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Fonte: Globo Ciência
[29/09/12]
Urnas biométricas garantem mais segurança ao processo de votação
Mais de 7,7 milhões de eleitores terão digitais analisadas por biometria
Com o objetivo de tornar mais segura a verificação da identidade do eleitor
durante o processo de votação, em 2008, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE)
colocou em prática o projeto piloto de identificação biométrica. Trata-se do
reconhecimento da impressão digital feito por um equipamento acoplado à urna
eletrônica, permitindo, assim, a sua liberação, de forma automática, para a
votação. No sistema não biométrico, a votação na cabine só pode ser iniciada
quando o mesário libera manualmente o sistema, através de um terminal.
Mas o que é, especificamente, biometria?
Conforme explica Diego de Freitas Aranha, do Centro de Informática do
Departamento de Ciência da Computação da Universidade de Brasília (UNB),
trata-se do estudo das características físicas dos seres vivos. “Na área de
segurança de computadores, a biometria consiste na captura de uma característica
dos seres humanos para fins de identificação. É como se a íris do olho, a
impressão digital, ou o tom da voz funcionassem com uma senha permanente de
acesso a um sistema”, explica Diego.
No caso do cadastramento efetuado pela Justiça Eleitoral, os dados biométricos
de impressões digitais são coletados por um scanner de alta definição.
Entretanto, a possibilidade de um eleitor ser negado pelo sistema biométrico é
real, embora muito rara, conforme especifica o TSE. Isso pode ocorrer porque as
impressões digitais de uma pessoa podem sumir temporariamente devido ao uso de
produtos químicos, ou descamações severas na palma da mão. Em situações nas
quais a impressão digital não puder ser lida por limitações, ou até falha do
equipamento, o mesário recebe uma senha capaz de contornar a identificação
biométrica, liberando, assim, a votação.
O projeto piloto da votação biométrica alcançou, em 2008, cem mil eleitores de
três municípios: Colorado do Oeste, em Rondônia; Fátima do Sul, no Mato Grosso
do Sul; e São João Batista, em Santa Catarina. Já em 2010, a votação com
identificação biométrica abrangeu mais um milhão de eleitores de 60 cidades,
pertencentes a 23 estados. Em 2011 e 2012, mais de 6,4 milhões de cidadãos foram
convocados para revisão eleitoral, incluindo cadastramento das digitais. Por
fim, em 2012, o TSE anunciou que nas eleições de outubro mais de 7,7 milhões de
pessoas, de 299 municípios, pertencentes a 24 estados brasileiros, votarão com
identificação biométrica. A expectativa do TSE é a de que até 2018, todos os
eleitores brasileiros possam votar após serem identificados pelas digitais.
Segundo Diego, a introdução da identificação biométrica no sistema de votação
eletrônica tem como meta eliminar as fraudes durante o registro eleitoral.
“Recadastrar os eleitores em um sistema seguro de identificação tem o potencial
de eliminar os eleitores fantasmas, criados artificialmente durante o cadastro
para engrossar a votação para um candidato, ou partido específico. Assim, é
preciso que o processo de cadastramento biométrico seja seguro e bem
acompanhado. Caso contrário, funcionários mal intencionados podem cadastrar
eleitores fantasmas com dados biométricos falsos, ou repetidos”, afirma.
De acordo com o TSE, com o sistema, o Brasil poderá criar o maior banco de dados
de imagens de impressão digital existente no mundo. O processo de identificação
confirma a identidade de cada eleitor, comparando o dado fornecido com todo o
banco de dados disponível.