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	Leia na Fonte: Teletime
	[17/03/03]  Futuro da Eletronet será decidido esta semana 
- por
	Samuel Possebon
	
	A crise que se abateu sobre as empresas do setor elétrico pegou em cheio a 
	Eletronet, empresa controladora de uma das maiores redes de telecomunicações 
	do País. A companhia tem como sócios a estatal Eletrobrás, através da 
	Lightpar, e a AES. Amanhã começa a ser decidido o futuro da empresa, mas em 
	Brasília o comentário que se ouve é: o governo não vai salvar a Eletronet, 
	pelo menos não com dinheiro. A dívida da empresa, de cerca de R$ 500 
	milhões, na maior parte com fornecedores, é apenas uma parte dos problemas. 
	Soma-se a isso uma grande capacidade ociosa, um planejamento pouco funcional 
	para uma empresa competitiva no setor de telecomunicações e um sócio 
	estrangeiro (AES) que definitivamente não vive um bom momento com o governo 
	e também não mostra muito interesse em salvar seus investimentos no País.
	
	Nesta terça, dia 18, o conselho da Eletronet se reúne para definir o futuro 
	da empresa. Em seguida, precisará ser convocada uma assembléia de 
	acionistas, e é nesse momento que ficará claro quem colocará ou não dinheiro 
	para salvar a companhia. Os principais credores (Lucent e Furukawa) poderão, 
	em tese, requerer a falência da empresa, mas evitam esse movimento por dois 
	motivos: seria mais difícil receber o que lhes é devido e, no caso de pelo 
	menos uma das duas empresas, precisariam instalar equipamentos contratados e 
	não-instalados.
	
	Esperança
	
	As esperanças de que a Eletronet se salve com uma operação de compra e venda 
	privada são remotas. Duas propostas ainda estariam na mesa, segundo apurou 
	este noticiário: uma do empresário Nelson Tanure (dono do Jornal do Brasil) 
	e outra do GP Participações (acionista da Telemar). Mas poucos acreditam que 
	essas propostas seguirão adiante, sobretudo no caso de Tanure. Também são 
	remotas as chances de que o Ministério das Comunicações use os 17 mil 
	quilômetros de rede da Eletronet como ferramenta de controle do mercado de 
	telecomunicações, como se chegou a cogitar no mercado. A decisão está, 
	portanto, nas mãos do Ministério de Minas e Energia, que decidiu que as 
	concessionárias de energia têm problemas muito maiores a administrar do que 
	redes de telecomunicações. A ordem, portanto, é não gastar dinheiro com isso 
	e, portanto, não socorrer a empresa.
	
	Se a Eletronet não se viabilizar, restará, então, um problema: o que fazer 
	com a rede. Os credores podem querer estes ativos como parte do pagamento. 
	Mas a rede está fisicamente atrelada à infra-estrutura de proteção das redes 
	de transmissão de energia, pois os feixes de fibra correm nos mesmos cabos 
	OPGW responsáveis pela segurança contra raios da rede elétrica. Além disso, 
	as concessionárias de energia elétrica precisam de uma parte da 
	infra-estrutura de telecomunicações da Eletronet para monitoramento e 
	gerenciamento de suas redes. A solução será, então, a desapropriação das 
	fibras da Eletronet por parte dessas concessionárias. E daí então o debate 
	se dará sobre o valor das fibras ópticas. Para os credores da Eletronet e 
	para o gestor da massa falida (caso a empresa quebre), o valor das fibras é 
	o valor de um imenso potencial na área de telecomunicações. Para as 
	concessionárias de energia, o valor das fibras é o valor de uma simples rede 
	de monitoramento. Com o agravante de que para as empresas de energia 
	elétrica, a manutenção ininterrupta do serviço de energia é garantia que não 
	pode ser descumprida por lei.