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Leia na Fonte: Convergência Digital
[22/03/12]
UnB quebra o sigilo do voto da urna eletrônica - por Luís Osvaldo Grossmann
Um grupo da Universidade de Brasília conseguiu quebrar a segurança da urna
eletrônica, nos testes promovidos esta semana pelo Tribunal Superior Eleitoral.
Eles conseguiram recuperar a sequência dos votos, - o que, ao menos em tese,
permite violar o sigilo das opções de cada eleitor.
Formado por professores e alunos da Faculdade de Ciências da Computação, o grupo
1, dos 9 inscritos para os testes, teve sucesso em desfazer o embaralhamento dos
votos e, assim, extrair uma lista que indica quem votou em quem.
“Conseguimos recuperar 474 de 475 votos de uma eleição na ordem em que foram
inseridos na urna”, revela o coordenador do grupo, o professor de Ciência da
Computação da UNB, Diego Freitas Aranha, que fez doutorado em criptografia pela
Universidade de Campinas (Unicamp).
Originalmente o plano de teste previa a recuperação de 20 votos, mas o próprio
TSE desafiou o grupo a resgatar 82% dos votos de uma fictícia sessão eleitoral
com 580 inscritos - percentual que equivale à média de comparecimento nas
eleições brasileiras.
O professor Diego Aranha ressalta, no entanto, que a tarefa de violar
completamente o sigilo do voto ainda está incompleta. “Precisamos da lista
externa de votação para chegar ao nome dos eleitores”, afirma.
Como explica o coordenador do grupo, até aqui a equipe conseguiu determinar que
o primeiro eleitor votou no candidato X, o segundo no candidato Y, e assim
sucessivamente. Com a relação da votação - aquela que fica com os mesários -
seria possível associar cada eleitor, pelo nome, ao votado.
A exemplo das edições anteriores dos testes, o tempo limitado de acesso à urna
eletrônica - três dias, entre 20 e 22/3 - impediu avanços ainda mais
significativos na quebra da segurança do sistema eletrônico de votação.
Diferentemente das versões anteriores dos testes do TSE, desta vez o tribunal
permitiu acesso ao código fonte da urna - ainda que com restrições durante a
fase de preparação dos exames, que antes de iniciados passam pelo crivo da
Justiça eleitoral.
Apesar de festejar o sucesso na experiência, o grupo ainda não pode revelar os
detalhes do feito - o TSE exigiu um compromisso de que apenas informações
preliminares fossem divulgadas antes do relatório final com as considerações do
próprio tribunal.
Além do professor Diego Aranha, o grupo é formado por Marcelo Monte Karam, André
de Miranda e Felipe Brant Sacarel.