Wireless |
|
WirelessBrasil --> Bloco Tecnologia --> Segurança do Processo Eleitoral --> Índice de artigos e notícias --> 2017
Obs: Os links originais das fontes, indicados nas transcrições, podem ter sido descontinuados ao longo do tempo
Leia na Fonte: Estadão
[01/12/17]
Teste em urnas eletrônicas identifica três falhas; TSE diz que não há riscos em
votação - por Breno Pires e Rafael Moraes Moura
Coordenador disse que não há chance de o problema ter ocorrido em eleições
anteriores e que será corrigido para as próximas eleições
BRASÍLIA - No relatório do Teste Público de Segurança 2017 do sistema eletrônico
de votação, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) informou nesta sexta-feira, 1º,
ter identificado falhas que permitiram o acesso, por parte dos investigadores
que fizeram o teste, a 3 pontos importantes da urna eletrônica que será usada
nas eleições de 2018. Segundo o tribunal, as falhas estão sendo corrigidas e não
há riscos quanto à votação de 2018.
O problema não ocorreu na eleição passada porque foi identificado em uma
atualização de sistema, segundo o tribunal. Os investigadores chamados pelo TSE
para testarem a urna descobriram a chave de acesso ao sistema de arquivo do
equipamento, o que permitiu ter acesso ao log (espécie de caixa preta), e ao
registro digital de votação.
Apesar de o presidente do TSE, ministro Gilmar Mendes, ter utilizado a palavra
vulnerabilidade, o coordenador de sistemas eleitorais do TSE, José de Melo Cruz,
preferiu chamar de outra forma: "Foram três achados, mas não vulnerabilidades".
Melo Cruz disse que os "achados" serão rapidamente corrigidos e explicou que
ainda não é possível dar o detalhamento completo do teste porque não há
conclusão.
Ele garantiu que não há chance de a falha ter acontecido em eleições anteriores,
porque tem relação com uma nova atualização na urna. "A falha específica
encontrada foi colocada no nosso processo de atualização do sistema. Essa
atualização é necessária de ser feita, é difícil de ser feita, para que o
software esteja acompanhando as mais novas formas de sistema operacional. Esse
trabalho é árduo e está em andamento, mas não é nada impossível de ser
conseguido", disse.
A FALHA
Dos 14 pontos testados, houve falhas em três. Segundo o coordenador, "o grupo de
investigadores conseguiu invadir o sistema e ter acesso ao 'log' e conseguiu
acessar aquele sistema que vai monitorando a urna e descrevendo tudo que
acontece". "Eles conseguiram também acesso ao RDV, que é o registro digital do
voto, mas não conseguiram modificar o RDV, apenas observar", disse, afirmando
que o acesso ao RDV não permitia identificar o eleitor nem saber em quem ele
voltou.
"Eles tiveram acesso, mas não à ordem de votação e aos votos que foram dados
pela urna. Não conseguiram identificar o voto dos presentes", disse.
'CREDIBILIDADE'
Para o presidente do TSE, Gilmar Mendes, que citou as descobertas de falhas, o
Teste Público de Segurança é importante justamente para apontar necessárias
correções antes das eleições. "Isso demonstra a importância da sociedade civil
na tarefa de identificar possíveis vulnerabilidades", disse ele, afirmando que
desde 2015 o teste público é parte obrigatória do processo das eleições.
Gilmar afirmou que a "a credibilidade é cada vez mais robustecida nos sistemas
de hardware, software e correlatos", graças a essa "contribuição permanente para
o engenho brasileiro que é a urna eletrônica".
"Inimaginável seria hoje que se voltasse à chamada era do voto em papel, época
que facilitava fraude humana na apuração e totalização do voto. Sem falar no
atraso. É uma época do passado e queremos que não volte para nos assombrar",
disse.