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Leia na Fonte: Estadão
[24/02/10]  Santos ganharia R$ 50 milhões na venda (da eletronet) para a Oi - por Renato Cruz

Oi quase fechou negócio para comprar a Eletronet, mas o governo tinha outros planos para a empresa

Frustração - Oi pagaria cerca de R$ 200 milhões pela Eletronet, mas transação não foi concluída

A Oi chegou perto de comprar a Eletronet, mas a negociação foi barrada pelo governo. Pelos termos que estavam sendo negociados, a Oi pagaria cerca de R$ 200 milhões pela Eletronet. Nelson dos Santos, sócio da Eletronet, embolsaria entre R$ 20 milhões e R$ 50 milhões. O resto do dinheiro seria usado para pagar credores da operadora falida, que tem a Eletrobrás como acionista.

A negociação levou vários meses e estava em estágio avançado. A Oi, Nelson dos Santos e os principais credores da Eletronet já haviam fechado os principais termos do acordo, segundo fontes ligadas à negociação. A Eletronet devia para instituições financeiras como Banco do Brasil e Safra, e fornecedores de equipamentos como a Furukawa e a Alcatel Lucent. A dívida chegava a R$ 800 milhões, mas os credores aceitariam um desconto para receber pelo menos uma parte do dinheiro a que tinham direito.

O acordo esbarrou, porém, no interesse do governo, que diz querer uma rede estatal de internet banda larga. Dona de 49% do capital da Eletronet, a estatal de energia Eletrobrás tinha o direito de vetar o acordo com a Oi. E foi o que fez, quando o governo decidiu retomar a rede de fibras ópticas e recriar a estatal de telefonia Telebrás.

Segundo uma fonte ligada à Oi, o interesse da empresa pela Eletronet seria usar os 16 mil quilômetros de fibras ópticas espalhadas pelo Brasil e evitar, exatamente, a eventual concorrência de estatal. Seria um grande negócio para Nelson dos Santos, que havia comprado 51% da Eletronet, que pertenciam à americana AES, pelo valor simbólico de R$ 1.

Procurada pela reportagem, a assessoria de imprensa da Oi confirmou as negociações, mas não deu detalhes e não confirmou prazos nem os valores apurados pelo Estado. "A companhia sempre avalia oportunidades de negócios. Nesse caso específico, examinou a pertinência e a compatibilidade, mas chegou a um impasse comercial", informou a assessoria da companhia.

O negócio aconteceria um ano depois de a Oi ter comprado a Brasil Telecom (BrT), com forte apoio do governo. Além de recursos de bancos estatais, a aquisição da BrT foi garantida por uma mudança na regulamentação do setor de telecomunicações, que veio num decreto presidencial.

Em 2007, os credores chegaram a negociar a venda da Eletronet com o Serpro, estatal de processamento de dados, que pagaria cerca de R$ 210 milhões pelas empresas, mas a negociação também não deu certo.

Se fosse adiante, a compra de Eletronet seria o terceiro negócio polêmico da Oi com envolvimento do governo. Em 2005, a operadora investiu R$ 5 milhões na Gamecorp, empresa que tem entre seus sócios Fábio Luís Lula da Silva, filho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Em 2008, o governo promoveu uma mudança na regulamentação das telecomunicações para que a Oi pudesse comprar a BrT. Com a compra, a Oi passou a operar uma rede nacional de fibra óptica, parecida com a da Eletronet. Além da Oi e da Eletronet, só a Embratel tem uma rede desse tipo.