WirelessBRASIL |
|
WirelessBrasil --> Bloco Tecnologia --> Crimes Digitais, Marco Civil da Internet e Neutralidade da Rede --> Índice de artigos e notícias --> 2014
Obs: Os links originais das fontes, indicados nas transcrições, podem ter sido descontinuados ao longo do tempo
Leia na
Fonte: Convergência Digital
[22/04/14]
Marco Civil é aprovado nas comissões e governo tenta acelerar o Plenário -
por Luís Osvaldo Grossmann
A controvérsia parece ser mesmo acompanhar o Marco Civil da Internet. Nesta
terça-feira, 22/4, o projeto de lei já rendeu confusão, embora o saldo seja de
aprovação em duas das comissões por onde tramita no Senado. O esforço, agora, é
levá-lo ao Plenário, de forma que uma votação ocorra ainda nesta terça ou
amanhã, 23.
O governo tenta assegurar que o PLC 21/2014 seja aprovado pelo Senado antes do
encerramento do encontro mundial para a discussão da Internet, que começa nesta
quarta, em São Paulo. O próprio presidente do Senado é favorável – bem que
gostaria de entregar a lei em mãos à presidenta Dilma Rousseff.
No Senado, há quem sustente que pelo regime de urgência constitucional, a
chegada no Plenário deva ser imediata. É que uma das contas diz que o prazo de
trâmite nas comissões venceu dia 20. Portanto, basta a decisão de Renan
Calheiros em chamar a votação.
Nesse caso se verá uma repetição do que foi a votação na Comissão de
Constituição e Justiça – visto que na de Ciência e Tecnologia a aprovação foi
expressa, sem debates. O relator, Vital do Rego Filho (PMDB-PB), acatou novas
emendas, o que provocou uma profunda divergência entre os senadores.
Tudo por conta da costura de uma modificação no parágrafo terceiro do art. 10. O
artigo trata da guarda de registros de conexão e dados dos internautas. E o
parágrafo específico permite que “autoridades administrativas” tem acesso a
dados de qualificação pessoal, filiação e endereço sem ordem judicial.
Por influência de representantes das polícias, algumas emendas foram
apresentadas com basicamente o mesmo conteúdo: a substituição de “autoridades
administrativas” por “Ministério Público e delegado de polícia”. O relator na
CCJ, aceitou duas delas.
Embora uma dessas emendas acatadas seja do líder do PT no Senado, Humberto Costa
(PE), o partido e outros aliados do governo protestaram contra a modificação no
projeto. “Essa não é uma emenda de redação, é uma mudança de conteúdo”, disparou
a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR).
Aí está o cerne da questão. Vital do Rego Filho já acertara com o autor da outra
emenda acolhida e líder do PSDB, Aloysio Nunes Ferreira (SP), incorporar a
alteração. “Entendemos que é [emenda] de redação, sobre a especificidade de quem
são as autoridades. Já fizemos dessa forma outras vezes nesta comissão.”
Se entendida assim, o texto, caso aprovado, vai direto à sanção. Mas tratada
como “de mérito”, precisa retornar à Câmara. Houve votação da emenda, mas o
resultado foi confuso – parecia haver apoio suficiente para derrubá-la, mas
Aníbal Diniz (PT-AC), que conduzia a reunião, entendeu diferentemente.
Dessa forma o Marco Civil vai ao Plenário com pareceres distintos, da CCT e da
CCJ. Na prática, pouco importa, visto que haverá novamente apresentação de
destaques e a retomada da discussão de “mérito” contra “redação”. A questão
principal, porem, é o tempo – se haverá lei antes do fim do NetMundial.