à disposição – na semana passada eram 389. Um me chamou a atenção, sobre história da internet, e fiz a inscrição, gratuita.

A surpresa foi descobrir que no Coursera, assim como em outros sites, as aulas têm duração definida (cinco semanas, dez semanas). E, para garantir o certificado de conclusão, é preciso seguir as atividades dentro dos prazos. A aula que eu escolhi já estava na terceira ou quarta semana. Assisti a dois vídeos até descobrir que não poderia mais receber o certificado, o que foi desanimador. Decidi procurar outra opção, para acompanhar desde o começo.

Cada curso tem uma página própria, com vídeos de duração entre 3 a 20 minutos. Para cada semana há até dez vídeos que, somados aos materiais extras, exigem dedicação constante. Muitos não conseguem acompanhar. Aos poucos, porém, reservei um horário para assistir aos vídeos e peguei o ritmo.

Há também formas de interação entre os alunos, em fóruns e redes sociais. Para mim, essas atividades pareceram sem graça, mas alunos mais participativos organizam até encontros para estudar.

A experiência tem sido muito boa. O curso é realmente interessante e tem uma abordagem didática, apesar de um pouco superficial, mas acho que a ideia é que o aluno procure mais sobre o que lhe interessa. De qualquer forma, as aulas mostraram que é possível aprender dessa maneira, com ou sem certificado, e me incentivaram a buscar outras disciplinas. Já são cinco na lista.

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[23/06/13]  ‘Os Moocs ajudam a melhorar o ensino tradicional’ - por Ligia Aguilhar

Entrevista com Andrew Ng, professor de Stanford, cofundador do Coursera

Para o professor de Stanford, cursos online são ferramenta para melhorar a qualidade das aulas presenciais

Qual o lado bom e o ruim do ensino em massa pela internet?

O ponto positivo é que a internet permite compartilhar o conhecimento. Meu primeiro vídeo teve 100 mil visualizações. Antes eu ensinava para classes de no máximo 400 alunos. Ou seja, demoraria 250 anos para atingir esse número. O ponto negativo é que é muito trabalhoso criar conteúdo.

Qual o interesse dos professores por esse tipo de ensino?

A maioria é entusiasta. Os Moocs (Cursos Online Abertos e Massivos) são uma forma de melhorar o ensino tradicional, porque o aluno pode assistir à aula online e ir para a classe preparado para discussões mais profundas. Perguntam-me por que alguém investiria para se formar em uma universidade se pode assistir à aula de graça. A resposta é que os alunos não vão à universidade por causa da aula, mas em razão das discussões e interações.

Qual é o desempenho dos alunos dos cursos?

É complicado medir. Muitos se inscrevem em uma aula, assistem religiosamente a todos os vídeos, mas não entregam nenhum exercício. Por isso consideramos que ele não completou o curso. Só 7% terminam com sucesso. Mas, se o aluno faz o primeiro exercício, aumenta em 42% a chance de fazer os demais. O bom é que os Moocs são uma oportunidade para as pessoas experimentarem outras áreas sem risco.

A credibilidade desses cursos é questionada. Como o mercado vê os Moocs nos EUA?
Há dois anos, havia essa preocupação, mas isso mudou porque as melhores universidades do mundo estão oferecendo seus melhores cursos.

Os Moocs substituem o ensino tradicional?

Pense no seu professor favorito. Por que gostava dele? Quando penso no meu, a resposta é que ele era generoso respondendo às minhas perguntas. Não acho que ele pode ser substituído pelo computador. O que fazemos é usar a tecnologia para livrar o professor do trabalho repetitivo para gastar o tempo com outras coisas importantes. Odiaria que Moocs atrapalhassem a relação entre os alunos e professores.

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[23/06/13]  Bernardinho lança startup de educação - por Ligia Aguilhar

Técnico da seleção masculina de voleibol lançou a Eduk, plataforma de cursos profissionalizantes a distância

SÃO PAULO – O técnico da seleção brasileira masculina de voleibol Bernardinho lançou nesta quarta-feira, 22, a startup de ensino a distância eduK. A empresa oferece cursos profissionalizantes por meio de videoaulas na internet e foi criada pelo técnico em sociedade com os empresários Eduardo Lima e Robson Catalan, que passaram os últimos cinco anos trabalhando na operação do site de cursos online Buzzero.com.

