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Leia na Fonte: Estadão
[30/01/12]  Atraso na Copa inclui telecomunicações

BRASÍLIA - A extensa lista de requisitos na área de telecomunicações que o Brasil prometeu cumprir para ser sede da Copa de 2014 ainda está longe de ser entregue, embora o mundial de futebol já esteja perto no calendário. Faltando menos de um ano e meio para o evento teste da Copa das Confederações, a maior parte da infraestrutura necessária não foi implementada e, pior que isso, grande parcela não foi nem mesmo contratada.

Um evento global do porte de uma Copa por si só já demanda capacidades gigantescas de tráfego de dados. E o desafio é ainda maior pelo fato de o torneio ser espalhado por 12 capitais distantes entre si. Tudo isso no momento em que a internet se torna onipresente nas atividades das pessoas, as transmissões de vídeo em alta definição já são uma realidade e a TV 3D promete virar moda.

Documento do Ministério das Comunicações elaborado no ano passado detalha uma lista de necessidades que o governo - via Telebrás - deve prover no setor para atender a Copa. A constatação é de que quase nada até agora foi decidido.

Nos estádios e centros de mídias de cada cidade, por exemplo, serão necessários links ópticos duplamente redundantes - ou seja, com duas 'reservas' para o caso de falhas - com velocidades de pelo menos 20 gigabits por segundo (Gbps) durante os jogos. Tudo isso interligado em poderosas antenas para a transmissão via satélite.

Além disso, tanto os estádios quanto os hotéis, as sedes dos árbitros, concentrações e centros de treinamento das equipes e, é claro, estações de imprensa terão de estar funcionando em redes apropriadas para as transmissões de dados, áudio e vídeo.

Cobrança
Nesse quesito, o governo cobra desde o fim do ano passado uma definição mais rápida por parte da Fifa dos locais aptos a receber os atletas entre uma partida e outra. Consequentemente, parte considerável do público do evento também passará por esses lugares. A lista preliminar da entidade que comanda o futebol trazia 145 localidades pré-selecionadas.

Responsável pela implantação de toda essa parafernália, a Telebrás precisará lidar com as exigências dispondo de um orçamento de R$ 200 milhões, dos quais pelo menos R$ 20 milhões estão programados para depois da Copa. A intenção do governo é desmontar parte da exagerada estrutura após o mundial, levando o que for possível para outras cidades de grande porte que não estão no evento.

Curiosamente, a parte mais adiantada pelo governo diz respeito exclusivamente aos investimentos privados, das operadoras de telecomunicações que serão as responsáveis por atender o público na Copa. O primeiro passo foi a licitação em outubro do ano passado de quatro posições orbitais para satélites, que reforçarão a capacidade de transmissão do País, sobretudo na região Norte.

Para abril, está previsto o lançamento do edital para o leilão da telefonia de quarta geração (4G), que terá de atender turistas e moradores nas cidades da Copa. Nesse caso, o orçamento não deve ser problema.

Os investimentos previstos ultrapassam os R$ 20 bilhões por ano - 100 vezes mais que a Telebrás em quatro anos. E há a prometida desoneração para a construção de redes de fibras ópticas que, segundo o governo, um dia ainda sai.