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Fonte: Consultor Jurídico
[10/01/10]
TSE tenta manter sistema mais seguro em biometria - por Alessandro Cristo
À medida em que se aparelha para continuar sendo referência mundial no uso de
tecnologia nas eleições, o Tribunal Superior Eleitoral também encontra embaraços
tão complexos quanto os sistemas que implanta. A bola da vez são as novas urnas
biométricas, testadas pela primeira vez nas eleições municipais do ano passado e
a provável grande novidade na escolha do presidente da República e dos
governadores daqui a cinco anos.
Sucesso garantido na apuração de votos desde 1998, quando entraram oficialmente
em funcionamento, as urnas eletrônicas ainda não venceram todos os desafios.
Depois de reduzir a possibilidade de fraudes sempre tão próxima no aposentado
sistema de votos em cédulas, o TSE agora quer acabar com o “voto por
procuração”, prática ainda não erradicada e usada por quem ainda insiste em
arrebanhar algumas dúzias de votos comparecendo às sessões em nome de terceiros.
A saída foi o reconhecimento biométrico pela urna eletrônica, que identificará o
eleitor pela impressão digital.
A novidade já foi experimentada nas eleições municipais do ano passado. Os
municípios de Fátima do Sul (MS), Colorado D’Oeste (RO) e São João Batista (SC)
serviram de piloto para a implementação da leitura biométrica em todo o país. A
expectativa é que em dez anos todos os estados tenham urnas biométricas, tempo
necessário para a Justiça Eleitoral montar o maior cadastro do mundo de
registros biométricos. O cadastramento já está sendo feito por servidores da
Justiça Eleitoral, com o apoio de técnicos do Instituto Nacional de
Identificação da Polícia Federal.
Leitor biométrico
A forma como o sistema vai funcionar, no entanto, ainda é uma incógnita.
Questionamentos já miraram as próximas compras de urnas pelo TSE, detalhadas em
edital de licitação publicado em setembro. O argumento é que os equipamentos que
servirão às próximas eleições não estão de acordo com as características
técnicas determinadas pela Lei 12.034/09, sancionada também em setembro.
É em um detalhe simples que toda celeuma se resume: um cabo que conecta a urna
eletrônica à leitora biométrica. A Lei 12.034/09 proíbe o contato entre a urna e
o leitor, mas as compras do TSE incluem o conector, como lembra a advogada Maria
Aparecida Cortiz.
Foi esse o motivo que levou a advogada a pedir, em nome do PDT, a suspensão da
Licitação 76/09 do TSE, aberta para a compra de 250 mil novas urnas. Diante do
edital publicado em setembro, o partido pediu em novembro ao tribunal que os
equipamentos fossem comprados conforme o modelo legal. Pediu também que apenas
uma impressora emita os relatórios de votos para conferência por urna, bem como
os comprovantes emitidos a cada voto, o que, segundo o pedido, seria mais
barato.
A resposta, no entanto, foi negativa. Esse procedimento, segundo os técnicos do
TSE, é arriscado, já que periféricos como impressoras costumam falhar muito mais
do que os equipamentos onde ficam o processamento de informações. Um problema na
impressão dos votos, por exemplo, pode acabar obrigando a sessão a trocar a
urna, caso tudo esteja acoplado, o que hoje não é necessário. “O uso de duas
impressoras, sendo uma para a impressão dos votos e outra para os demais
relatórios, é mais adequado, pois garante menor índice de falhas na impressão
dos votos”, disseram os coordenadores de Logística e de Sistemas Eleitorais do
TSE, Rafael Azevedo e José de Melo Cruz.
Quanto aos conectores para os equipamentos biométricos, a Secretaria de
Informática da corte garantiu que, no prazo previsto pela Lei 12.034, todas as
urnas atenderão à especificação de total separação. Como a exigência legal só
começa a valer em 2014, as novas urnas servem para as eleições do ano que vem e
para as municipais, em 2012. Depois disso, podem ser adaptadas. “Afirma a
Secretaria de Tecnologia da Informação do TSE que as urnas a serem adquiridas
por meio de licitação de que se trata possuem serventia para o pleito de 2014 e
seguintes”, disse o ministro Carlos Britto, presidente do TSE, em despacho que
rejeitou o pedido do PDT.
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aqui
para ler o pedido do PDT e a resposta do TSE.