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Fonte: Estadão
[30/11/07] Idéia
de voto impresso em urna eletrônica avança na Câmara - por Denise Madueño e
Felipe Recondo
CCJ aprova relatório que propõe mudança, considerada retrocesso pelo TSE
A proposta de incluir o voto impresso na urna eletrônica avançou ontem na Câmara
com a aprovação do relatório setorial da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).
O projeto está em um pacote que trata de mudanças na eleição instituindo o voto
em trânsito, recadastramento nacional de eleitores e mudança no título para a
inclusão de foto.
Com resistências do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o projeto estabelece que
o voto será impresso na própria urna para conferência visual do eleitor após o
registro eletrônico sem, no entanto, permitir o contato manual com o papel.
A idéia surgiu depois de debates na comissão nos quais foram levantadas
suspeitas sobre a possibilidade de fraudes na votação. "A materialização do voto
permite uma auditoria por meio de contagem física dos votos, além de dar ao
eleitor a certeza de que sua vontade se transformou em verdade", afirmou o
deputado Vital do Rego Filho (PMDB-PB), relator da subcomissão que debateu o
assunto. De acordo com o relator, o TSE recebe um grande número de reclamações
de suspeita de fraudes eleitorais.
O caso mais rumoroso foi registrado em Alagoas nas últimas eleições, provocando
a elaboração de um laudo técnico do professor Clóvis Torres Fernandes, da
Divisão de Ciência da Computação do Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA).
O trabalho registrou que cerca de um terço das urnas eleitorais revelaram
indícios de manipulação criminosa. Em algumas urnas do Estado, segundo o estudo,
o número de votos registrados foi menor do que o número de eleitores que
efetivamente votaram. Além disso, foram totalizados votos de urnas que não
existiam e em algumas delas não houve registro de voto nenhum.
O TSE resiste à implantação do voto impresso complementar ao eletrônico depois
de um teste feito nas eleições de 2002 em algumas cidades do País. A experiência
resultou em demora na votação e defeitos nas impressoras.
"O TSE vê nesse projeto um retrocesso. O que eu vejo é que estamos na contramão.
Nós precisamos corrigir no Brasil o que não está dando certo", afirmou o
presidente do TSE, Marco Aurélio Mello. "Há algo oculto nessa tentativa de se
menosprezar o que aponto que hoje é orgulho nacional."
O ministro considerou que a lei pode ser considerada inconstitucional pelo
Supremo Tribunal Federal (STF) porque, de acordo com ele, permitiria ao mesário
saber qual foi o voto dado pelo eleitor em caso de reclamação.