O projeto recebeu um aporte do tipo Series A (como é chamado o investimento em fase inicial) da Monashees Capital, fundo que já investiu em startups como o Peixe Urbano, Baby.com.br e Oppa. “Ao longo da minha trajetória como técnico, desenvolvi habilidades para treinar, liderar e motivar meus jogadores. Paralelamente, há vários anos compartilho minha experiência nas palestras que ministro em empresas e projetos sociais. A eduK é resultado de nossa crença de que a educação é a principal alavanca para o crescimento profissional”, diz Bernardinho

A proposta da startup para se destacar da ampla concorrência é elevar o padrão de qualidade do ensino a distância oferecendo conteúdo gerado por especialistas reconhecidos em cada área. ”Estima-se que há 8 milhões de posições de trabalho não preenchidas por falta de mão de obra qualificada no Brasil, o que impacta diretamente o crescimento econômico e o desenvolvimento social do país”, diz Catalan, cofundador da empresa.

Além da web, a eduK também tem um aplicativo para o sistema operacional Android pelo qual os vídeos podem ser baixados para serem assistidos em plataformas móveis mesmo sem conexão com a internet. O conteúdo de cada curso ficará disponível ao estudante de forma vitalícia para ser consultado a qualquer momento.

O site da eduK já está no ar com 20 cursos profissionalizantes que custam entre R$ 150 e R$ 600. A meta é chegar até o final do ano com 100 opções no portfólio. Para atrair alunos, a startup permite a degustação de algumas aulas gratuitamente para que o conteúdo e o formato do vídeo sejam avaliados antes da compra. A sede da empresa fica em São Paulo, onde trabalham atualmente 30 funcionários.

Veja o vídeo de divulgação da startup:

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[20/01/13]  O pioneiro dos vídeos para aprender - por Murilo Roncolato (sobre Salman Khan)

No Brasil, Salman Khan se surpreendeu com entusiasmo sobre seu projeto

SÃO PAULO – O ex-analista de fundos de investimento e hoje um dos educadores mais populares do mundo, Salman Khan, visitou o Brasil nesta semana e se impressionou com a “energia”.

“A sensação é de que aqui vocês querem que as coisas aconteçam rapidamente”, disse Khan durante palestra, no Museu de Imagem e Som, em São Paulo. “Nos próximos cinco ou dez anos, tenho certeza, o Brasil será um case de educação para o resto do mundo.”

Em menos de um dia, Khan se encontrou com a presidente Dilma Rousseff, o ministro da Educação Aloizio Mercadante, e fechou uma parceria de R$ 10 milhões com a fundação que leva o sobrenome do homem mais rico do Brasil, Jorge Paulo Lemann. A Khan Academy, organização sem fins lucrativos, já recebeu cerca de US$ 2 milhões do Google e US$ 1,5 milhões da fundação de Bill Gates.

Dilma o convidou a produzir aulas em vídeo para ensino básico. Mercadante comentou os planos para o que chama de Universidade Livre, um arquivo digital de aulas compartilhado entre as 59 instituições federais de ensino superior do País, e disse que as aulas da Khan Academy estarão acessíveis nos 600 mil tablets Android distribuídos pelo MEC a professores de ensino médio. Mas como o app da Khan Academy só está disponível para iOS, o professor terá de assistir às aulas no navegador.

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[11/09/13]  Google fecha parceria com Harvard e MIT - por Camilo Rocha

Empresa desenvolverá software para a Open edX, plataforma de cursos online gratuitos criada pelas instituições

SÃO PAULO – O Google anunciou na terça-feira, 10, que desenvolverá um software para a Open edX, plataforma de cursos online gratuitos criada pela Universidade de Harvard e pelo Massachusetts Institute of Technology (MIT).

Em comunicado no blog Google Research, a empresa descreveu o projeto como uma progressão de seu projeto Course Builder, ferramenta em código aberto que permite a qualquer pessoa desenvolver seu próprio curso online. “Estamos pegando o que aprendemos do Course Builder e aplicando no Open edX para trazer mais inovação para uma plataforma aberta de ensino online de massa [conhecidas como MOOCs]“, escreveu Dan Clancy, diretor de pesquisa da empresa.

De acordo com o Google, desde o lançamento do Course Builder, há cerca de um ano, “indivíduos têm criado cursos sobre tudo, de teoria de jogos à filantropia”. “A plataforma ajuda a cumprir nossa meta de tornar a educação mais acessível”, disse Clancy.

Apesar da conexão, as plataformas seguirão separadas. Segundo o presidente da edX afirmou, a intenção é lançar um novo site que se torne um “YouTube para cursos online abertos de massa [ou MOOCs]“. No início do ano que vem, os cursos migrarão do site da edX para o novo local, o site mooc.org.

O termo MOOC foi criado em 2008 por dois acadêmicos canadenses. Andrew Ng, fundador da plataforma Coursera, disse ao Link em entrevista: “Os Moocs (Cursos Online Abertos e Massivos) são uma forma de melhorar o ensino tradicional, porque o aluno pode assistir à aula online e ir para a classe preparado para discussões mais profundas.”

