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Fonte: Portal Fator Brasil
[30/06/09]  Aptel defende direito de concessionária de energia explorar tecnologia PLC
 
Uma deficiência para a regulamentação do PLC (Power Line Communications) no Brasil proposta no texto apresentado pela ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica) na audiência pública sobre o assunto é a figura de concessionária de PLC criada para representar a empresa que explorará comercialmente o serviço, o que excluiria do processo as distribuidoras de energia elétrica.
 
O texto proposto para regular o assunto aborda o tema com o enfoque de compartilhamento de infraestrutura, e isso coloca em risco a distribuição de energia além de criar problemas futuros, dada a possibilidade futura de reversibilidade dos bens ao final dos contratos de concessão.
 
Segundo a APTEL (Associação de Empresas Proprietárias de Infraestrutura e de Sistemas Privados de Telecomunicações), o investimento na tecnologia PLC é inevitável em função do contexto das redes inteligentes (smart grid) e o que pode ocorrer é uma antecipação deste investimento por parte das empresas de energia. “A evolução tecnológica das redes terá impacto na melhoria da oferta de energia e apenas o excedente da capacidade será usado para a comercialização de outros serviços, como banda larga, por exemplo. Mas para isso viabilizar-se, as empresas precisam vislumbrar um retorno, como a possibilidade de vender o excedente para empresas de telecomunicações. Para isso, até admite-se repassar uma parte deste ganho para a redução tarifária de energia elétrica”, afirma o presidente da entidade Pedro Jatobá. “O que não pode ocorrer é as distribuidoras de energia elétrica serem meras fornecedoras de infraestrutura”, completa ele.
 
Esse foi um dos temas discutidos pela APTEL e Abradee (Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica) na recente reunião que tiveram com a Aneel. Segundo o presidente da APTEL, o PLC é o pontapé inicial para a criação de um setor elétrico digital. “A tecnologia PLC futuramente será parte de uma smart grid, ou seja, uma rede convergente de telecom sobre a rede elétrica que pode impulsionar o setor de energia e transformar a rede em uma importante plataforma de convergência de serviços”, diz Jatobá.
 
No encontro com a Aneel, a APTEL e a ABRADEE receberam a solicitação de elaborar uma proposta de plano nacional de transição tecnológica no ramo de energia (nos mesmos moldes do que foi feito quando da implantação da televisão digital no País), promovendo a digitalização em toda cadeia de distribuição.
 
O que é
PLC - PLC (Power Line Communications) ou BLP (Broadband Over Powerline) é o sistema de telecomunicações que utiliza a rede elétrica como meio de transporte para a comunicação digital de banda larga de sinais, tais como, internet, vídeo, voz, entre outros.
 
A informação pela rede elétrica 
A transmissão de sinais pela rede elétrica não é nenhuma novidade. Desde os primórdios da existência das redes de transmissão de energia elétrica, os fios utilizados para a condução da energia foram utilizados para a transmissão de sinais analógicos de voz a longas distâncias, através de um antigo sistema chamado OPLAT (Onda Portadora em Linha de Alta Tensão). O que diferenciava as transmissões de energia e informação eram as suas frequências (muito baixa para a energia e bem mais alta para a informação). Esta tecnologia era usada principalmente no desenvolvimento de acampamentos e no início da consolidação de comunidades no entorno de empreendimentos hidroelétricos.
 
Um dos grandes empecilhos para um maior desenvolvimento desta tecnologia era que a transmissão analógica da informação tinha o seu alcance determinado pela potência dos transmissores instalados em cada um dos terminais da linha, portanto os sistemas operavam com um baixo número de portadoras discretas e altíssimas potências de transmissão.
 
A era das comunicações digitais de alta velocidade através das redes elétricas, denominada de tecnologia PLC (Power Line Communication) ou BPL (Broadband Over Powerline), teve início em 1991, quando a empresa Norweb Communications – sediada em Manchester na Inglaterra – iniciou uma etapa de testes em campo, no sentido de investigar o uso destas estruturas para a transmissão de sinais.
 
