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Leia na Fonte: Correio Brasiliense
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19/11/14]  Telebras continua sem apresentar balanços contábeis deste ano - por Simone Kafruni

Sob a alegação de problemas técnicos com o sistema informatizado de gestão, estatal ignora as regras da CVM e deixa de publicar dados financeiros

A Telebras, estatal de telecomunicações com papéis negociados em bolsa, ainda não apresentou nenhum balanço contábil este ano e garante não ter sido sequer multada por quebrar as regras da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que exigem, entre outras coisas, divulgação de dados trimestrais em até 45 dias após o fim do período. A companhia argumenta que houve uma falha na migração de um sistema de demonstrações financeiras e contábeis para outro, mais moderno. E que todas as justificativas enviadas à CVM foram aceitas pelo órgão regulador.

Em nota, a Telebras informou que o atraso na divulgação das informações trimestrais de 2014 se deveu a “problemas técnicos” quando da implantação do novo sistema de gestão integrada, o Systems, Applications e Products (SAP). A alegação, contudo, não exime a companhia de capital aberto de publicar balanços. A CVM avisou que não comenta casos específicos, “para não afetar negativamente trabalhos de análise ou apuração que entenda necessários”. Entretanto, as regras do órgão são claras: “companhias que não observam os prazos de entrega de informações previstos estão sujeitas à aplicação da multa, bem como, se necessário, à apuração de responsabilidades”.

Para Demetrius Borel Lucindo, economista da DMBL Investimentos, os atrasos revelam a falta de transparência da estatal, com o objetivo de esconder mais um escândalo de corrupção e de superfaturamento. “A Telebras é um cabide de empregos, com despesas acima de R$ 1 bilhão e nem R$ 25 milhões de receita. É um ralo de dinheiro público. Outro sumidouro instalado numa sede luxuosa em Brasília, cheia de funcionários e sem função nenhuma”, denunciou.

Lucindo lembrou que a empresa só não foi extinta antes devido às dívidas trabalhistas. “O patrimônio era para pagar os passivos, mas o governo decidiu ressuscitar a Telebras e, desde então, os balanços mostram prejuízo. Quando a situação fica inadministrável, fazem uma subscrição e o governo ou o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aporta dinheiro”, ressaltou.