Segundo Clancy, do Google, “nossa indústria está nos estágios iniciais dos MOOCs e precisamos experimentar muito até achar a melhor maneira de atender as necessidades educacionais do mundo”.

Os cursos interativos e MOOCs oferecidos pela edX incluem aulas de direito, história, ciência, engenharia, administração, ciências sociais, ciências da computação, saúde pública e inteligência artificial.

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[23/06/13]  Pela web, uma revolução na educação - por Redação Link

Cresce a procura de brasileiros por cursos online gratuitos, feitos por professores de universidades renomadas de todo o mundo, e que atingem até dezenas de milhares de usuários que se organizam em fóruns para trocar informações e aprender juntos

SÃO PAULO – Foi para aprofundar o conhecimento em legislação e comércio internacional que o estudante de Contabilidade Nicolas Sousa decidiu explorar uma nova forma de aprendizado que tem atraído cada vez mais brasileiros na internet. Sites que reúnem cursos online gratuitos – como o Coursera, Udemy, EdX, Udacity e o brasileiro Veduca – estão expandindo a oferta de cursos de renomadas universidades não apenas do Brasil, mas principalmente dos Estados Unidos e da Europa.

O curso escolhido por Nicolas Sousa (A legislação da União Europeia: Uma Introdução) é dado por um professor de Direito da Universidade de Leiden, na Holanda. “Trabalho em uma gestora de fundos de investimento e achei interessante aprender mais sobre legislação, comércio e finanças, além de praticar o inglês”, diz Sousa, que estuda na USP.

As aulas são dadas no Coursera, um dos sites pioneiros na área. Segundo o fundador, Andrew Ng, em abril o Brasil era o quarto país em número de usuários (4% do total). “Houve um crescimento de 167% na quantidade de brasileiros nos últimos seis meses”, disse ele ao Link.

A presença do País também é percebida por outros. “Os brasileiros são a terceira maior demografia de cursos online, mostrando um grande apetite por conteúdo educacional”, disse Amin Saberi, cofundador do NovoEd, plataforma que reúne aulas da Universidade Stanford, principal instituição do Vale do Silício.

É para atender a esta demanda por uma educação de qualidade que surgem também no Brasil sites especializados nos chamados Moocs (sigla em inglês para “cursos online abertos e massivos”).

O professor e pesquisador João Mattar foi o pioneiro. No ano passado, criou com o professor Paulo Simões um curso com a proposta de estudar e reconstruir a história da Educação a Distância. A experiência bem-sucedida abriu espaço para uma segunda aula, de Língua Portuguesa. “Fizemos um teste para ver o interesse das pessoas e fomos surpreendidos. Tivemos 5 mil inscrições”, diz.

O site Veduca lançou recentemente dois cursos do tipo (Física Básica e Probabilidade & Estatística) em parceria com professores da USP. O Veduca foi criado no ano passado pelo engenheiro Carlos Souza e reúne videoaulas de diversas universidades.

Agora o objetivo é lançar pelo menos outras dez disciplinas de professores brasileiros até o fim do ano, incluindo na área de Humanas. “Colocamos conteúdos mais adequados às necessidades brasileiras, que prepararam profissionais para os setores da economia com falta de qualificação”, diz Souza. Segundo ele, os cursos tiveram 6 mil inscritos, acima da expectativa de 5 mil.

O professor titular Vanderlei Bagnato, do Instituto de Física da USP de São Carlos (SP), é o responsável pelo curso de Física no Veduca e mostra entusiasmo com o formato. Para ele, profissionais e pesquisadores que dependem de conhecimentos de outras áreas são beneficiados. “Seria extremamente útil que os ciclos básicos das universidades estivessem disponíveis online”, afirma Bagnato, que também é coordenador da Agência USP de Inovação.

Definição.

Pelo menos desde 2001 a internet é usada para hospedar aulas online em vídeo, quando o Massachusetts Institute of Technology (MIT) criou um programa para distribuir o material na web. O modelo também foi adotado pela Apple no iTunes U e por outros sites que hospedam videoaulas. A USP também tem um site do tipo, o eAulas.

Mas o formato de cursos para a web é novo e virou oportunidade de negócio para empreendedores da área de tecnologia. Por causa disso, o jornal The New York Times disse que 2012 foi “o ano dos Moocs”.

O que define um Mooc é que o curso, além de gravado em vídeo, está disponível gratuitamente para milhares de usuários. Em alguns casos, há certificados de conclusão.

Por causa da variedade e da facilidade, as pessoas têm visto neles uma forma de estudar áreas diferentes. “Hoje é preciso adquirir novas habilidades o tempo todo para poder resolver problemas. Nesse cenário, os Moocs abrem a possibilidade de você se atualizar”, diz Martha Gabriel, autora do livro Educ@r.

