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Fonte: Teletime
[30/06/15] 
Para Bechara, da Anatel, inclusão de 100 milhões de brasileiros deve ser 
prioridade - por Lúcia Berbert
Deputados e palestrantes divergem sobre a validação do programa Internet.org, 
programa do Facebook que deve ser implantado no Brasil, mas que é alvo de muitas 
críticas das organizações sociais. E não se chegou a uma conclusão após debate 
em audiência pública na Câmara dos Deputados nesta terça-feira, 30, ampliar os 
debates para o Congresso. De acordo com o vice-presidente da Anatel, Marcelo 
Bechara, o país deve ter obsessão em levar a internet a 100 milhões de 
brasileiros que estão excluídos, independentemente do tipo de acesso. “A 
preocupação do país deve ser de como se inserir na economia digital e não 
discutir modelos de negócios”, disse.
Bechara disse que o objetivo do Facebook com o programa é ganhar dinheiro por 
meio da ampliação da sua base. “Não há nada de errado nisso, só acho que o 
governo pode exigir que o Facebook ou o Google contribuam decisivamente na 
ampliação da capacidade de inovação no país para que possamos desenvolver aqui o 
nosso Facebook”, disse. O conselheiro disse que não adianta discutir se o 
programa irá trazer a internet de pobre, mas pensar que tem gente que sequer tem 
acesso à web. “E isso sim é grave”, ressaltou.
O vice-presidente da Anatel disse que, apesar de a agência não ter ainda uma 
posição formal sobre a neutralidade da rede, pessoalmente considera que os 
modelos “zero rating” não ferem esse princípio. “Desde que as instituições sejam 
sólidas, que o Judiciário possa responder, assim como a defesa do consumidor, os 
procons e o Ministério da Justiça, o Cade, a própria Anatel e o Ministério das 
Comunicações e o Congresso Nacional”, ressaltou. Bechara disse que discutir o 
modelo de negócios é perda de tempo.
A representante do Comitê Gestor da Internet do Brasil (CGI.br), Flávia Lefèvre, 
disse que nos 15 países onde o Inernet.org foi implantado há muitas críticas. 
Ela sustenta que o Marco Civil da Internet colocou a acesso à internet como um 
serviço essencial e que isso gera consequências para o governo, que precisa 
garantir a expansão do uso da internet e a otimização da infraestrutura. “A 
justificativa para um projeto como esse, que oferta internet restrita à rede 
social, é a deficiência de infraestrutura, porém mas parece uma nova forma de 
colonialismo do mundo moderno”, disse.
A representante do Centro de Estudos Barão de Itararé, Renata Mièle, por sua 
vez, disse que o Internet.org só amplia a oferta de serviço onde há 
infraestrutura. Mas o gerente de Relações Governamentais do Facebook, Bruno 
Magrini, disse que a empresa pensa em usar veículos não tripulados (vant) para 
levar onde a conectividade onde não há infraestrutura. Porém, tradicionalmente, 
a empresa oferece seu produto por meio de parcerias com operadoras móveis. “Nós 
mostramos os benefícios da conectividade, para que essas pessoas venham a ser 
usuários da internet”, disse.
A representante da Intervozes, Veridiana Alimonti, vê gerenciamento de técnico 
com o programa Internet.org ao restringir o uso à rede social, o que fere a 
neutralidade da rede. O diretor do SindiTelebrasil, Alexander Castro, rebate 
afirmando que questões comerciais e concorrenciais não se confundem com 
neutralidade da rede. E o diretor da Brasscom, Sérgio Sgobbi, afirma que a 
neutralidade deve coexistir com iniciativas de ampliação de acessos, novos 
modelos de negócios que estimulem o uso da rede.
A diretora do Departamento de Serviços e de Universalização das 
Telecomunicações, do Ministério das Comunicações, Miriam Wimmer, afirmou que o 
governo não assinou acordo com o Facebook. E que um grupo de trabalho, formado 
pelos Ministérios da Comunicação, da Justiça e da Ciência e Tecnologia, está 
avaliando o projeto e sua adequação à legislação brasileira. Ela disse que o 
mesmo projeto está funcionando em outros países, mas admite que podem existir 
riscos associados a esse modelo, como a fragmentação da internet dos ricos e dos 
pobres, se as pessoas que usam esse modelo se limitam ao universo do “zero 
rating”.
O representante do Ministério da Justiça, Marcelo Chilvarquer, além de frisar 
que não há um acordo formalizado entre governo e Facebook, disse que o programa 
deve respeitar também a legislação de defesa do consumidor