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Fonte: FecomercioSP
[18/07/14]
Fraude em urnas eletrônicas é preocupação nas eleições
Assunto será debatido em painel do VI Congresso Fecomercio de Crimes Eletronicos,
que ocorre em 4 e 5 de agosto, em SP
A possibilidade de ocorrência de fraudes na contagem de votos das eleições
brasileiras é uma preocupação já manifestada por diversos especialistas do país,
que alegam a necessidade de haver uma maneira de confirmar os votos computados
pelas urnas eletrônicas. Países como México, Venezuela e a vizinha Argentina
possuem, em suas urnas, mecanismos que permitem a conferência, por meio de papel
impresso, dos votos computados. Essa possibilidade estava prevista em uma lei de
2009, a 12.034, que definia que a urna eletrônica deveria imprimir, a partir das
eleições de 2014, um número de identificação do voto associado à sua assinatura
digital. Este “comprovante” ficaria guardado em local lacrado e sem contato
manual do eleitor, para garantir a conferência posterior dos votos, caso
necessário. Porém, em outubro de 2011 a lei foi suspensa, pois, de acordo com
voto dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), o dispositivo
comprometeria o sigilo e a inviolabilidade do voto, conforme previstos na
Constituição.
Há no Brasil movimentos que pedem a existência desse tipo de mecanismo para
checar os votos, caso haja necessidade, e evitar a fraude nas eleições. Um deles
é o “Quero meu voto impresso, além do eletrônico”, que contém uma página com
mais de 3,5 mil seguidores e um grupo aberto de discussão com mais de 18 mil
membros no Facebook. A criadora da página, Ana Prudente, conta que começou a se
interessar pelo assunto por volta do ano 2000, quando tinha amigos que estavam
querendo introduzir o voto impresso além do eletrônico. “Já foi comprovado por
diversos especialistas que as nossas urnas eletrônicas não são seguras”, dia
Ana.
Como exemplo, há o caso de invasão do sistema eleitoral relatado em 2012,
durante o seminário “A urna eletrônica é confiável?”, realizado no Rio de
Janeiro por institutos de estudos políticos das seções fluminense do Partido da
República (PR), o Instituto Republicano; e do Partido Democrático Trabalhista
(PDT), a Fundação Leonel Brizola-Alberto Pasqualini. Na ocasião, o hacker
identificado como “Rangel” declarou ter acessado ilegalmente a intranet da
Justiça Eleitoral no Rio de Janeiro e interceptado os dados alimentadores do
sistema de totalização. Em seguida, contou ter retardado o envio desses dados
aos computadores da Justiça Eleitoral, modificando os resultados e beneficiando
alguns candidatos em detrimento de outros. Ele também afirmou que nada foi
oficialmente detectado.
Na análise de Ana Prudente, casos como este são pouco divulgados pela imprensa
e, portanto, grande parte da sociedade desconhece os riscos de fraude aos quais
as eleições brasileiras estão expostas.
“É importante abordarmos este tema pois essa prática é claramente crime
eletrônico”, observa. Ana Prudente participará do painel “Voto eletrônico e
biometria”, no segundo dia do VI Congresso Fecomercio de Crimes Eletrônicos e
Formas de Proteção, que será realizado em 4 e 5 de agosto, na sede da Federação
em São Paulo. O evento, já tradicional, é promovido pelo Conselho de Tecnologia
da Informação da Entidade e está com as inscrições abertas. A participação é
gratuita e os interessados podem se inscrever aqui.