Outro ponto alto é a possibilidade de se relacionar em escala global. “Os alunos vêm de vários países, têm perfis e profissões diferentes. As comunidades se reúnem em fóruns e redes sociais”, diz a pesquisadora Juliana Marques, que criou o blog Mooc Experience como parte de seu mestrado na Universidade de Amsterdã.

Para Steve Joordens, professor do curso de Introdução à Psicologia do Coursera, o alto interesse dos alunos é positivo. Porém, há desafios para que o modelo se firme. “Para aproveitar, você tem de valorizar o aprendizado pelo aprendizado. Mas algumas pessoas não veem um benefício concreto em troca”, diz.

Para Juliana Marques, também é preciso melhorar a forma de ensino. “Muitos alunos reclamam que não conseguem acompanhar tudo. E outro problema é que muitos professores ficam inacessíveis.”

À medida que os Moocs evoluírem, os problemas devem ser amenizados. “Uma vez que os professores percebam que é possível ensinar pela web, a demanda por Moocs vai aumentar”, diz Saberi, do NovoEd.

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[16/04/13]  Cursos de Stanford de graça na internet - por Ligia Aguilhar

Conheça a NovoEd, startup que oferece sem custo cursos da famosa instituição usando um método que estimula a interação entre estudantes

SÃO PAULO – Cansado de ver os cursos da prestigiada Universidade de Stanford limitados a uma parcela pequena de alunos privilegiados, o professor do Instituto de Computação e Engenharia da Universidade, Amin Saberi, criou um projeto para levar as aulas da instituição para a internet gratuitamente. Na segunda-feira, 15, ele lançou a NovoEd, startup desenvolvida em parceria com sua aluna de PhD Farnaz Ronaghi.

Já estão disponíveis no site cursos sobre criatividade, empreendedorismo, finanças, dentre outros. São sete cursos gratuitos para o público em geral e outro dez especialmente para alunos de Stanford.

A diferença do NovoEd e outros sites similares de educação à distância é um maior apelo para a interatividade. As aulas são criadas com base em exercícios realizados em grupo que obrigam os alunos a trocar ideias, validar o trabalho do outro e simular ao máximo o ambiente de um aula tradicional.

A ideia surgiu após Saberi conversar com outros professores de Stanford e descobrir que a maioria tinha vontade de levar seus cursos para a internet, mas não o faziam por achar que o modelo tradicional não permitia o nível de interatividade que eles desejavam.

Para combater o isolamento das aulas online, os cursos têm como premissa estimular a interatividade entre os participantes. Ferramentas como o Google Hangout, Twitter e Facebook são alguns dos meios usados para colocar os alunos de diferentes partes do mundo em contato e, muitas vezes, formar grupos para fazer atividades. ”Juntos, os estudantes criam uma força que mantém a atenção, o interesse e o engajamento durante a aula”, diz Saberi no site.

O modelo da startup foi testado por meio de uma plataforma criada no site da Universidade de Stanford chamada Venture Lab. O curso “Empreendedorismo Tecnológico” atraiu 40 mil estudantes de 150 países na fase de testes. Segundo o professor, durante as aulas os alunos formaram equipes para executar projetos. Os 200 melhores grupos encontraram mentores para ajudar no desenvolvimento de planos de negócios e as 20 melhores ideias fizeram um pitch para investidores. Ao final do curso, muitas empresas foram criadas e chegaram a receber investimento.

O sucesso estimulou aluna e professor a se dedicarem ao desenvolvimento da startup lançada ontem na internet. A NovoEd recebeu investimento semente de cinco fundos e diversos investidores-anjo.

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[07/04/13]  Duolingo: Movido a palavras - por Anna Carolina Papp

Duolingo ensina idiomas de graça; em troca, os alunos ajudam a traduzir a web

SÃO PAULO – “Eu-sou-um-ho-mem”, disse pausadamente Luis von Ahn pelo telefone, em português, após um bate-papo na língua inglesa. “Minha pronúncia deve estar ruim”, falou logo depois. Mas não estava. Prestes a vir ao Brasil, Ahn, nascido na Guatemala, começou a aprender português recentemente no serviço que ele mesmo criou: o Duolingo.

Lançado em junho do ano passado, o Duolingo é um curso gratuito de idiomas, que pode ser acessado pela web ou em dispositivos com iOS – a versão para Android chega em maio deste ano.

Já são mais de 2,8 milhões de pessoas aprendendo inglês, espanhol, português, francês, italiano e alemão. Duolingo funciona com uma lógica similar ao recaptcha, uma das grandes invenções de Ahn: enquanto aprende uma língua, o usuário está ajudando a traduzir um pedacinho da internet.

