José Roberto de Souza Pinto

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08/11/23

• A importância da ciência e tecnologia nos resultados econômicos e sociais de um país

Um título óbvio que na realidade responde inúmeras perguntas sobre o estágio de desenvolvimento de um país.

Motivado por uma questão que me foi apresentada pela equipe editorial do Linkedin e ao responde-la, resolvi recuperar e compartilhar algumas ideias sobre o tema.

A pergunta do Linkedin tratava da fuga do Brasil de cérebros em IA e a minha resposta com algumas justificativas, foi que vai continuar, inclusive porque existe uma demanda em outros países desenvolvidos.

Se procurarmos algum estudo sobre a evolução e o estágio de desenvolvimento de países, vamos sempre encontrar alguma indicação envolvendo ciência e tecnologia.

Entendendo a complexidade do mundo de hoje e as perspectivas futuras, observamos que os investimentos em tecnologias, incluindo a formação nas ciências se denotam como fator fundamental para o desenvolvimento e sobrevivência da sociedade.

Tecnologias são o fator que gera produtividade, na medida das necessidades de produzir mais com menos recursos e não faltam exemplos na área de alimentos, energia, comunicações e saúde.

Não é por acaso que alguns países se destacam nos investimentos em tecnologias e inovações.

Países mais desenvolvidos investem em pesquisa e desenvolvimento da ordem de 5% em relação ao PIB. O Brasil investe da ordem de 1% do PIB e busca atingir 2,5% nos próximos 10 anos, o que é muito pouco.

A OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico), detêm inúmeras publicações que podem ser referências sobre os ganhos econômicos e sociais obtidos com investimentos em ciência e tecnologias.

Destaco informação resgatada de relatório da OCDE de 2008, que já apresentava esta tendência indicando:

1- A crescente competição internacional pelo talento significa que os países terão que fortalecer o seu próprio investimento em recursos humanos.

2 - O crescimento da intensidade do conhecimento em muitos países implica uma necessidade crescente de trabalhadores altamente qualificados.

3 - O emprego na zona da OCDE em ocupações científicas e tecnológicas cresceu mais rapidamente que o emprego em geral, muitas vezes com uma margem significativa.

4 - O mercado global para pessoas altamente qualificadas está se tornando mais competitivo consoante as oportunidades de emprego em países, como é o caso da China e Índia.

Observando o noticiário internacional e em visita a sites especializados em recursos humanos, podemos ver que não são poucas as informações sobre a existência de vagas não ocupadas na área de tecnologias em vários países e claras ofertas com incentivos para a migração.

Por outro lado, não será difícil entender, porque a ciência a tecnologia e o conhecimento, geram produtos, serviços e soluções para o dia a dia das pessoas. Em resumo gerando riquezas para os países e quiçá para o planeta.

Didaticamente e até de certa forma óbvia, podemos criar uma sequência de um círculo virtuoso de investimentos.

Ciência, tecnologia, conhecimento, geram mercado de trabalho, inovações, produtos e serviços, consumo e renda, para quem estuda e produz e até para os governos que arrecadam impostos.

Trata-se de uma das molas mestres para girar a economia positivamente e gerando novos recursos para reinvestimentos no Plano Econômico e Social.

Parece então óbvia a necessidade de termos um planejamento de longo prazo, que considere prioritariamente a visão da importância das tecnologias no desenvolvimento do país.

Consequentemente precisamos investir na formação de pessoal qualificado, com atenção na melhoria do ensino básico e especialização em carreiras cientificas e tecnológicas. com os devidos incentivos.


Jose Roberto de Souza Pinto, engenheiro e mestre em economia empresarial.