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Fonte: Senado Federal
[22/11/07]   Sistema de rádio digital deve contemplar todos os radiodifusores, diz representante do Ministério das Comunicações
 
Durante audiência pública realizada na Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática (CCT), que discutiu nesta quinta-feira (22) a implantação do rádio digital no Brasil, o secretário de Telecomunicações do Ministério das Comunicações, Roberto Pinto Martins, afirmou que o Estado deve adotar o sistema que respeite as características do modelo brasileiro de radiodifusão, bem como contemple todos os radiodifusores. Para ele, a decisão não poderá excluir emissoras por questões de custo tecnológico.
 
Martins explicou que existem os sistemas norte-americano Iboc (In-Band-On-Channel), que utiliza as mesmas faixas de freqüência usadas na atualidade, tanto em freqüência modulada (FM) como em amplitude modulada (AM); os europeus DRM (digital Radio Mondiale), para AM, e DAB (Digital Audio Broadcasting), para FM; e o japonês ISDB (Integrated Services Digital Broadcasting). Ele informou que o ministério está desenvolvendo testes em parceria com a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) para escolher o melhor sistema para o Brasil.
 
Na opinião de Martins, a rádio digital contribui para o aperfeiçoamento das mídias, uma vez que, segundo ele, as emissoras farão uso mais eficiente do espectro de freqüência, bem como terão possibilidade de realizar transmissões com maior qualidade. Ele também disse que o rádio tem alta penetração e a digitalização também poderá oferecer novas oportunidades de negócios com publicidade.
 
Na opinião do assessor técnico da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert) Ronald Siqueira Barbosa, o sistema Iboc, por ser hibrido - transmite tanto de forma analógica como digital -, poderá melhor se adequar às necessidades brasileiras. Ele disse que, ao adotar tal sistema, as empresas poderão continuar a transmitir suas programações analogicamente até que tenham condições de implantar o sistema digital. Para o assessor, também o público é beneficiado ao continuar recebendo sua programação preferida sem a necessidade de haver mudança de freqüência ou de identidade da emissora.
 
O gerente-geral de Administração de Planos e Autorização de Uso de Radiofreqüências da Anatel, Yapir Marotta, disse que a agência ainda não tem subsídios para fazer recomendações conclusivas ao Ministério das Comunicaões em relação ao melhor sistema a adotar. Ele informou que, das 20 autorizações para realizar testes, foram efetivados 18 testes e destes, apenas cinco apresentaram relatório. A Anatel, disse ele, decidiu elaborar procedimentos de testes em parceria com a Universidade de Brasilía (UnB), cujos resultados estão disponiveis no site da agência: http://www.anatel.gov.br. Yapir Marotta também informou que não existem resultados conclusivos sobre se as emissoras de rádio comuntiárias poderão ser inseridas nos sistema digital.
 
O professor do Departamento de Engenharia Elétrica da Universidade de Brasília (UnB) Lúcio Martins da Silva alertou para o fato de que o processo de implantação de rádios pode não ter sucesso. Ele disse que, ao mesmo tempo em que há necessidade de digitalizar para que o rádio não fique ultrapassado em relação às demais mídias, há risco de não adesão das empresas e por parte do público. Ele informou que as empresas radiodifusoras precisarão investir cerca de cerca de cem mil dólares em equipamentos para transmitir de forma digital e que também os usuários precisarão comprar novos receptores.