O sistema funciona como uma espécie de jogo: o estudante vai avançando por diferentes níveis e perde “corações” com respostas incorretas. Primeiro, é apresentado a novas palavras. Depois, tem de traduzir frases – o que vai lhe dando pontos. Há também atividades com imagens e áudio.

Quando o usuário completa um dos níveis, após exercícios de fixação de várias palavras e expressões, outro mais avançado é desbloqueado. As etapas estão divididas em categorias como saudações, animais, verbos e pronomes. Quem já tem algum conhecimento do idioma pode fazer um teste de atalho e pular para o próximo nível. No celular, a dinâmica é a mesma, só um pouco mais simplificada.

Pioneiro na área de computação humana – que estuda formas de pessoas decodificarem coisas que computadores não conseguem –, Ahn sempre se questionou sobre como o conteúdo da internet poderia ser traduzido em línguas diferentes para ficar acessível ao maior número de pessoas.

No entanto, a tradução automática pode não ser a melhor saída: “Os computadores não traduzem tão bem, não é muito preciso”, aponta Ahn. A solução seria transformar a tradução de idiomas em algo que milhões de pessoas quisessem fazer.

Além disso, o empreendedor queria criar um curso de línguas que fosse lucrativo, mas sem cobrar nada dos estudantes.

“Eu cresci na Guatemala e lá muitas pessoas queriam aprender inglês, mas realmente não podiam pagar”, conta Ahn, que se mudou para os Estados Unidos com 17 anos para estudar matemática e ciência da computação. “Na verdade, os que mais precisam aprender inglês são exatamente aqueles que não podem pagar, que precisam de empregos melhores”, diz. “Nunca gostei desses programas que custam US$ 100 ou US$ 500, então pensei: como ensinar um idioma de graça?” Assim surgiu o Duolingo, que recebeu US$ 18 milhões em rodadas de investimento.

O segredo do serviço ser gratuito – porém lucrativo – é que, enquanto estão aprendendo a língua, os alunos vão traduzindo trechos de textos que empresas pagaram ao Duolingo para traduzir. “Algumas delas são de notícias que nos pedem, ou de artigos da Wikipédia que nós selecionamos”, diz Ahn.

Hoje 10% dos usuários são brasileiros. A língua mais estudada entre eles é o inglês – idioma escolhido por 55% dos usuários da plataforma. O inglês é a principal moeda de troca para o ensino de outras línguas (por exemplo: quem sabe português pode aprender inglês; mas quem quer aprender francês precisa saber inglês). O objetivo é aumentar gradativamente as interações entre línguas para o aprendizado.

Investir em uma plataforma de ensino de línguas pode parecer pouco promissor, devido à imensa quantidade de sites, aplicativos e serviços do tipo disponíveis hoje. Ahn, no entanto, diz que o Duolingo é diferente não apenas por ser gratuito e funcionar como um serviço de tradução, mas por ser eficaz. Ele relata que a equipe é formada por pessoas com experiência no ensino de línguas, e que foram feitas consultas a professores universitários a fim de criar algo que desse resultados.

Por isso, a empresa fez um estudo de avaliação conduzido por professores de universidades na Carolina do Sul e em Nova York. “Descobrimos que, se você usar o Duolingo por 34 horas, você aprende o mesmo que aprenderia em um semestre daquela língua na universidade”, diz ele. “Isso é um bom resultado porque normalmente a carga de um semestre costuma durar mais do que 30 horas; por outro lado, também não é como esses serviços que dizem que oferecem fluência no idioma em cinco horas – isso não existe”, diz ele.

De olho nas plataformas móveis, a empresa lançou o modo de uso offline para iOS no mês passado, além do mecanismo de reconhecimento de voz (única funcionalidade não disponível offline). O criador se mostrou animado com o lançamento da versão para Android, em maio. “Sabemos que, na maioria da América Latina, o Android é bem maior que o iOS, então estamos com boas expectativas”, diz.

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[27/01/13]  Escola digital - por Murilo Roncolato

Que tal usar aplicativos e serviços na internet para aprender também fora da escola? Veja o guia do ‘Link’ de conteúdo que auxilia no aprendizado

SÃO PAULO - Assim como saúde, a educação é uma das fortes apostas de quem produz conteúdo e plataformas para o meio digital. Aplicativos, redes sociais e games nascem todos os dias buscando a atenção de alunos ou professores, estejam eles dentro ou fora da escola.

Abaixo, separamos alguns serviços que podem ajudar no processo de aprendizado das crianças nesta volta às aulas, mesmo que eles não tenha originalmente essa intenção. Entre eles, está o app DIY.org, que funciona como uma plataforma voltada para crianças que ensina a criar objetos de forma caseira e trocar experiências sobre essas pequenas e grandes invenções. Há também os games Minecraft e SimCity, que ganharam aplicações educativas dentro e fora das salas de aula. E sites como o Google Art Project, que aproxima os estudantes das obras expostas nos museus mais importantes do mundo e que antes eram inalcançáveis.

