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Fonte: INFO
[28/08/07]   Anatel não define padrão de rádio digital
 
BRASÍLIA - A Anatel disse que não tem data para definir qual padrão de rádio digital o país vai adotar.
 
A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) está criando padrões para os testes com os sistemas de rádio digital que poderão ser implantados no Brasil.
 
O ministro das Comunicações, Hélio Costa, pediu que as rádios enviem, o quanto antes, o relatório final com o resultado dos testes.
 
Os testes, entretanto, terão que se enquadrar nos padrões exigidos pela Anatel para serem validados, e não há data para a definição da metodologia para os testes nas freqüencias de FM e Ondas Curtas (OC).
 
A metodologia que deverá ser aplicada pelas rádios AM no testes com o padrão americano Iboc (In Band On Channel) foi encomendada pela Anatel à Universidade de Brasília (UnB) e já está pronta.
 
Após passar por um processo de consulta pública, os resultados estão sendo agora analisados pelos técnicos da Agência. A metodologia poderá ser usada a partir do momento em que for publica no Diário Oficial, e a previsão da Anatel é que isso ocorra em um mês.
 
Entretanto, o padrão para testes na faixa FM com o padrão americano e na freqüência ondas curtas (OC) com o padrão europeu DRM ainda não está definido. As duas, depois de prontas, também passarão pelo processo de consulta pública e a Anatel não têm previsão de quando os testes padronizados poderão ser iniciados.
 
O autor da metodologia dos testes em AM, Lúcio Martins da Silva, avalia que uma quantidade “muito grande” de testes foram feitos nos Estados Unidos por entidades confiáveis. “Tem uma série de testes que não precisariam ser repetidos. Podia ser fazer uma avaliação nos pontos onde se têm alguma dúvida de como o sistema se comporta e se aproveitar os testes já feitos nos EUA, porque o modelo de radiodifusão deles e o nosso são muito parecidos. Em normas, procedimentos e canalizações, são quase idênticos”, afirma o professor.
 
Segundo ele, que é professor do departamento de engenharia elétrica da Universidade de Brasília (UnB) e coordenador na UnB dos testes com o sistema europeu DRM, “aparentemente, não houve grandes problemas ou problemas relevantes na implantação do sistema nos Estados Unidos”.
 
Associações e entidades de rádios comunitárias divergem da opinião de Martins. Afirmam que, no modelo americano Iboc de rádio digital, rádios comunitárias deixariam de existir. Pela legislação brasileira, a potência máxima permitida a uma rádio comunitária é 25 Wattz. O consultor jurídico da Associação Brasileira de Radiodifusão Comunitária (Abraço), Joaquim Carlos Carvalho, diz que, no Iboc, 25 Wattz equivale à potência dos ruídos.
 
Na prática, portanto, “só se ouviria ruído. Estarão fora do mercado todas as rádios comunitárias, educativas e as rádios comerciais pequenas. Só ficarão as grandes emissoras”. Segundo Joaquim Carvalho, o ministério das Comunicações está “pegando um sistema americano, que não é uniforme nos Estados Unidos, atende a poucas empresas e querem unificar isso como um padrão brasileiro”.
 
Para o pesquisador do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPqD) Takashi Tome, São Paulo é um caso onde seria preciso fazer muitos testes, já que por causa da grande quantidade de rádios operando poderia ocorrer interferência nas transmissões. Há também, em muitas transmissões, pontos ou viadutos que funcionam como obstáculos ao sinal. “O interessante seria um conjunto de emissoras realizarem um teste exaustivo na localidade”, diz o pesquisador.