A utilização de técnicas de telecomunicações digitais na transmissão de sinais de informação através da rede elétrica abriu um novo horizonte de aplicações até então inacessíveis pela tecnologia anteriormente adotada.
 
As redes de transmissão e de distribuição de energia elétrica em todos os níveis – transmissão, sub-transmissão ou distribuição – são projetadas de forma a permitir o fluxo da energia da forma mais eficiente possível, ou seja, com os menores índices de perdas. Deste modo, estas estruturas não foram concebidas visando à transmissão de sinais de alta freqüência. Do ponto de vista do uso como um canal para comunicação, as redes elétricas representam um meio extremamente instável e hostil.
 
A solução encontrada para superar os problemas encontrados neste canal baseou-se na utilização de um robusto esquema de modulação. Além de prover uma importante ferramenta para combater os principais obstáculos apresentados pelo canal, como o efeito de multipercurso ou o desvanecimento seletivo em freqüência, uma técnica de modulação bem empregada pode minimizar o impacto de outros efeitos impostos pelo meio de comunicação, como a atenuação e as variações de fase, simplificando a estrutura do receptor.
 
Smart Grid
A indústria de energia elétrica se encontra na iminência de uma transformação. Os clientes de energia estão demandando maior confiabilidade, mais escolhas e um fluxo constante de informação – tudo em preços constantes, ou mesmo menores.
 
Sem uma visão unificada, no entanto, os aspectos associados ao sistema de energia serão aplicados individualmente pelas concessionárias, agências governamentais e organizações ligadas ao setor de energia. O conjunto de resultados de atividades de desenvolvimentos isolados será um sistema de energia cercado por “ilhas de separação”, onde o sistema de energia do futuro é realizado apenas em áreas limitadas ou em pequena escala. A Arquitetura SmartGrid vence este desenvolvimento isolado e é o primeiro passo para unir as organizações de energia elétrica em sua jornada rumo ao futuro.
 
São vários os motivadores que levam a esta busca por uma revolução tecnológica no sistema de energia elétrica:
- O mercado que, a cada dia mais liberalizado, exige maior competitividade, com preços mais baixos e maior eficiência, o que exige inovações tecnológicas;
- Os requisitos cada vez maiores quanto à segurança e qualidade da energia fornecida, comprometidos com o consumo crescente de energia e a não disponibilidade de energia primária na mesma ordem, exigindo que se obtenha maior “capacidade” de atendimento na rede atual;
- As exigências cada vez maiores de preservação das condições ambientais, para redução da poluição e em virtude das grandes mudanças climáticas decorrentes, com o objetivo de preservação da natureza e da vida animal, e que dificultam a implantação de grandes usinas geradoras de energia.
 
A visão desta Arquitetura SmartGrid da rede elétrica do futuro é a seguinte:
- Um sistema de energia construído a partir de numerosos sistemas de transmissão e distribuição automatizados, todos operando de uma maneira eficiente e confiável;
- Um sistema de energia que trata condições emergenciais com ações de “auto-recuperação” e que busca atender as necessidades do mercado de energia e das concessionárias;
- Um sistema de energia que atende milhões de usuários e tem uma infra-estrutura de comunicação inteligente possibilitando um fluxo de informação oportuno, seguro e adaptável necessário para prover energia confiável e segura à economia digital em evolução.
 
Os benefícios específicos esperados desta Arquitetura SmartGrid são:
- Possibilitar aplicações avançadas que requererem infra-estrutura de elevada capilaridade
- Economias de capital pelo uso de componentes padronizados
- Reduções de custo de ciclos de vida em virtude de menores custos de manutenção, devida a padronização
- Redução em ativos obsoletos, com sistemas que podem ser integrados -
- Custos de desenvolvimento reduzidos pelo emprego de componentes da Arquitetura SmartGrid
- Maior robustez da rede pela abordagem estruturada da gestão dos sistemas
- Implementação da rede de forma escalonada e incremental.