Aprender dentro ou fora da escola é possível, e usar as ferramentas que a internet e o celular oferecem pode ajudar a enriquecer esse processo, seja para as crianças ou adultos.

APPS

DIY.org – O universo de “makers” (criadores) para crianças (sete anos ou mais). Aqui, aprende-se a fazer qualquer coisa (iOS)
TED – As palestras do TED já são conhecidas. O lado bom do app é ter os mais de 1,3 mil vídeos à mão, seja onde estiver (iOS, Android e Windows Phone)
MathBoard – Um dos melhores apps para aprendizado básico de matemática. O único ponto contra do app (Android e iOS), é não ser gratuito
Xperica – O app é uma ótima plataforma de experiências que permitem aplicar conceitos de hidrostática ou entender o princípio de Arquimedes (iOS)
iTunes U – Para os usuários de iOS esse é um ótimo app para assistir a aulas de universidades ou até do Museu de Arte Moderna de NY

PELA WEB

Google Art Project - Tão viciante quanto o Artsy.net, o projeto do Google traz grandes obras de arte e visitar, online, o MoMA, Versalhes ou à Acrópole
WikiHow - Para ser o “maior manual do mundo”, há artigos sobre “como ganhar a confiança de um hamster” e “como preparar maionese caseira”

EM VÍDEO

Veduca - O site faz um grande favor aos brasileiros e centraliza todas as vídeo-aulas de universidade nacionais e internacionais (com legenda)
Khan Academy - O mais popular “professor da internet”, Salman Khan tem quase 4 mil aulas, muitas traduzidas para o português
QMágico e MeSalva! - Esses dois sites brasileiros dão aulas de física, química e matemática, com o estilo parecido ao da Khan Academy

Minecraft - Com cubinhos 3D é possível criar qualquer coisa. Algumas escolas já o adotaram para despertar a criatividade. Disponível para iOS, Android, PC e Xbox
Scratch - Criado pelo MIT, a plataforma de jogos permite que qualquer um crie um game. Crianças aprendem noções de programação e se divertem
SimCity - O jogo que simula a administração e a construção de uma cidade ajuda a desenvolver noções de planejamento, para a lidar com a complexidade das decisões

REDES SOCIAIS

Edmodo - Em português, é bem semelhante ao Facebook. Gratuito, permite que professores criem enquetes, eventos, passem exercícios e deem notas
Lore - Em inglês, essa rede mira no ensino superior. Tem espaço para discussões, agenda e download de textos. O site já atende mais de 600 instituições

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Leia na Fonte: Estadão / Link
[18/01/13]  ‘Brasil será exemplo de educação’, aposta Khan - por Murilo Roncolato

Responsável pela Khan Academy, plataforma de videoaulas mais popular do mundo, veio ao Brasil e fechou parcerias

SÃO PAULO – O ex-analista de fundos de investimento e hoje um dos educadores mais populares do mundo, Salman Khan, visitou o Brasil nesta semana e se impressionou com a “energia”. Em menos de um dia, engatou conversas com a presidente Dilma Roussef, o ministro Aloízio Mercadante, da Educação, e fechou uma parceria de R$ 10 milhões com a fundação que leva o sobrenome do homem mais rico do Brasil, Jorge Paulo Lemann. A organização sem fins lucrativos já recebeu cerca de US$ 2 milhões do Google e US$ 1,5 milhões da fundação de Bill Gates.

Dilma o convidou a produzir videosaula para ensino básico, focando em alfabetização, mas Khan declinou justificando que não teria como produzir o conteúdo de imediato, mas levaria algo em torno de sete anos. Mercadante comentou sobre os planos para o que chama de Universidade Livre, um repositório digital de aulas compartilhado entre as 59 instituições federais de ensino superior do País, e disse que as aulas da Khan Academy estarão acessíveis nos 600 mil tablets Android distribuídos pelo MEC a professores de ensino médio – como o app da Khan Academy só está disponível para iOS, o professor terá de acessar os sites do MEC ou da Khan para assistir às aulas, pelo navegador.

“A sensação é de que aqui vocês querem que as coisas aconteçam rapidamente”, disse Khan durante palestra, no Museu de Imagem e Som, em São Paulo. “Nos próximos cinco ou dez anos, tenho certeza, o Brasil será um exemplo de educação para o resto do mundo.”

Nascido nos Estados Unidos e descendente de indianos, Salman Khan teve uma formação tradicional, mas sempre se destacou por boas notas e por ter cursado disciplinas avançadas de matemática em universidades enquanto ainda estava no colégio. Tempos depois, concluiu duas graduações no Massachusetts Institute of Technology (MIT), onde vivia matando aula por acharem pouco estimulantes, e um MBA em Harvard.

