José Roberto de Souza Pinto

WirelessBrasil

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25/11/23

• Postes só de iluminação e sem fios aparentes – novos argumentos

A mensagem:
A expectativa é que os novos argumentos motivem uma prioridade nesta questão da instalação de cabos.
Peço desculpas pela qualidade da imagem representativa da situação, mas o clima e o fotografo não permitiram uma qualidade melhor.

O artigo:
Postes só de iluminação e sem fios aparentes – novos argumentos

Os argumentos sobre a situação dos cabos em postes não foram suficientes para convencer as autoridades e operadores do caos urbano estabelecido e da perspectiva de agravamentos.

Para lembrar os argumentos se concentravam nas péssimas instalações de energia elétrica e cabos e fios de telecomunicações, notadamente pendurados nos postes.

Este cenário, influi diretamente na qualidade dos serviços prestados, que estão sujeitos às interrupções, segurança para os pedestres e uma enorme poluição visual, traduzindo em um ambiente inóspito.

Nas avaliações anteriores, sempre recomendei as soluções de cabos enterrados com instalações seguindo um padrão de engenharia.

Para não considerar uma fantasia a adoção desta solução de cabos enterrados existe em inúmeros países, inclusive em bairros de algumas cidades aqui no Brasil.

Em artigos publicados anteriormente sobre esse tema, apresentei uma sequência de fotos destas soluções.

Já comentei em outras publicações, mas cabe reprisar que me parece um problema de natureza cultural, pois até em condomínios com padrão elevado das residências ainda se adota instalações em postes.

Só para lembrar, que na distribuição de água, esgoto, distribuição de gás e águas pluviais são adotadas soluções enterradas, nas vias públicas.

Mantidos os argumentos anteriores, surge agora com força total um novo argumento, que é o clima. Este por sinal vem dando recados sistematicamente, que a boa  engenharia não vem sendo adotada e que o poder de

destruição dessas instalações será cada vez mais constante e intenso.

Numa visão razoável, posso entender que será não possível adotar a solução subterrânea para todos os cabos atualmente aéreos.

Entretanto essa deve ser uma meta a ser perseguida e também parte de uma nova cultura técnica da boa engenharia.

Os caminhos para uma solução passam necessariamente por uma nova posição das Administrações Municipais que tem a obrigação de planejar e gerir os ambientes urbanos. Assim como as Agências Reguladoras, ANEEL e ANATEL, com suas respectivas Operadoras, Concessionárias e ou Autorizadas, nas suas responsabilidades definidas na legislação aplicada.

Destaco que o mais importante é admitir a existência de novo cenário catastrófico, como um dado do problema, esquecendo, portanto, de justificativas, sobre ventos fortes, chuvas intensas, existência de arvores e etc.

O que se espera é a definição de novas soluções que se ajustem a essa situação danosa à população, não só pela interrupção dos serviços, mas principalmente pela segurança.

Portanto um plano objetivo com metas estabelecidas que minimizem os efeitos, dos desastres naturais, seria um mínimo e prioritário de providências dessas autoridades.

Algumas sugestões surgem naturalmente e poderiam ser adotas:

1 - Fixação de metas para instalações subterrâneas, senão em todos os Municípios, mas seguindo um critério, num elenco dos principais que são cerca de 500, dos 5.570 existentes no país.

2 - Criar ou Alterar no âmbito urbanos as regras quanto ao plantio ou mesmo existência de arvores, que seriam localizadas nas calçadas opostas as que tem instalações de postes de distribuição de energia e cabos de comunicação nas áreas urbanas.

3 - As eventuais travessias de ruas deveriam serem sempre subterrâneas seja na distribuição de energia ou cabos de comunicação, assim como a ligação com os consumidores. Só para lembrar estas instalações merecem uma adequação a um padrão de qualidade da boa engenharia.

4 - Para os cabos de comunicação, antes de se utilizar de postes das Distribuidoras de Energia Elétrica, buscar uma solução alternativa de cabos subterrâneos, que poderiam ser realizadas de forma compartilhada com várias operadoras ou mesmo a utilização de outras infraestruturas existentes ou construídas especificamente para lançamento de cabos por Empresas ou Prefeituras que poderiam explorar esta atividade.

Sem dúvida a dependência de eletricidade e comunicações é indiscutível, principalmente se seu trabalho depende desses recursos e cada vez mais em função das novas tecnologias disponíveis para o seu dia a dia e para uma melhoria na qualidade de vida.

Com a relação à população hoje sujeita as constantes interrupções e falhas nos sistemas de energia e comunicações, cabe além de manifestar o seu descontentamento, buscar alternativas de solução.

Não conheço uma receita mágica para esses problemas, mas sistemas de geração própria de energia para alimentar alguns equipamentos e aplicações críticas e sistemas alternativos via satélite e adoção do FWA (Fixed Wireless Access) em 5G, podem ser caminhos para melhorar a segurança.

Fato é que as demandas da sociedade e as novas condições climáticas mais severas, aumentam a responsabilidade das autoridades, sejam elas Municipais ou Nacionais, como as Agências Reguladoras.

Entretanto o que que observa é que o tempo passa e nenhuma providência é tomada e não precisa ser especialista na questão climática para saber que os desastres vão continuar e os prejuízos para as Empresas e para os consumidores também vão aumentar.

Jose Roberto de Souza Pinto, engenheiro e mestre em economia