José Ribamar Smolka Ramos
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Fevereiro 2006               Índice Geral


22/02/06

"TV Digital" + "Mobile TV": HELP!!

----- Original Message -----
From: José de Ribamar Smolka Ramos
To: wirelessbr@yahoogrupos.com.br
Sent: Wednesday, February 22, 2006 11:04 AM
Subject: Re: [wireless.br] "TV Digital" + "Mobile TV": HELP!!!

Para dizer a verdade, ainda estou "digerindo" um lote de informações sobre este assunto... E com muitas reflexões, que pretendo discutir com o grupo em breve, principalmente induzidas pelo artigo produzido pelo IBM Business Consulting Services (The end of television as we know it) citado em um dos últimos posts do Eduardo Prado.

Mas, por enquanto, vou me limitar aos pontos levantados pelo Gabriel.

Helio pergunta:
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1. A decisão pelo "padrão fixo" condiciona ou influi na decisão pelo "padrão móvel"? Há algum "atrelamento"?
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Gabriel responde:
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A escolha de padrões diferentes para cada caso é possível, mas praticamente inviável, por problemas regulatórios (faixa de freqüências) e de transmissão principalmente. O transmissor utilizado para a TV fixa é também o que transmite para dispositivos móveis (no ISDB e DVB), assim dois padrões implicariam em dobrar os recursos necessários para transmissão. Implicaria também em uma sub-utilização desses recursos, que ninguém irá pagar, e replicação da cadeia de produção de conteúdo.
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Smolka comenta:
Creio que, embora o problema econômico associado à escolha deste ou aquele padrão não seja desprezível, o real motivo para a "briga de foice no escuro" é: quem vai ter o maior controle (e informações) sobre o comportamento do usuário? Mais divagações sobre isto mais tarde em outro post, mas, para mim, está claro que, para conseguir
construir uma proposta que possa ter percepção de valor pelos usuários (tanto do ponto de vista de produção de conteúdo, como para a produção de material publicitário efetivo), será necessário um grande esforço de CRM, e para "popular" estas bases de dados de forma efetiva (porque estes dados irão valer o seu peso em ouro)
você precisa estar de frente para o usuário, registrando como ele assiste, onde assiste, que comerciais ele vê (ou opta por não ver) e quais ele responde, etc. etc. Basta perguntar então: em cada modelo proposto, quem leva a melhor neste jogo de controlar o acesso do usuário à programação? As emissoras tradicionais? As operadoras de
telecom (fixas e/ou móveis)? As operadoras de TV a cabo? Novos entrantes com formatos diferenciados (ex.: IPTV)? À primeira vista, para mim, estas respostas caracterizam bem os grupos de interesse que estão no lobby por cada padrão proposto.

Helio pergunta:
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2. O sinal da "Mobile TV" chega no celular via "Estação Rádio Base (ERB)" do sistema celular ou teremos um chip no celular que o transforma num "mini" aparelho de TV recebendo sinais do "antenão" convencional lá em cima do morro? Ou ambos?
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Gabriel responde:
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No DVB, a recepção é feita por um decodificador à parte do sistema de telefonia, as faixas de freqüência, modulação e codificação são diferentes para os dois sinais. Na IFA os modelos de móveis apresentados tinham um "treco" grudado no topo, com uma anteninha.
No entanto, as ERBs já estão instaladas, e distribuídas de acordo com a concentração de dispositivos móveis, o que torna bem provável a presença do transmissor de TV em algumas ERBs, mas isso depende também do modelo de negócios adotado, não consigo imaginar uma anteninha da Globo numa ERB da Vivo :)

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Smolka comenta:
As duas coisas (e muito mais) são possíveis. Um chip extra no handset celular, com uma freqüência de broadcast adicional é, se não entendi errado, exatamente o que a Qualcomm vem propondo com o MediaFLO. A tecnologia disponível permite a montagem de modelos de negócio os mais variados e, IMHO, vamos ver "strange bedfellowships", tais como o que vc mencionou - associações entre distribuidoras de TV e operadoras de telefonia celular, até que (talvez) algum modelo de negócio se mostre dominante.
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Helio pergunta:
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3. E a "interatividade" (fixa e móvel) - vai usar que "canal"?
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Gabriel responde:
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Na móvel, GPRS é sem dúvida a mais forte opção, é uma opção válida inclusive para o retorno fixo. Outras opções:

RCT - Return Channel Terrestrial (DVB-RCT), A Wireless Return Channel system in the VHF/UHF Bands for Interactive Terrestrial TV incorporating Multiple Access OFDM.

PLC - Já bastante comentado na lista, ainda que não como RC 450 MHz (Blast) - Sei que existe, mas não conheço.

Dial-up - Velho, mas funciona, se bem que com a chegada de VoIP perde um pouco o sentido.

ADSL, cabo, WiFi, WiMAX, etc... O RC pode ser deixado em aberto, cada usuário ou cada região provê ao STB um acesso à Internet como quiser.

Muitos modelos comerciais de STB (DVB) têm um conector para ethernet, nunca vi um STB japonês.

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Smolka comenta:
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Provavelmente todos estes, e talvez mais alguns. Basicamente é o mesmo problema da resposta anterior. Na falta de um modelo de negócio claro, os proponentes de cada padrão estão tentando cobrir todos os ângulos. Algumas soluções podem parecer estranhas, mas vamos ter que esperar para ver quem sobreviverá ao crivo do mercado.

Quanto às duas últimas perguntas (detalhes e status das experiências em andamento no Brasil, e o lado industrial), vou deixar para lá, por alguns motivos:

(a) já gastei mais tempo do que podia respondendo até aqui :o(

(b) não tenho realmente informação para poder responder isto

Terminando, uma curiosidade e uma mensagem:

A curiosidade é: quais foram as duas perguntas que o Gabriel não respondeu? Na lista dele, faltam os números 4 e 6.
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Helio perguntou:
4. E o tal de "streaming"?  O que é mesmo? Satisfaz o usuário?
6. E as considerações sobre o "espectro de freqüências"?  Quem gasta e quem economiza "banda" na "Mobile TV"?

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E a mensagem:
You gotta be bad, you gotta be bold, you gotta be wiser
You gotta be hard, you gotta be tough, you gotta be stronger
You gotta be cool, you gotta be calm, you gotta stay together
All I know, all I know, love will save the day


Smolka


 

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