Em 2004, enquanto residia em Boston, começou a dar aulas de matemática para uma prima de 12 anos que vivia em New Orleans. Mais parentes se interessaram e, em 2006, Salman teve a ideia de gravar vídeos das aulas e colocar tudo no Youtube. “Sempre achei que o Youtube era para gatos tocando piano e não para matemática séria”, disse, rindo. Ainda assim, o canal de Khan ganhou popularidade e chamou a atenção de apoiadores. Um dia soube que Bill Gates ficara cinco minutos falando sobre seu canal, muito frequentado pelas suas filhas, em uma palestra. Dias depois foi chamado para uma conversa com o criador da Microsoft. Hoje, Khan e Gates são amigos. “Eu fiz vídeos para a prima Nadia e não para as filhas do Bill Gates! (agora chamo ele de ‘Bill’).”

A Khan Academy cresceu. O projeto foi de quatro envolvidos no início aos atuais 40. Hoje, são mais de 3,8 mil videoaulas, 6 milhões de visualizações por mês vindas de mais de 200 países. Segundo Khan, a América Latina responde por 130 mil das visitas diárias.

Agora o objetivo é expandir o alcance da plataforma traduzindo suas aulas para mais idiomas. No Brasil, a Fundação Lemann já traduziu cerca de 400 vídeos e agora se comprometeu a chegar a mais de mil nos próximos meses.

“Já atingimos muita gente com um negócio pequeno. Em 2012, quando tínhamos apenas 24 pessoas trabalhando na Khan, chegamos a interagir com 43 milhões de pessoas.”

Vantagem do online

Salman Khan, aos 36 anos, vê o cenário ideal para que a educação mude sua estrutura originada a 200 anos. Acredita que a internet é o lugar para solucionar o mais grave problema das salas de aulas, a falta de interação entre aluno e professor. “Dar aula de história é complicado porque há inúmeras versões. O que é ótimo na internet é que as pessoas assistem ao vídeo e discutem. Uma apostila tradicional, alguém escreve os textos, outro de formação parecida revisa e aquilo chega para todos os alunos de um país.”

Ele sabe que não é o único no mundo a tentar educar usando recursos online. “Talvez eu seja o 500º.” Khan justifica seu sucesso pelo formato escolhido: simples, em tom de conversa e não subestimando a inteligência de quem assiste. “Eu ainda faço vídeos como se fossem para os meus primos.” Além de projetos de particulares, como os nacionais Calcule Mais, O Kuadro e QMagico, universidades e governos passaram a aderir ao ambiente conectado. A prefeitura do Rio de Janeiro desenvolveu a Educopedia, a Universidade de São Paulo conta com mais de 800 videoaulas, a Fundação Getúlio Vargas criou um portal voltado para o ensino médio, e gigantes internacionais lançaram sites conjuntos, como o Edx (MIT, Harvard, Berkeley) e o Cousera (Duke, Princeton, Columbia, Stanford, etc).

“Harvard e MIT agora estão compartilhando o conhecimento que eles produzem lá dentro. O que é ótimo, mas só isso não basta e eles estão percebendo isso.” Khan é crítico do sistema de aulas das grandes universidades, baseado em palestras de 60 a 90 minutos em salas de 300 alunos. “As pessoas ficam lá tomando notas e não há interação, isso está mudando”, afirma.

“Passamos 12 anos sentados e anotando coisas, aí chegamos no mercado e os chefes exigem: ‘seja inovador, seja criativo’. Como é possível?”

Múltiplas fontes

A nova sala de aula proposta por Khan seria um espaço usado basicamente para interação, resolução de problemas, tirar dúvidas e discussões sobre questões mais avançadas do mesmo tema, já que os alunos aprenderam a essência básica da disciplina em casa no computador.

“É um tragédia que alunos mais novos com mais conhecimento não possam avançar de estágio se quiserem”, diz Khan, que foi impedido de pular a disciplina de Álgebra 2 pela direção do colégio em que estudava. “O importante é o professor saber e dizer que não é a única fonte de conhecimento que aquele estudante tem.”

O diploma continuaria existindo, mas não da maneira como é hoje, “um pedaço de papel provando ao mundo que agora a pessoa sabe o que sabe”, como escreveu em seu livro Um mundo, uma escola – A educação reinventada (Intrísenca, 2013, R$ 29,90). Para ele, as instituições cobrariam uma taxa de US$ 300 para avaliar qualquer pessoa que queira ter uma certificação, independente da sua formação – que poderia ter sido feita na Khan Academy, por exemplo.

Assim, pessoas de baixa renda ou residentes em regiões desprovidas de instituições de ensino superior de prestígio teriam a mesma chance de se “comprovarem” capacitados sobre alguma área curricular.

