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Leia na Fonte: Convergência Digital
[25/02/14]
Marco Civil: "Os dados serão o motor da economia e o Brasil não pode abrir mão
disso", diz Paulo Bernardo - por Ana Paula Lobo
De Barcelona - Mobile World Congress 2014
O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, reafirmou nesta terça-feira, 25/02,
em Barcelona, que o governo é contra a retirada da obrigatoriedade de
datacenters no país do Marco Civil da Internet - item que tem sido ponto de
discórdia com os parlamentares.
"Estamos vendo aqui (no MWC 2014) que ter os dados é um negócio precioso. Os
dados serão o motor da economia nos próximos anos. Se discute muito privacidade
e como fazer dinheiro. Não podemos ficar de fora desse negócio", sustentou. E,
de novo , numa crítica ao Google e ao Facebook, disse "não ser possível
acreditar em tudo que eles dizem".
"O diretor jurídico do Google (Marcel Leonardi) nos disse que não poderia ceder
dados à polícia federal do Brasil porque os dados estavam armazenados nos
Estados Unidos e tinham que cumprir a legislação daquele país. Depois nos disse
que o Google armazena os dados usando um sistema randômico. Não é possível
acreditar em tudo que eles dizem. Certo é que dados estão virando dinheiro. E
não podemos ficar fora desse jogo. Datacenters de empresas como Google e
Facebook têm de estar também no Brasil", sustentou Paulo Bernardo.
Ao ser indagado se Google e Facebook estariam, de fato, sendo investigados por
uma força-tarefa da Receita Federal, Paulo Bernardo preferiu ser cauteloso.
Disse que o ministério das Comunicações determinou uma apuração mais rigorosa da
Anatel com relação à Netflix, OTT que está vendendo serviços no Brasil, sem um
CNPJ local. Mas reafirmou que é preciso, sim, ter um olhar com a questão
tributária, até por isonomia com quem está no mercado nacional.
"Os tributos de telecom e outros são elevados no país. Não é justo quem está
aqui pagar e outros explorarem o negócio sem pagar nada. A isonomia é
necessária. Ter um CNPJ brasileiro é uma obrigação que todas as empresas que vêm
ao Brasil deveriam ter. "A verdade é que essas empresas tratam o Brasil e outros
países como paraísos fiscais", disparou o ministro.
Isso porque, segundo ele, hoje, quando se entra no google.com.br, a atividade é
redirecionada para fora do Brasil. Paulo Bernardo lembrou que outros países como
Alemanha e França também estão reagindo fortemente ao modelo de negócios.
"Certamente o negócio deles se provou de sucesso, mas temos que adequar às
legislações e às regras de cada país. Não pode ser como eles querem", completou.