José Roberto de Souza Pinto

WirelessBrasil

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09/07/25

• As Necessidades Naturais de Comunicação e a Convergência Tecnológica - versão 2025

Este é um tema que acompanho na minha vida profissional, no sentido de estar sempre avaliando os efeitos da tecnologia e as necessidades de comunicação.

Motivado por uma troca de mensagens aqui no linkedin, sobre o encerramento das Concessões de Telefonia Fixa, resolvi rever artigo publicado em novembro de 2005 no portal TELECO e no wirelessbrasil.org, portanto a cerca de 20 anos atrás.

A parte conceitual do artigo, acredito que continua válida, entretanto a evolução tecnológica e o atendimento ao mercado, sofreu um avanço considerável que vale a seguir atualizar e destacar.

O surgimento das Telecomunicações, bem como, a sua evolução tem sido reconhecido, como uma enorme contribuição para a integração e desenvolvimento econômico, cultural e social.

Entretanto, por outro lado, limitado pelas disponibilidades tecnológicas, criou certas restrições na comunicação quando estes se encontravam distantes.

Foi assim com o telegrafo, que transmitia mensagens, com a telefonia limitada à voz, com o telex, o fax, a comunicação de dados e a Televisão, todas estas tecnologias que se transformaram em serviços, sendo que sempre de forma segmentada, em sinais de voz, dados, textos e imagens.

A tecnologia digital introduziu uma variável nova com a transformação de todos estes diferentes sinais, em dados, permitindo que todos sejam tratados como bits, e desta forma viabilizando a sua integração.

E mais ainda, não é por acaso que o telefone sem fio em sua residência, ou o celular, tem apresentado um grande sucesso, pois o comprimento do fio do telefone, sem dúvida sempre foi uma limitação imposta ao usuário do serviço. Na realidade o ser humano é móvel, e, portanto mobilidade é também um dos seus atributos naturais.

Quando se fala hoje em convergência de redes e serviços de telecomunicações, estamos buscando de forma mais efetiva, propiciar aos usuários o atendimento as suas naturais necessidades.

Sem dúvida a tecnologia digital responsável por este maravilhoso avanço, permitiu esta digitalização e integração de todos os sinais em um só terminal de comunicação para o usuário.

Se nos recordarmos da sequência com que esta digitalização e integração aconteceu, encontramos primeiro o núcleo central das redes de telecomunicações, onde independente dos diferentes serviços prestados, seja a telefonia, a comunicação de textos e dados e a televisão, todos os sinais foram totalmente integrados e misturados, nas fibras ópticas, nos sistema de rádio e satélites e operando com protocolos únicos de comunicação.

O passo seguinte foram os acessos, que são as conexões individuais de cada assinante ou usuário da sua residência ou escritório ao núcleo das redes de telecomunicações, vencido com as tecnologias DSL (digital subscriber line), TV a cabo (cabe modem) e as fibras ópticas que permitem que sinais de voz, texto, dados e imagens, possam ser transportados neste mesmo meio de telecomunicações.

Neste aspecto relativo aos acessos é que experimentamos uma evolução incrível com a utilização das fibras ópticas nesse segmento de acesso.

Só para citar alguns números, passamos de um atendimento que cresceu significativamente desde 2005 com um aumento de 13% nos lares urbanos para 85% em 2024 com um diferencial no atendimento ao mercado, pois estávamos restritos a Grandes e Médias Empresas e o mercado residencial classe A e B.

Um destaque da situação atual, foi o surgimento de novos aplicativos é o atendimento as classes C, D e E, que impulsionaram esse crescimento da conectividade à internet.

Neste mesmo período observamos uma grande evolução nos sistemas sem fio (wireless), com a tecnologia celular, que em 2005 estávamos na 3ª geração e agora em 2025 com o 4G com grande cobertura e o 5G com uma capacidade de transporte de informações e uma qualidade incomparável com a solução 3G.

Outro fator de grande destaque são os sistemas WiFi e já estamos com a geração WiFi 6 e 7, que combinados com a solução de banda larga fixa, distribuem este acesso pelas residências, escritórios, comercio em geral e áreas públicas, como shoppings e aeroportos e até algumas praças.

Registramos também a importância dos sistemas de satélites de baixa orbita, que ampliaram a cobertura e o atendimento às áreas remotas, com custos inferiores aos sistemas satélites geoestacionários que ainda fazem parte de inúmeras soluções.

De certa forma, podemos dizer que com a evolução dos sistemas celulares, do acesso em banda larga com roteadores com WiFi e com os sistemas satélites, a questão de localização geográfica foi superada por essas tecnologias que disponibilizam os serviços de mensagens e acesso à internet em qualquer lugar.

Da mesma forma, os terminais, que cada vez menores, e, portanto portáteis e com facilidades de uso, permitem a mobilidade, mantendo a comunicação cada vez mais ampla.

Em termos de mercado, adiciona-se também o fenômeno da globalização e da sociedade da informação, hoje com os inúmeros aplicativos de comunicação e as redes sociais onde o cidadão tem requerido um volume crescente de troca de mensagens e informações, que estão disponíveis de forma digital e, portanto aumentando a demanda de acessos em banda larga.

Em resumo tínhamos um desafio em 2005 que iria diferenciar os povos, e esse desafio em 2025, considero que foi vencido pelos resultados apresentados, em termos de acessos em banda larga, independente da solução tecnológica e atingindo todas as camadas da população, a indústria, o comercio e serviços públicos com soluções cada vez mais sofisticadas pelas suas aplicações.

Em breve recuperação do Histórico das Telecomunicações no Brasil, verificamos grandes feitos, como a integração do país, a interiorização e a universalização dos serviços, a expansão da telefonia celular e dos serviços de acesso em banda larga.

Essa evolução foi fruto de uma gestão inicialmente do Estado Brasileiro e uma Reestruturação das Telecomunicações no Brasil, que permitiu a participação da Iniciativa Privada na Prestação de Serviços proporcionando esse incrível desenvolvimento, realizado por um grupo qualificado de profissionais do setor.

Os dados recentes indicam 57,7 milhões de acessos em banda larga fixa e 265 milhões de celulares comprovando o acerto das decisões.

A busca da comunicação de forma integrada, pode ser comprovada pelos atuais aplicativos de vídeo-chamadas e teleconferências, que são uma pratica comum no nosso dia a dia.

Entretanto o principal avanço a ser considerado é o condicionante da dependência, na medida que as Telecomunicações passaram a ser um Serviço Essencial.

As motivações de hoje, que já se apresentam são outras e se concentram na comunicação entre os humanos e maquinas e entre maquinas, com destaque para a Internet das Coisas (IOT), em função de um vasto conjunto de aplicativos e na Inteligência Artificial (IA) que se propõem a realizar inúmeros trabalhos que aumentam a produtividade de diversas atividades, mas suportadas pelas Telecomunicações.

Jose Roberto de Souza Pinto é Engenheiro e Mestre em Economia e Consultor em Telecomunicações.




 


Jose Roberto de Souza Pinto, engenheiro e mestre em economia empresarial.