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Fonte: Teletime
[20/11/08]   Consulta Pública sobre banda larga na rede elétrica - Opiniões de especialistas
 
A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) colocou em consulta pública uma proposta para regulamentar o provimento de acesso em banda larga via rede elétrica.

Quais os principais pontos a serem observados no futuro regulamento, de modo a garantir aos provedores rentabilidade e competitividade, além de qualidade do serviço e preço acessível para os consumidores de menor renda?
 
Jogo desigual (por Orlando Cesar de Oliveira - Consultor da Copel):

Onde tem tomada pode ter comunicação; e nisso está a revolução que pode acontecer por meio da PLC (Power Line Communication). Entretanto, para o novo modelo dar certo, é preciso que entrem em cena novos atores com novos valores, ou seja, provedores de serviços que coloquem em primeiro plano o cliente, não seus produtos. Batizado de A2A (Any-to-Any); qualquer cliente, qualquer serviço, por qualquer operador;, o novo conceito apóia-se mais em parcerias do que em competição. A Copel manterá o foco naquilo que é de sua competência, ou seja, a infra-estrutura, que hoje se traduz em uma rede poderosa e pronta para prover multisserviços. Entretanto, o Artigo 3 da proposta colocada em consulta pública pela Anatel não agradou a nossa companhia, pois propõe que as estações de BPL (Broadband over Power Lines) sejam tratadas como equipamentos de radiação restrita que operam em caráter secundário. Por que não caráter primário? Tal colocação subordina a PLC às outras tecnologias.
 
Postura conservadora (por Geraldo Guimarães Junior - Presidente da BPL Global):

O Brasil está em média três anos atrasado em relação a outros países (no que se refere à adoção de PLC em média e larga escala), mas pode recuperar terreno. Nós e outros integradores e fornecedores de equipamentos aguardamos ansiosos pela regulamentação dessa tecnologia para uso comercial, embora consideremos conservadora a postura adotada no documento da Anatel.
O Brasil poderia ter mantido a mesma freqüência usada nos Estados Unidos; de até 88 MHz na largura de banda; para garantir uma melhor performance da PLC. Ao restringi-la em 50 MHz, a oferta de vídeo poderá ser impactada, o que não acontecerá com a banda larga e VoIP. Trata-se de um desafio imposto aos provedores interessados em formatar uma oferta para o usuário. As companhias de energia elétrica serão as primeiras a se beneficiar da adoção de PLC para a gestão inteligente de suas redes. A tecnologia também deve se firmar como complemento a outras na última milha.
 
Para pequenos aglomerados (por Sebastião do Nascimento Neto - engenheiro de telecomunicações da Brasil telecom):

Há mais de dois anos a Brasil Telecom estuda a PLC como alternativa para chegar aos pequenos conglomerados que estão fora do alcance da nossa rede. O modelo de parceria é uma possibilidade para viabilizar a entrada da BrT nesse novo mercado. Os entendimentos com a Celg evoluíram e a meta é me¬lhorar o atendimento à região Centro-Oeste, que assim como a região Norte é mais vulnerável às chuvas e nem sempre é adequa¬damente atendida via satélite.
É bom lembrar que as teles fazem um alto investimento em infra-estrutura e muitas vezes a rede interna do usuário não é satisfatória, o que compromete a qualidade do serviço prestado. Em relação ao documento que está disponível para consulta pública, ele é fruto de um diálogo permanente entre a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) e Anatel e propõe critérios mais claros para quem quer atuar nesse novo mercado.
 
Tecnologia madura (por José Gonçalves Vieira - Superintendente de negócios da Celg):

PLC veio para ficar. E como forma de atender à premissa de universalização dos serviços públicos, o acesso à nova tecnologia deve ser facilitado e incentivado. Acompanhamos há anos a evolução dessa tecnologia em todo o mundo e consideramos que a PLC atingiu um nível de maturidade que lhe permite ser colocada em pé de igualdade em relação às outras tecnologias e integrar-se a elas. Já em relação ao documento disponível para consulta pública, é fundamental estudá-lo em profundidade e aperfeiçoá-lo, de forma a consolidar um regulamento que viabilize, de fato, a democratização e universalização dos serviços públicos. O foco, como sempre, deve ser o que é melhor para a sociedade.
 
Tecnologia vulnerável (por Demi Getschko - diretor presidente do NIC.br):

Não estou certo quanto à possibilidade da banda larga sobre PLC alcançar uma boa performance. A tecnologia é mais vulnerável do que o cabo e o ADSL, e não seria a nossa primeira opção em banda larga, já que a infra-estrutura da rede elétrica não atende apenas a um usuário, mas é partilhada por vários consumidores. O NIC.br testou PLC em ambientes fechados e o resultado foi bastante satisfatório, o que nos leva a acreditar que essa tecnologia é mais apropriada para aplicações, inclusive substituindo a conexão wireless nas residências. O uso de PLC é, sem dúvida, um caminho para popularizar a banda larga, que deve chegar ao consumidor com preço inferior ao cobrado pelo acesso via modem ADSL. Já o modelo de parcerias entre companhias de energia elétrica e pequenas teles é o mais indicado, pois seria indispensável promover a junção das redes a fim de trazer o sinal o mais próximo possível do usuário e garantir a qualidade do serviço.