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Fonte: Alerta Total
[26/01/14]
O Fantasma da Fraude Eleitoral - por Jorge Serrão
O espectro da fraude eleitoral ronda as moderníssimas eleições brasileiras. A
frase de defeito seria perfeita para Carlinhos Petralha e Frederico Banqueiro
iniciarem a redação do Manifesto Capimunista = uma obra sobre o sistema político
e econômico tupiniquim. O incompleto modelo eletrônico de votação, sem
possibilidade de auditoria impressa do voto, é a única coisa que pode garantir
101% de chances a favor da reeleição da Presidenta Dilma Rousseff.
Dois motivos colocam nosso modelo eleitoral na vanguarda do atraso democrático.
Primeiro, o absurdo voto obrigatório – negação da liberdade individual. Uma
massa de ignorantes, manipulável por pressão política, econômica ou pelo
desconhecimento sobre o mundo real, é compulsoriamente obrigada a dar uma dedada
mágica na urna eletrônica. O ato de pseudocidadania garante emprego bem
remunerado aos políticos, por quatro anos (no caso de vereadores, deputados,
prefeitos, governadores e o presidente da república) ou oito anos (no caso dos
senadores).
O segundo motivo é o sistema eletrônico de votação com resultado final
incontestável. Pior que isto é o rótulo dogmático de “100% seguro” imposto pela
Justiça Eleitoral. É muito inocência acreditar, piamente, nesta infalibilidade
ou confiabilidade total do sistema. Principalmente no País do Mensalão, onde as
instituições republicanas funcionam conforme os piores vícios corruptos de uma
monarquia absolutista. O governo do crime organizado transforma nossas eleições
em um passeio cívico pelo cassino do Al Capone.
Só um político de expressão – justiça histórica lhe seja feita – criticava tal
processo. O falecido Leonel de Moura Brizola denunciava uma armação perfeita.
Pesquisas de opinião, com resultados duvidosos, indicando a vitória de quem lhe
financiasse, ajudavam a abrir caminho para a fraude. Tanto induzindo o eleitor
mais ignorante a “votar com o vencedor”. Quanto preparando o terreno
psicossocial para a manipulação final do resultado eleitoral. O resultado da
pesquisa casaria direitinho com o da votação – o que impediria a contestação do
número final.
Esforços hercúleos de defensores da transparência e segurança total do processo
eleitoral conseguiram emplacar a chance legal de o voto ser recontado
parcialmente. O artigo 5º da Lei 12.034, de setembro de 2009, previa a exigência
de impressão dos votos, para posterior conferência, por amostragem, de 2% das
urnas de todas as zonas eleitorais. Uma auditoria independente contaria os votos
em papel, Assim seria feita uma comparação entre os resultados e os boletins das
urnas.
Esse modelo já não seria o ideal. Melhor seria uma auditoria total. O resultado
eletrônico pode e deve ser ágil, como é. Mas a posterior conferência poderia
acontecer sem tanta pressa. O resultado final só seria homologado, com
proclamação definitiva do vencedor, após a conferência pública e independente. O
resultado da urna eletrônica teria de coincidir com o do papel. A recontagem
valeria para esta eleição de 2014...
O sistema previsto era simples. Após a confirmação do voto, a urna imprimiria o
voto. O papel seria depositado automaticamente em um recipiente lacrado. Por que
o eleitor não poderia fazer isto, confirmando se o voto foi corretamente
atribuído pela maquininha de votação? Tudo bem, não quiseram assim... Afinal, o
eleitor é inconfiável... A informática, não?
Agora, o mais grave e triste. Integrantes do movimento do Voto Seguro – liderado
pelo engenheiro Amilcar Brunazo Filho - sempre denunciaram a insegurança do
nosso sistema de votação, apuração e fiscalização. No entanto, foi a própria
Justiça Eleitoral quem sempre criou obstáculos para que o sistema tenha
transparência. No dia 6 de novembro do ano passado, o Supremo Tribunal Federal –
presidido pelo super Joaquim Barbosa - ajudou a sepultar de vez a possibilidade
de conferência do voto, por impressão e posterior recontagem por amostragem de
urnas.
Em 2011, a Procuradoria Geral da República questionou o modelo. Alegou-se que a
impressão do voto geraria um número de identificação associado á assinatura do
eleitor. Tal processo comprometeria o princípio constitucional do segredo do
voto. O STF, imediatamente, concedeu uma decisão liminar, suspendendo o pedido.
Dois anos depois, neste final de 2013, em plenos festejos pós condenação dos
mensaleiros, os ministros do STF decidiram que o voto impresso seria
desnecessário, porque a justiça eleitoral já faz auditorias a cada eleição e
fica à disposição para fazer recontagens, se isto for requisitado. Curiosamente,
nenhum partido político brasileiro, até hoje, pediu a tal recontagem...
Nosso sistema de votação tem falhas. Amilcar Brunazo Filho já denunciou:
“Conhecendo todos os procedimentos usados, por força de minha função como
representante técnico de partidos junto ao TSE, sei como agentes dos cartórios
eleitorais desonestos podem proceder para conseguir a troca de BUs (Boletins de
Urnas) usando as próprias urnas para emitirem, com antecedência, BUs falsos,
porém aceitos pelo sistema, burlando todos os recursos de criptografia,
assinaturas, tabelas, etc. Descrevo os passos desta fraude nos cursos de
fiscalização que dou para poder ensinar como se defender. E a única defesa
eficaz contra esta fraude de troca de BUs é justamente a coleta de cópias
impressas dos Bus, assim que são emitidos nas seções eleitorais”.
País com o antidemocrático voto obrigatório, pesquisas de opinião eleitoral
manipuladas e insegurança no processo de votação é capaz de produzir qualquer
escatologia política. A dogmática confiança na veracidade absoluta do resultado
da votação é o mais doloroso calcanhar de Aquiles do subdesenvolvido regime
político tupiniquim.
Sorte nossa é que a eleição de 2014 será comandada pelo jovem ministro do
Supremo Tribunal Federal José Antônio Dias Toffoli – que vai presidir o Tribunal
Superior Eleitoral a partir do meio do ano. Com o ilustre ex-advogado do PT
tocando o processo, o fantasma da fraude eleitoral será apenas o título de um
conto ficcional infantil de história em quadrinhos.
O material só não pode ser publicado pela Disney... Afinal, os Irmãos Metralha e
o João Bafo de Onça podem pedir para trabalhar na equipe de informática... E o
Pateta pode pedir para comandar o processo...
Já passou da hora de os segmentos esclarecidos da sociedade engrossarem a
campanha pelo voto seguro. Repito: só o fantasma da fraude eleitoral pode
garantir a vitória petralha em 2014.