Conectado e em frente

O maior problema para a expansão de plataformas como a de Khan é a universalização do acesso a computadores (ou aparelhos móveis) com conexão. O americano reconhece, mas se mostra otimista. “É uma vergonha que não se resolva coisas básicas como essas amanhã já. Mas a internet está crescendo muito. Em pouco mais de cinco anos a questão do acesso vai se resolver”, aposta.

Seria então a Khan Academy parte da educação do futuro? “Não cabe a mim dizer”, escreve Khan. “A única coisa que não podemos nos permitir é deixar as coisas como estão. O custo da inércia é inescrupuloso e alto, e é contado não em dólares, nem em euros ou rupias, mas nos destinos das pessoas.”

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Mensagem de Jana de Paula:

---------- Mensagem encaminhada ----------
De: Jana de Paula <janadep@gmail.com>
Data: 4 de janeiro de 2014 12:30
Assunto: Re: [wireless.br] Aniversário do Grupo Wirelessbr!
Para: wirelessbr@yahoogrupos.com.br

Mano Helio

Acredito que cada um de nós poderia discorrer séculos sobre o que se passou com o mundo, com as telecomunicações e em nossa vida pessoal nestes 14 anos. Tudo mudou. Tudo se acelerou. Tudo virou de cabeça para baixo. Mesmo as empresas que atuam 'no velho jeito' têm sido nesta duas últimas duas décadas forçadas a mudar, nem que seja pouco, seu modo opressor e antiquado de gerir os negócios. Se pararmos nem que seja por breves instantes veremos que simplesmente não dá para continuarmos 'operando no velho jeito'. Não dá. É cansativo, é doloroso, é improdutivo.

É claro que as velhas, grandes e jurássicas empresas de telecom farão tudo para manter até o último minuto, até o último fôlego (delas) este status quo ultrapassado, esta maneira escravagista de trabalhar e operar. Continuarão incentivando a competição desenfreada e selvagem entre si mesmas e entre seus funcionários, transformando o mercado num Jurassic Park enlouquecido. Mas com esta atitude só conseguirão acelerar o fim de um modelo organizacional baseado no acúmulo de dividendos e na oferta do que mais aumenta seus lucros e mais mantém seus 'usuários' dependentes e insatisfeitos.

Houve, é claro, pontos positivos. Todos eles surgidos para demonstrar que, ao invés de se tentar remar contra a maré, é possível criar um novo oceano de integração e novas nuvens de compartilhamento. Eu cito apenas um exemplo disso. O iPhone de Jobs. A maquininha genial que abriu o leque infinito de possibilidades neste Novo Milênio. Ela está aí para provar que o que importa daqui para frente é a individualidade. É cada um com sua criação, suas idéias, sua criatividade. É a inspiração individual que traz um 'novo jeito' de atuar. Telecomunicações, utilities, TICs, educação, finanças, política são literalmente a energia que move este mundo. Mas quem move esta energia somos nós.

Por isso não adianta reclamar do velho jeito de fazer as coisas e, muito menos, ser atuante neste velho modelo. É preciso ingressar no novo jeito. No modo Jobs de fazer as coisas. Do tipo: durante um século as empresas de comunicação e as utilities 'mandaram' nas TICs, na educação, nas finanças, na política. Mas ao invés de montar um exercito para lutar contra isso, eu vou montar um novo jeito de criar a realidade do mundo em que vivo. Um jeito que vai deixar todo mundo embasbacado com a simplicidade, com o modo 'mágico' que minha criação funciona.

Acompanho diariamente o noticiário do setor com um sorriso nos lábios e lágrimas nos olhos. A cada artigo lido, aceno um adeus ao velho jeito. E, ao olhar bem dentro dos olhos do velho jeito vejo que ele também está cansado, que ele quer partir. Não compactuo absolutamente com nada que remeta ao arcaico, decadente e moribundo modelo organizacional e de atuação na sociedade adotado pelas empresas de telecom. Não. Não há ira e nem remorso por eu ter atuado neste velho jeito por uns bons anos de minha vida. Pois se foi o caminho que abriu caminhos.

Por fim, pessoalmente, agradeço a existência deste maravilhoso grupo, capitaneado por meu Mano Helio Rosa, crucial em todo o meu processo pessoal nesta Maravilhosa Fábrica das Telecomunicações. Reparem, o grupo traz no seu DNA esta vontade de fazer as coisas de um jeito novo, livre de contratos publicitários e outros tipos de contratos que muitos do grupo fomos levados a assinar para nos manter na superfície.

Obrigada. Um abraço a todos, um beijo no Mano Helio e um 2014 borbulhante de novas oportunidades. É nóis!

Jana de Paula