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Fonte: Tele.Síntese
[01/10/09]  Barbosa defende adoção de modelo francês de banda larga - por Lúcia Berbert

O Plano Nacional de Banda Larga, que deve ser lançado ainda este ano pelo governo, deve seguir o modelo francês de infraestrutura te telecomunicações, com a convivência de uma grande operadora pública, a France Telecom, com prestadoras privadas. “Com ela, nós faremos o unbundling de fato, já que no Brasil ele só existe no papel e, com isso, podemos regular o mercado”, destacou o assessor especial da Casa Civil, André Barbosa. Ele disse que espera a adesão das operadoras ao projeto, mas reconhece que elas ainda não participaram dos esforços do governo no sentido de ampliar a inclusão digital no país.

A expectativa do governo é de que as operadoras privadas tenham sensibilidade no sentido de deixar de oferecer a banda larga mais cara do mundo, de ter ofertas de alta velocidade e que aposte na qualidade do sinal. “Os investimentos em infraestutura nós vamos fazer, para levar o acesso onde não há interesse econômico da iniciativa privada”, disse Barbosa. Ele admite que a rede estatal irá beneficiar principalmente as pequenas empresas, que não possuem redes, mas acha que isso não exclui as grandes prestadoras. “Elas tem conhecimento, tecnologia e pesquisas que podem ajudar no uso mais eficiente da rede”, disse.

Na opinião de Barbosa, as operadoras têm um medo infundado de que a nova infraestrutura seja um processo de reestatização. “Nós já deixamos bem claro que não é isso, e sim a possibilidade de o governo operar uma rede que permita fazer políticas públicas de TICs (Tecnologia da Informação e Comunicação)”, disse. Ele acredita que o programa não garantirá apenas o acesso à internet, mas ações também em política industrial e de incentivo à capacitação. “Enfim, a sustentação de um ecossistema que só pode ser feita pelo governo”, resumiu.

Barbosa reafirmou os investimentos necessários para montar a infraestrutura pública, que utilizará as fibras ópticas do sistema elétrico brasileiro, em torno de R$ 1,1 bilhão. Ele disse que serão utilizadas tecnologias nacionais na implantação dessa rede. “Nós temos várias empresas que produzem radiobases para todas as tecnologias, inclusive para LTE”, disse. Barbosa acha que a compra de radiobases de fabricação nacional, por exemplo, pode ser uma contrapartida das operadoras ao programa.

André Barbosa foi um dos palestrantes do I Fórum Nacional de Cidades Digitais, que acontece hoje e amanhã em Brasília