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Leia na Fonte: Tele.Síntese
[26/10/15]  Conceito de Neutralidade mudará em cinco anos, preveem analistas - por Rafael Bucco

Analistas preveem que, antes da popularização do 5G, usuário estará mais interessado na qualidade de entrega de serviços do que na velocidade da banda larga.

A neutralidade de rede, pontuada no Marco Civil da Internet, pode não ser a mesma daqui a cinco ou dez anos. A opinião foi consenso durante debate realizado hoje na Futurecom 2015, durante pré-evento da 4G Americas, em São Paulo. Participaram do debate os analistas Sonia Agnese, da Ovum, Wally Swain, da 451 Research, e o executivo Alexander Riobó, diretor de regulação LATAM da Telefónica.

“Está havendo uma mudança no momento quanto à neutralidade de rede. Os planos de zero-rating ganham força. O usuário mostra que quer o conteúdo. Que regulador vai dizer que não pode? Que os programas não são válidos? É algo imposto pelo mercado”, afirmou Sonia.

Ela também enxerga acordos cada vez mais estreitos entre teles e OTTs para ofertas diferenciadas. “Estamos vendo mais alianças entre os operadoras e Netflix ou WhatsApp na região. Por isso, em cinco anos os limites do que permite a neutralidade não serão mais os mesmos. No futuro, a briga será mais com relação à oferta que chegará ao usuário. Velocidade realmente não será o diferencial”, defendeu.

Swain lembrou que, historicamente, o conceito de neutralidade de rede nasceu por questões políticas. “Discutia-se se o conteúdo de um partido poderia ser bloqueado ou sofrer interferências, por exemplo. Mas já entramos em conceitos em que o operador pode ter controle sobre a própria rede e manejá-la conforme a necessidade de tráfego. No Brasil há argumentos contra o zero-rating, mas não entendo porque negar o acesso ao Whatsapp ou Facebook a alguém. E creio que a discussão virá já no 4G, não no 5G. Com o 4G aplicado à internet das coisas já precisaremos resolver estas questões”, comentou.

Riobó, da Telefónica, concordou com os analistas. Mas insistiu no discurso padrão das operadoras de telecomunicações, de que as OTTs se beneficiam de mais liberdade do que as teles. “A análise da neutralidade deve ser mais integrada. Temos outros players, provedores de conteúdo, de acesso, ferramentas. Acreditamos que não deve haver discriminação, deve haver tratamento igual para todos. Isso é consenso faz tempo. Numa rede social há muito agentes envolvidos”, afirmou.

O executivo prevê que, em pouco tempo, o desejo do consumidor com relação aos serviços de banda larga vão mudar, com velocidade perdendo o foco. “Concordo com Wally e Sonia. As operadoras terão que atender às expectativa dos clientes. A rede da América Latina ainda não é comparável com a velocidade das redes dos países desenvolvidos. Mas realmente o cliente não vai se preocupar tanto com isso, e sim com a qualidade dos aplicativos que acessará”, afirmou. Riobó cobrou dos reguladores mais espectro para melhorar a oferta. “Será muito importante, aí, o acesso a insumos, a espectro. E vamos precisar selecionar os bits. Aqui na AL tem muitas ofertas sobre o acesso inteligente, e não baseado em velocidade”, comentou.